quarta-feira, junho 12, 2013

LISBOA NO SEU MELHOR ...As Marchas da Minha Cidade!







EU PEDI UMA ORAÇÃO...


Eu pedi uma oração / ao querido São João
Que me desse um Matrimónio
São João disse que não!
Isso é lá com Santo António!
Eu pedi numa oração / ao querido são João
Que me desse um Matrimónio / Matrimónio / Matrimónio!
Isto é lá com Santo António!



Implorei a São João / Desse ao menos um cartão
Que eu levava a Santo António / São João ficou zangado
São João só dá cartão / Com direito a batizado
Implorei a São João / Desse ao menos um cartão
Que eu levava a Santo António / Matrimónio / Matrimónio!
Isto é lá com Santo António!



São João não me atendendo / A São Pedro fui correndo
Nos portões do Paraíso / Disse o velho num sorriso:
Minha gente eu sou chaveiro / Nunca fui casamenteiro!
São João não me atendendo / A São Pedro fui correndo
Nos portões do Paraíso / Matrimónio! Matrimónio!
Isto é lá com Santo António!



(MARCHA DOS SANTOS POPULARES)














terça-feira, junho 11, 2013

PELA NOITE...Com Eugénio de Andrade






SILÊNCIO



Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,

e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,

quando azuis irrompem
os teus olhos

e procuram
nos meus navegação segura,

é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,

pelo silêncio fascinadas



EUGÉNIO DE ANDRADE


PELA NOITE...Comigo







EU NÃO VOLTAREI


Eu não voltarei. E a noite
morna, serena, calada,
adormecerá tudo, sob
sua lua solitária.
Meu corpo estará ausente,
e pela janela alta
entrará a brisa fresca
a perguntar por minha alma.


Ignoro se alguém me aguarda
de ausência tão prolongada,
ou beija a minha lembrança
entre carícias e lágrimas.


Mas haverá estrelas, flores
e suspiros e esperanças,
e amor nas alamedas,
sob a sombra das ramagens.


E tocará esse piano
como nesta noite plácida,
não havendo quem o escute,
a pensar, nesta varanda.




JUAN RAMÓN JIMÉNEZ




segunda-feira, junho 10, 2013

SANTO ANTÓNIO DE LISBOA - A pensar no seu dia...



Santo António era português, nasceu em Lisboa em 15 de Agosto de 1195 e o seu nome de batismo foi Fernando de Bulhões. Filho de Maria Teresa Taveiro e Martinho de Bulhões, conheceu a Fé Cristã na casa rica e nobre em que morou. Fernando estudou na Escola dos Cónegos da Catedral de Lisboa, onde teve profunda educação religiosa, e aos quinze anos decidiu ser padre.

Após 10 anos de estudos, estudou teologia em Coimbra. 
Ali foi ordenado sacerdote na Congregação dos Agostinianos e especializou-se mais tarde, nas Sagradas Escrituras, que tanto amava. Morreu em Pádua, e dele só restam algumas relíquias, trazidas para Portugal a pedido dos nossos reis. 
E um sem número de lendas, que o tornaram o santo casamenteiro e padroeiro da cidade de Lisboa...

"Um dia, em Monchique, uma jovem pediu a Santo António para lhe arranjar casamento. A jovem casou e, agradecida, cobriu a imagem do santo com um manto azul bordado a ouro. Mas não foi tão feliz quanto esperava. O marido tratava-a mal, apesar da sua gravidez. Assim, nasceu uma filha que cresceu entre discussões azedas. Aos oito anos a criança decidiu pedir a Santo António para pôr termo a tantas discussões. Em troca, prometeu-lhe que nunca lhe faltariam flores.
Após algumas horas a rezar junto à imagem do santo, a menina sentiu alguém tocar-lhe no ombro.
Um homem estranho pediu-lhe algo para comer e um sítio para descansar. A menina levou-o para sua casa, mas o pai resmungou pelo atrevimento da filha. 
Então o visitante resolveu conversar com ele.
Encantado com as suas palavras, o pai da criança sentiu que iniciava nesse instante uma vida nova e resolveu ajudar a mulher a preparar a refeição.
Quando voltou à sala, o estranho homem tinha desaparecido. No seu lugar estava uma pequena imagem de Santo António, semelhante à que se encontrava no nicho da vila.

