terça-feira, abril 30, 2013

DIA DO DESEMPREGADO, 1 DE MAIO DE 2013 - A COR DO CORAÇÃO DOS DESEMPREGADOS, NOSSOS, DE TODO O MUNDO...


































CELEBREMOS O "JAZZ"! - Dia Mundial do Jazz 2013






Hoje estamos aqui para celebrar o Jazz, que a UNESCO apelidou da maneira mais livre e democrática de se expressar. É o seu Dia Mundial. Como todos sabemos, trata-se de um ritmo oriundo dos Estados Unidos, provavelmente de raízes africanas, que se desenvolveu precisamente na região de Nova Orleães. Muito mais se diz sobre as suas origens e as diversas mutações ao longo das décadas do século XX. 


Duke Ellington dizia, "É tudo música". E assim é...














segunda-feira, abril 29, 2013

DIA INTERNACIONAL DA DANÇA - 29 de Abril de 2013






Instituído no ano de 1982 pela CID (Comité Internacional da Dança) da UNESCO, comemora-se hoje 29 de abril, o dia Internacional da Dança ou Dia Mundial da Dança. Sendo uma efeméride nova, pouca gente a conhece, assim como a sua origem.

Ao criar o Dia Internacional da Dança, a UNESCO escolheu o dia 29 de abril por ser a data do nascimento do mestre Jean-Georges Noverre (1727-1810). Muito à frente do pensamento que norteava a dança do seu tempo, enfrentou os problemas relativos à sua obra. Conseguiu, através da pantomina, atribuir maior expressividade à dança e simplificou-lhe a execução dos passos e a subtileza dos movimentos. Deixou uma notável obra escrita sobre a dança clássica da sua época, "Letters sur la Danse".



Uma vez que esta publicação pretende ser um tributo à Dança, prefiro as imagens às palavras.
 São sem dúvida, a sua melhor expressão...













domingo, abril 28, 2013

DIA DA MÃE (5 de Maio de 2013, em Portugal) - Com Eugénio de Andrade




POEMA À MÃE

 No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe

Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos.

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram, 
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda ouço a tua voz:
                     Era uma vez uma princesa
                   no meio de um laranjal...

Mas - tu sabes -  a noite é enorme -,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber,

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.

                                                                               
                                              Eugénio de Andrade (in Os Amantes sem Dinheiro)


(Mensagem dedicada a minha Mãe)


O BOM HUMOR DE UM PRESIDENTE - BARACK OBAMA











Todos conhecemos a fama do bom
humor do presidente dos Estados 
Unidos, Barack Obama.

Como o mais comum dos mortais,
passeia-se de chinelos nas vizinhanças
da casa da avó materna.








Simpático e divertido, sabe pontapear
uma bola de futebol, com os garotos 
da cidade de Deus, o Rio de Janeiro, 
em março de 2011.










Com linguagem corporal diferente de
Romney, Obama sabe abraçar com naturalidade. Sabe consolar uma vítima do furacão Sandy, em Nova Jersey.









Gosta de ser brincalhão. Na Universidade do Texas, em Austin, pisa
a balança do seu assessor, preocupado com o peso. Até os robustos seguranças, usualmente sisudos, riem.









De avental e tudo, ajuda o seu chefe de cozinha, Bobby Flay, durante um churrasco nos jardins da Casa Branca.




Mas as lágrimas escorrem dos seus olhos, quando fala da avó materna, 
Madlyn Dunham que, com o avô 
Stanley, foram os responsáveis pela
sua criação. A avó branca do presidente
negro morreu com um cancro em 2 de
novembro de 2008, em Charlotte, na
Carolina do Norte, dois dias antes do
seu neto ser eleito presidente.

Agora, Barack Obama escolheu-se a
si próprio como alvo de piadas e trocadilhos 
no jantar anual com os correspondentes da Casa Branca. 
presidente discursou para os jornalistas
numa cerimónia em que todas as regras
do protocolo foram quebradas...





quarta-feira, abril 24, 2013

ANTÓNIO SOUSA FRANCO (1942-2004) - Tributo a Um Amigo Inesquecível








Esta mensagem de carácter pessoal que hoje publico neste meu espaço, trata-se de uma mensagem que de há muito se me tornou numa necessidade imperiosa. É um tributo a um amigo muito especial, que também foi ministro de Portugal, mas cuja amizade foi reforçada por laços familiares também eles muito especiais.


