segunda-feira, janeiro 11, 2016

QUERIDO DAVID...- DAVID BOWIE (1947-2016) DEIXOU-NOS.










David Bowie foi um dos mais influentes artistas da música pop do século 20. Reinventando constantemente as suas criações assim como a sua figura - algo simbolizado pelo visual andrógino de Ziggy Stardust, uma das muitas personagens criadas pelo cantor e compositor britânico.
Deixou-nos agora  aos 69 anos. Segundo informações de um porta-voz, que não informou nem a data e nem o local do óbito, David lutava há mais de um ano contra um cancro:

"David Bowie morreu hoje em paz,  junto da  sua família depois de uma corajosa batalha de 18 meses contra o cancro.Como muitos compartilharão essa perda, pedimos respeito à privacidade da família neste momento de luto", acrescentou a nota emitida.

David Bowie tinha acabado de lançar o seu álbum mais recente, Blackstar, na última sexta-feira, aplaudido pela crítica. Completou os 69 anos nesse mesmo dia. A última vez que o cantor se apresentou ao vivo foi num espetáculo de beneficência em 2006, em Nova York.  Vivia praticamente afastado, desde a década passada, depois de ter sofrido  um infarte.

Boatos sobre a saúde sempre acompanharam a vida de Bowie, que alcançou o estrelato com o álbum The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars, o seminal álbum de 1972, eleito um dos 50 melhores de todos os tempos pela revista Rolling Stone. Veio a lançar muitos outros, sempre em permanente revolução. Rótulos, moda, sexualidade, nada permanecia intocado pelo desejo de Bowie se assumir como o camaleão.

Filho de uma garçonete e do administrador de uma instituição de caridade, David Jones nasceu em janeiro de 1947, em Brixton, bairro do sul de Londres e teve uma infância relativamente normal. Mudou o sobrenome para Bowie em 1966, para evitar ser confundido com o vocalista dos Monkees, Davy Jones. Bowie estudou budismo e mímica antes de lançar seu primeiro álbum The World of David Bowie, em 1967.

Mas foi a faixa-título de seu segundo álbum, Space Oddity, que finalmente chamou a atenção do grande público. A aventura espacial de Major Tom, um astronauta abandonado em órbita da Terra, foi um dos maiores êxitos de 1969, o ano em que, pela primeira vez,  o homem chegou à Lua.

Em seguida, David lançou The Man Who Sold the World, um álbum complexo cuja faixa-título recebeu o tratamento cover de artistas tão diversos como Lulu e Nirvana - que "resgatou" a canção nos anos 90, quando a reproduziu no álbum Acoustic,  em Nova Iorque. 


Foi com o álbum The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars, de 1972, que realmente alcançou o  estrelato.

Em 1971, apenas um ano após a separação dos Beatles, Bowie tomou as rédeas criativas do rock and roll com Hunky Dory, álbum que os críticos já consideraram o melhor da sua carreira. E um verso da letra da última faixa do álbum, The Bewlay Brothers, parecia perfeitamente definir o artista: "Camaleão, comediante e caricatura..."

Nessa mesma década, Bowie produziu dois clássicos do rock, os álbuns Transformer, de Lou Reed, e Raw Power de Iggy & The Stooges, e escreveu o hit Fame com John Lennon. Tudo antes de se isolar em Berlim para produzir um trilogia de álbuns experimentais (Low, Heroes e Lodger), marcados por letras de vanguarda e música eletrónica. A década também marcou as suas primeiras experiências como ator: estrelou o filme O Homem que Caiu na Terra (1976) e trabalhou ao lado da diva Marlene Dietrich em Gigolô. As suas aventuras cinematográficas continuaram ao longo da sua vida, de longa-metragens, como Furyo: Em Nome da Honra(1983), em "dobragens” como voz de um dos personagens da série de desenho animados Bob Esponja.

Também brilhou no teatro, interpretando o papel de “O Homem-Elefante” na Broadway.

Mas, em 2004, David sofreu um ataque cardíaco em pleno palco durante um espetáculo na Alemanha. A partir daí, com raras exceções, Bowie desapareceu da vida pública. Daí a surpresa geral quando The Next Day foi lançado em 2013. O álbum  tornou-se no seu primeiro número 1 do Reino Unido, em mais de 20 anos. Uma posição que o seu último trabalho, Blackstar, lançado na última sexta-feira, parece fadado a alcançar.

Bowie casou-se duas vezes: viveu 10 anos com Angela Barnett, de quem teve um filho, Zowie - que mudou de nome e hoje é conhecido como o diretor de cinema Duncan Jones. Em 1992, casou-se de novo com a modelo somali Iman, de quem teve uma filha, Alexandria.


Estarás sempre conosco.
Descansa em paz, querido David.







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