A partir daquele dia, nunca mais faltaram flores a Santo António..."

Lendas. Lendas da minha Lisboa...


Santo António, distribuindo pão aos pobres. (Pintura de William Van Herp The Elder, 1662)

domingo, junho 09, 2013

PELA NOITE...Com Camões, no seu dia.








AQUELA TRISTE E LEDA MADRUGADA



Aquela triste e leda madrugada,
cheia toda de mágoa e de piedade,
enquanto houver no mundo saudade,
quero que seja sempre celebrada.


Ela só, quando amena e marchetada
saía, dando ao mundo claridade,
viu apartar-se d`ua outra vontade,
que nunca poderá ver-se apartada.


Ela só viu as lágrimas em fio,
que duns e doutros olhos derivadas,
s`acrescentaram em grande e largo rio;


Ela viu as palavras magoadas,
que puderam tornar o fogo frio,
e dar descanso as almas condenadas.



LUÍS VAZ DE CAMÕES






DIA DE PORTUGAL, CAMÕES E COMUNIDADES PORTUGUESAS 2013 - Orgulho de Ser Português




Pintura de José Malhoa
I
As  armas e os Barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana
Por mares nunca de antes navegados
Passaram para além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que permitia a força humana,
E entre gente edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;


II
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando, 
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.



LUÍS VAZ DE CAMÕES 
(in "Lusíadas", canto I, est. I e II)












sábado, junho 08, 2013

PELA NOITE...Com Luís Vaz de Camões






ERROS MEUS, MÁ FORTUNA, AMOR ARDENTE...


Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que para mim bastava o amor, somente.


Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.


Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa a que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.


De amor não vi senão breves enganos…
Oh! Quem tanto pudesse que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!



LUÍS VAZ DE CAMÕES






MAIS "UMA" DO PAPA FRANCISCO...








O Papa Francisco recebeu ontem centenas de estudantes de colégios jesuítas no Vaticano. O encontro ficou marcado pelo ambiente informal e de mudança, a que Francisco já nos habituou. O papa preferiu responder às perguntas dos alunos, improvisando, em vez de ler um discurso previamente elaborado. Durante a conversa, Francisco confidenciou que nunca quis ser Papa e explicou porque não foi viver para a residência destinada aos chefes da Igreja Católica. 



Mais uma vez deixou falar o coração...












sexta-feira, junho 07, 2013

TAL COMO CHOPIN...







Tal como Chopin, "PRETO, BRANCO, E...", vai descansar por um tempo. Tempo de meditar...
Não quero arrepender-me, como Chopin o fez, ao compor esta peça. Tão especial para mim. As grandes decisões necessitam do seu tempo e do seu espaço. Como tudo na vida...

Um até breve, talvez.








LOGO PELA MANHÃ...BEM CEDINHO.






O Palácio da Ventura


Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busca anelante
O palácio encantado da Ventura!


Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formusura!


Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas douro, ante meus ais!


Abrem-se as portas douro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão -- e nada mais!


Antero de Quental



quinta-feira, junho 06, 2013

PELA NOITE... Com Manuel Alegre



AS FACAS


Quatro letras nos matam quatro facas
que no corpo me gravam o teu nome.
Quatro facas amor com que me matas
sem que eu mate esta sede e esta fome


Este amor é de guerra. (De arma branca).
Amando ataco amando contra-atacas
este amor é de sangue que não estanca.
Quatro letras nos matam quatro facas.


Armado estou de amor. E desarmado.
Morro assaltando morro se me assaltas.
E em cada assalto sou assassinado.


Quatro letras amor com que me matas.
E as facas ferem mais quando me faltas.
Quatro letras nos matam quatro facas.