E tu, Matilde, se me estiveres a ler, enxuga lá essa lágrima que adivinho no canto do teu olho. Acontece-me o mesmo, já sabes.

Filho de António de Sousa Franco e de sua mulher Maria de Jesus Pacheco, licenciou-se em Direito e doutorou-se em Ciências Juridico-Económicas. Tornou-se professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em 1980. Destacou-se no ensino das disciplinas de Finanças Públicas e Direito Financeiro, Direito da Economia e Direito Comunitário.

Para além do docente de grande competência e rigor, soube também ser o professor amigo e conselheiro dos seus alunos. Os meus filhos e certamente muitos outros, são disso um vivo testemunho. De 1979 a 1985 foi presidente do Conselho Diretivo da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

Assumiu o cargo de secretário de Estado das Finanças, em 1976. Em 1979 aderiu ao Partido Social Democrata (PSD), do qual foi líder interino, entre 1877 e 1978, devido à ausência de Francisco de Sá Carneiro.


Abandonou o PSD na cisão que deu origem à Acção Social Democrata Independente, em 1979. Nesse mesmo ano integrou o governo de Maria de Lourdes Pintasilgo, como ministro das Finanças, e foi o primeiro presidente da Comissão Parlamentar de Integração Europeia.

Embora nunca tenha aderido ao Partido Socialista, passou a alinhar com ele como independente a partir de 1985, voltando a assumir o Ministério das Finanças no primeiro governo do Socialista António Guterres, de 1955 a 1999.

Tomou posse como presidente do Tribunal de Contas, a convite de Miguel Cadilhe, ministro das Finanças do primeiro governo de Cavaco Silva.

A 18 de julho de 1990 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem de Mérito de Itália e a 9 de Junho de 1955 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.

En 2004 foi cabeça de lista do Partido Socialista ao Parlamento Europeu. Mas, durante uma conturbada campanha no lota de Matosinhos e num brutal golpe do destino, sofreu um ataque cardíaco em consequência do qual viria a falecer no Hospital Pedro Hispano.

Jardim Professor António Sousa Franco em Telheiras, Lisboa

Em sua honra foi estabelecido o Prémio Professor António Sousa Franco, destinado a galardoar trabalhos inéditos na área do Direito Comunitário.

A 5 de maio de 1990 casou-se em Coimbra, na Sé Velha, com a Dr.ª Maria Matilde Pessoa de Magalhães Figueiredo, que ainda hoje tenho a sorte de incluir entre as minhas melhores amigas.

Católico convicto, primeiro só, depois conjuntamente com a sua esposa, souberam ser os meus grandes amigos, orientadores e  apoio dos momentos da minha vida, especialmente dos mais difíceis...




Um abraço, António Luciano. Descansa em paz.






terça-feira, abril 23, 2013

CORPOS ESCULPIDOS - As Imagens Hiperrealistas de RON MUECK










A Fundação Cartier, de Paris, surpreendeu-nos nesta segunda feira com uma nova exposição do artista hiperrealista australiano Ron Mueck e as suas figuras humanas reproduzidas no mais ínfimo dos pormenores. Nela é possível admirar esculturas em que o artista "brinca" com as dimensões dos corpos humanos esculpidos de modo excessivamente realista, retratados com uma crueza que não deixa ninguém indiferente.


Ron Muek, nasceu em 1958 em Melbourne, Austrália, mas exerce a sua atividade na Grã-Bretanha. Este escultor utiliza efeitos cinematográficos especiais para criar obras de arte: são incrivelmente realistas e podemos afirmar que, se não fosse o tamanho das suas esculturas, facilmente seriam confundidas com pessoas reais.


No início da sua carreira, foi fabricante de marionetas e modelos para a televisão e filmes infantis, nomeadamente no filme Labyrinth. Mueck criou a sua própria companhia em Londres, trabalhando para a indústria de publicidade. Embora detalhados ao pormenor, estes adereços destinados aos mídia, eram geralmente fotografados apenas de um ângulo específico. Mas Mueck ambicionava produzir esculturas cada vez mais realistas em todos os pormenores.


Em 1996, Mueck colaborou com a sua sogra, a famosa pintora portuguesa Paula Rego, na produção de pequenas figuras como parte de um quadro que Paula Rego exibiu na Hayward Gallery. Paula Rego apresentou o genro a Charles Saatchi, diretor da galeria, que imediatamente ficou impressionado com as obras de Mueck. Nesta altura, Mueck produziu a obra que o tornaria famoso, Pai Morto, e que no logo no ano seguinte seria incluída no show do Royal Academy. Pai Morto é feito numa mistura de pedra e silicone e representa o pai de Mueck numa escala reduzida a dois terços do seu tamanho real. É também o único trabalho em que o escultor utiliza o seu próprio cabelo como acabamento da obra.