MANUEL ALEGRE
(In Obra Poética)





NESTE SEU TERCEIRO ANIVERSÁRIO, "PRETO, BRANCO, E..., RECORDA AS SUAS ORIGENS





Naquele «pic-nic» de burguesas, 
Houve uma coisa simplesmente bela;
E que, sem ter história nem palavras,
Em todo o caso dava uma aguarela...
(Cesário Verde)



Foi nesta nossa freguesia, a Freguesia do Lumiar, uma das mais populosas da cidade de Lisboa, que 
há precisamente três anos atrás "Preto, Branco, E...", nasceu sob o teclado de um qualquer computador colocado numa sala dedicada ao ensino de informática prioritariamente destinado a seniores. 

Museu do Traje

Primeiro foi um mera prática do exercício informático, mas com o tempo começou a crescer e com ele cresceram também as características que tornam esta freguesia tão autêntica como fascinante: a sua intemporalidade, diversidade, autenticidade e sobretudo simplicidade. 

Para melhor compreendermos, convém recordar que a Freguesia do Lumiar foi criada em 1266. Em 1312, D. Dinis efetuou a partilha de bens do Conde Barcelos, ficando para D. Afonso Sanches, seu filho bastardo e genro do Conde, uma quinta e Casa de Campo no Lumiar, a que se passou a chamar Paços de D. Afonso Sanches. Foi mais tarde com D. Afonso IV que esta residência nobre adquiriu o nome de Paço do Lumiar, ainda hoje o núcleo histórico da freguesia.
No início do século XVIII, definia-se o Lumiar, como "um centro de nobres quintas, olivais e vinhas". Mas já em pleno século XIX, Júlio Castilho, pai da olisipografia e morador do Lumiar, afirmava "o nosso Lumiar, hoje cheio de palacetes e cortado de eléctricos, carruagens e automóveis, formou um bairro da Capital".

E o Lumiar não pára de crescer. Hoje, em pleno século XXI, temos um Lumiar com um forte aumento populacional, que aceita o modernismo do metropolitano, perde os conceitos de aldeia e de bairro, para acolher agora como grande desafio, a moderna urbanização do Alto do Lumiar.  Sem dúvida a maior urbanização de Lisboa, senhora da requalificação de alguns dos melhores espaços verdes de lazer da cidade, como a Quinta das Conchas e o Parque Ocidental da Alta de Lisboa.
Quinta dos Azulejos

"Preto, Branco, E..." nasceu. Primeiro com uma pequena publicação de escassas palavras, linhas e imagens depois, e finalmente a inserção dos vídeos e "códigos html". Dentro da sua dimensão, tem a noção que é imperfeito. Sabe que, tal como o local que lhe deu origem é intemporal, autêntico, diverso e  simples, tanto na linguagem como nos conteúdos originais, e grande no coração. Não sabe  se algum dia atingirá a dimensão do seu local de origem. Porém, pondera agora se não será preferível ser um blogue imperfeito, feliz, se um blogue perfeito, infeliz...
.
Regido pelos princípios que datam dos seus primórdios, tem resistido às diversas tempestades. Mais violentas, menos violentas...Mas que sabor teria a vida sem luta, desafios, crescimento. Sempre monótona?




NESTE SEU DIA, EM QUE COMPLETA O SEU TERCEIRO ANIVERSÁRIO,


A TODOS  AGRADECE A ATENÇÃO QUE TÃO GENTILMENTE LHE TÊM DISPENSADO!



quarta-feira, junho 05, 2013

OS MAIS BELOS POEMAS REPETEM-SE SEMPRE...- Pablo Neruda, Poema XX





Posso escrever os versos mais tristes esta noite...

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a por vezes e ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.

Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.

Ouvir a noite imensa, imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.

Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.

De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.

PABLO NERUDA
(Poema XX de "Vinte poemas e uma canção desesperada")




segunda-feira, junho 03, 2013

PELA NOITE...COM ANTERO DE QUENTAL








NA MÃO DE DEUS


Na mão de Deus, na sua mão direita,
Descansou afinal meu coração.
Do palácio encantado da ilusão
Desci a passo e passo a escada estreita.


Como as flores mortais, com que se enfeita
A ignorância infantil, despojo vão,
Depois do Ideal e da Paixão
A forma transitória e imperfeita.