As suas esculturas reproduzem fielmente os detalhes do corpo humano, mas Ron Mueck serve-se das suas dimensões para produzir imagens desconcertantemente visuais. Com cinco metros de altura, a sua escultura Boy, de 1999, foi exposta na Bienal de Veneza.

Tendo exposto em diversos países, Japão, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, a maior exposição das suas obras teve lugar na sua cidade natal, Melbourne, em abril de 2010, na Galeria Nacional de Vitoria.





Mas nada como olhar e apreciar o que nos parece um estranha e original forma de arte...





terça-feira, abril 16, 2013

ANDY WARHOL - ICONS (PSAIER AND THE FACTORY ARTWORKS) - A Arte Chegou ao Colombo









Fatigada e completamente arrasada não só pelas numerosas horas de voo suportadas nestes últimos dias, como pelo esforço gratificante a que fui submetida, uma surpresa muito agradável aguardava-me, logo ao regressar à minha cidade e ao meu país.

Por impiedosa necessidade, tive mesmo que me deslocar a uma das catedrais do consumo da nossa capital, neste caso o Centro Colombo, para aquisição de alguns artigos essenciais que haviam escasseado com a minha ausência. Mas não foi  uma rápida e enfadonha rotina de compras. Nada disso. A Praça Central deste complexo comercial está temporariamente e bem, transformada numa galeria de exposições, presentemente exibindo a mostra a que dedico esta mensagem. 


Ao vivo e a cores, são-nos mostradas obras verdadeiramente monumentais destes artistas, gratuitamente. Apaixonada como sou pela arte urbana, em quase todas as suas vertentes, imaginem...A exposição reúne uma seleção de obras originais de Warhol, como a famosa Campbell's Soup e os retratos de Marilyn Monroe ou Mick Jagger, mas revela também a colaboração artística com Petro Psaier.

Sob a curadoria de do crítico e historiador de arte italiano Maurizio Vanni, e tendo Guta Moura Guedes como embaixadora, um total de 32 obras dos dois artistas compõe a exposição que deverá permanecer até ao próximo dia 11 de julho.


Apresenta-nos como " a cena artística na Nova Iorque do final dos anos sessenta, era dominada pela Pop Art de Andy Warhol e pelos artistas de Factory, estúdio criado pelo mentor do movimento. Aí desenvolviam a ideia de sublimar objetos quotidianos e utilitários, independentemente da sua forma ou função originais, transformando-os em ícones tangíveis do imaginário coletivo", segundo a referência de Maurizio Vanni sobre a exposição.

É de louvar esta nova aposta do projeto "A Arte chegou ao Colombo". Tem tudo para resultar numa iniciativa de referência na divulgação e promoção de atividades culturais fora dos espaços tradicionais, permitindo assim que muitos públicos possam  não só interagir espontaneamente com a Pop Art, mas com as mais diversas manifestações artísticas. Tiveram já lugar, parcerias do Museu Coleção Berardo em 2011, e do MNAA-Museu Nacional de Arte Antiga, em 2012.



Amanhã tenciono voltar. Pena a proibição absoluta de fotografar, logo imposta à entrada por "simpáticos" seguranças, que proliferam por todo o recinto...







domingo, abril 14, 2013

NAM ET IPSA SCIENTIA POTESTAS EST - "Saber é Poder" (Francis Bacon)









A uma distância real de mais de 5.000kms, ou apenas de um clique, venho comunicar-vos que não vos esqueci. "PRETO, BRANCO, E..." fará uma pausa de dias, não poderei precisar quantos, mas promete regressar com um projeto novo, ambicioso e alargado, que se tudo correr bem a seu tempo será divulgado. Apenas adiantarei que será sempre em vosso benefício, sempre dentro da ética e conduta deste blogue simples. 

Deslocar-me-ei antes do meu regresso, à mesma zona africana de há dois anos, e que foi a fonte de inspiração da mensagem "Corno de África - 10 milhões morrem de fome". Também fica a promessa de mais um relato sobre a situação dessa tão massacrada zona do continente africano.

Contando com colaboradores amigos que sempre optaram pelo anonimato, e convosco, estarei sempre otimista. No meio desta gente que de negro só tem a pele, porque o coração é tão ou mais branco do que qualquer outro.