Como criança, em lôbrega jornada,
Que a mãe leva ao colo agasalhada
e atravessa, sorrindo vagamente,


Selvas, mares, areias do deserto...
Dorme o teu sono, coração liberto,
Dorme na mão de Deus eternamente!



ANTERO DE QUENTAL



COMEÇO DE DIA COM NERUDA....- Poema XVIII



POEMA 18                        


Aqui te amo.
Nos sombrios pinheiros desenreda-se o vento.
Brilha a lua sobre as águas errantes.
Andam dias iguais a se perseguir.
Dissipasse a névoa em dançantes figuras.
Uma gaivota de prata desprende-se do ocaso.
Às vezes uma vela. Altas, altas estrelas.
Ou a cruz negra de um barco.
Sozinho.
Às vezes amanheço, e até a alma está húmida.
Soa, ressoa o mar ao longe.
Este é um porto.
Aqui te amo.
Aqui te amo e em vão te oculta o horizonte.
Estou te amando mesmo entre estas frias coisas.
Às vezes vão meus beijos nesses navios graves,
Que correm pelo mar até onde nunca chegam.
Já me vejo esquecido como estas velhas âncoras.
São mais tristes os cais quando atraca a tarde.
Cansa-se minha vida inutilmente faminta.
Amo o que não tenho. Tu estás tão distante.
Meu tédio luta com os lentos crepúsculos.
Porém a noite chega e começa a cantar-me.
A lua faz girar a sua roda de sonho.
Olham-me com teus olhos as estrelas mais grandes.
E como eu te amo, os pinheiros no vento,
Querem cantar o teu nome com as folhas de arame.


PABLO NERUDA






domingo, junho 02, 2013

DIA DO CORPO DE DEUS - 2 de Junho de 2013






EVANGELHO DE JESUS CRISTO SEGUNDO SÃO JOÃO:

Naquele tempo, disse Jesus às multidões: « Eu sou o Pão Vivo que desce do Céu. Quem comer deste Pão viverá eternamente. E o Pão que Eu hei-de dar é a minha Carne, que Eu darei pela vida do mundo.» Os judeus discutiam entre si: «Como pode Ele dar-nos a Sua Carne a comer?» Jesus então declarou-lhes: «Em verdade vos digo: Se não comerdes a Carne do Filho do homem e não beberdes o seu Sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue tem a vida eterna; e eu ressuscitá-lo-ei no último dia. A minha Carne é verdadeira comida, e o meu Sangue verdadeira bebida. Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue permanece em Mim, e Eu nele. Assim como o Pai, que vive, Me enviou, e Eu vivo pelo Pai, também o que Me come viverá por Mim. Tal é o Pão que desceu do Céu; não é como aquele que nossos pais comeram. Eles morreram; quem come deste pão viverá eternamente.»

Palavra da salvação





sábado, junho 01, 2013

BOA NOITE...COM EUGÉNIO DE ANDRADE.




ENTRE OS TEUS LÁBIOS


Entre os teus lábios
é que a loucura acode,
desce à garganta,
invade a água.

No teu peito
é que o pólen do fogo
se junta à nascente,
alastra na sombra.

Nos teus flancos
é que a fonte começa
a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.

Da cintura aos joelhos
é que a areia queima,
o sol é secreto,
cego o silêncio.

Deita-te comigo.
Ilumina meus vidros.
Entre lábios e lábios
toda a música é minha.


EUGÉNIO DE ANDRADE




NESTA RADIOSA MANHÃ DE PRIMAVERA....UMA RECORDAÇÃO DE UM AMIGO




Cavalo à solta

Minha laranja amarga e doce
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e levesecreta e pura
minha passagem para o breve breve
instante da loucura.

Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido
minha chama
minha réstea
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa.

Em ti respiro
em ti eu provo
em ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo
em ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo.

Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.

Por isso digo
canção castigo
Amêndoa travo corpo alma amante amigo
por isso canto
por isso digo
alpendre casa cama arca do meu trigo.

Meu desafio
minha aventura
minha coragem de correr contra a ternura.

JOSÉ CARLOS ARY DOS SANTOS





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