Até breve, amigos!




quarta-feira, abril 10, 2013

SÃO FRANCISCO DE ASSIS E PAPA FRANCISCO - O QUE ELES TÊM EM COMUM...




Os dois Franciscos renunciaram à riqueza, beijaram os mais fracos
e afastaram o conforto e o luxo.


Naquele dia, Francisco cruzava a cavalo as planícies de Assis quando avistou um leproso e desviou o olhar. A doença sempre o repugnara e fazia tudo o que podia para evitar essa gente de pele ensanguentada e aspecto andrajoso que a sociedade desprezava. Por impulso, ainda terá puxado as rédeas do cavalo para se desviar dali, mas arrependeu-se e, ao contrário do que era seu costume, desceu do cavalo e aproximou-se do doente. Ignorou o cheiro pestilento, baixou-se e deu-lhe todas as moedas que trazia. Depois abraçou-o e beijou-o. O encontro mudou-lhe a vida para sempre.

Francisco cantava em francês e dançava como os jograis. Não falhava nenhuma festa em Assis. A partir daquele momento, Francisco renunciou à vida luxuosa que levava, abandonou os excessos das festas que frequentava e dedicou-se a Deus.

Mas, em vez de entrar para um mosteiro e usufruir do conforto reservado ao clero que vinha de boas famílias, escolheu ser pobre e passar os dias ao serviço de mendigos e leprosos.

Mudou de vida depois de ser preso. Passou a andar magro, mal vestido e com feridas: só tinha um túnica de tecido áspero para mortificar a pele. Se se rasgava, remendava-a. Vendeu o seu próprio cavalo, roubou tecidos ao pai e deu tudo para reconstruir uma igreja.

Jamais perdeu a fé, nem mesmo quando os graves problemas nos olhos o obrigaram a ser queimado com um ferro em brasa. Morreu esquelético a 3 de outubro de 1226.

Os irmãos envolveram o seu corpo numa mortalha cinzenta. Em menos de dois anos depois foi canonizado.  Ganhou fama de santo ainda antes de morrer e tornou-se uma das figuras mais populares da igreja Católica. Mais de 800 anos depois, continua a inspirar fiéis em todo o mundo. 

Agora, pela primeira vez, um Papa escolheu o seu nome em sua honra e está mais presente do que nunca, com o novo Papa.



Francisco, o novo Pontífice, já mostrou que quer liderar Roma de acordo com o seu exemplo, construindo "uma igreja pobre e para os pobres", como disse no seu primeiro encontro com os jornalistas, no Vaticano.

Também por isso escolheu lavar e beijar os pés a doentes com VIH quando era arcebispo de Buenos Aires e repetiu o gesto com jovens detidos numa casa de correção. 

Duas eram mulheres, uma das quais muçulmana. Foi a primeira vez que um Papa lavou e beijou os pés de presos e de mulheres.

No fim da sua vida, as vestes de Francisco de Assis foram forradas, por outros frades, com pêlo de raposa para ele não sentir tanto frio. 

Zangou-se: não queria ser diferente dos outros, e não descansou enquanto não voltou à mesma túnica de sempre. 

No dia em que foi eleito Papa, Jorge Mario Bergoglio teve uma atitude parecida: recusou-se a usar a mozeta (capa curta vermelha) com pêlo de arminho. "O Carnaval já passou!", terá dito, demonstrando que preferia um estilo mais modesto e despojado, e seguindo o exemplo do santo que o inspirou.





O que ambos têm em comum:

O NOVO PAPA ENFRENTA PROBLEMAS PARECIDOS COM OS DO TEMPO DE SÃO FRANCISCO.
  • DINHEIRO. No século XII, alguns clérigos vendiam indulgências para os fiéis se redimirem dos pecados. Oitocentos anos depois, Papa Bento XVI enfrentou o escândalo Vatileaks e os esquemas pouco claros na gestão financeira da Cúria.
  • PODER. O caso Vatileaks acusou o Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcísio Bertone, de fazer nomeações de acordo com a sua conveniência. Nos tempo de Inocêncio III, compravam-se altos cargos na igreja.
  • SEXO. Na Igreja medieval muitos padres tinham amantes e filhos. Nos últimos anos, a imprensa divulgou abusos sexuais de menores e denunciou o poder do lobby gay no Vaticano.



E PARTILHAM AINDA COMPORTAMENTOS:
SÃO FRANCISCO DE ASSIS:

  • BEIJO. Cruzou-se com um leproso, venceu a repulsa e beijou-o. Foi nesse dis que se converteu.
  • RENÚNCIA. Recusou a riqueza da família. Mandou esvaziar um casa oferecida aos franciscanos e destruiu com as mãos o telhado de outra em Assis.
  • EXEMPLO. Pregava mais pelas acções do que pelas palavras.
  • IMPROVISO. Falava aos irmãos sem escrever os discursos.
  • VESTES. Depois de adoecer, os frades forraram-lhe a túnica com pele de raposa para se aquecer. Francisco ficou furioso.
  • HIERARQUIA. Quando o Clero era rico e poderoso, escolheu ser pobre e viver de esmolas, como um mendigo.


PAPA FRANCISCO:
  • BEIJO. Em Buenos Aires, lavou e beijou os pés de doentes com VIH e fez o mesmo numa casa de jovens detidos em Roma.
  • RENÚNCIA. Na Argentina, vivia num T1. No Vaticano, recusou o apartamento pontifício
  • EXEMPLO. Pagou a estadia da casa onde ficou antes do conclave para ser exemplar.
  • IMPROVISO. O Papa acrescenta considerações aos discursos escritos
  • VESTES. Recusou a mozeta com pêlo de arminho.
  • HIERARQUIA. Desde que foi eleito, ele tem desafiado o protocolo e simplificado os rituais.
(Segundo informação recolhida da revista Sábado do dia 4/4/2013)

terça-feira, abril 09, 2013

SARA MONTIEL MORRE (1928-2013). E COM ELA AS SUAS VIOLETAS...






"Os meus filmes não serão bons, nunca me preocupei 
com eles serem ou não uma obra de arte.
A obra de arte que eu quis fazer sou eu, 
Sara Montiel!"



A menos de um mês de celebrar os 85 anos a atriz e cantora espanhola Sara Montiel, um ícone hollywoodiano cuja volúpia e sensualidade fez suspirar os homens da década de 50, partiu ontem, deixando uma carreira de 70 anos de sucessos em mais de 50 filmes.

Segundo alguns jornalistas, Sara Montiel foi o pivô da separação factual do casal real espanhola, quando a rainha Sofia, em 1976, a surpreendeu com o rei Juan Carlos. Contracenou com atores como Gary Cooper e 
Burt Lancaster e alcançou um sucesso estrondoso com o filme "Vera Cruz", um "western"de 1954. Repetiu este sucesso em 1958, com o romântico "La Violetera".

Mas não foi somente o coração do rei de Espanha que Sara, ou mais popularmente Sarita, arrebatou: foram célebres os colóquios mais do que amorosos com o escritor Ernest Hemimgway, o ator James Dean e Gary Cooper.

Senhora de grande presença e autoconfiança, era a expressão de uma mulher de grande energia, que ainda em outubro passado afirmava, durante a entrevista que concedeu ao jornal El País: "Na primavera,vou fazer concertos, mas em dezembro e janeiro não faço nada".

A primavera não chegou a tempo de voltar a ouvir cantar a sua voz...

Descanse em paz.








quarta-feira, abril 03, 2013

FRAGMENTOS DE MÚSICA (PARTE III) - SERGEI RACHMANINOFF (1873-1943)




"...A vocação? Agradeço a Deus ter-me dado este presente, 
sem ele, nada sou.
A música é suficiente para toda uma vida, mas uma vida 
não é suficiente para toda a música."

Sergei Rachmaninoff  (Seminovo,1873. Beverly Hills,1943)



 


Sergei Vasilievitch Rachmaninoff, compositor, pianista e maestro russo, foi um dos grandes expoentes do Romantismo na Música Clássica Europeia. Rachmaninoff é considerado um compositor e pianista dos mais influentes do século XX e é, sem dúvida, o meu compositor de eleição. Pela sua técnica e mestria lendárias, pelo seu ritmo e o uso dos tons menores que tanta beleza conferem às suas composições magistralmente elaboradas...


Sergei  Rachmaninoff

As suas mãos eram largas e capazes de alcançar um intervalo de uma 13.ª (um palmo esticado de 30 centímetros), quando o normal varia entre a 8.ª e mais raramente uma 10.ª. Especula-se se Rachmaninoff seria ou não portador do Síndrome de Marfan, correspondendo o tamanho das suas mãos à sua elevada estatura, algo entre 1,91m  e 1,98m. Tinha também o dom de, logo à primeira audição, executar composições extremamente complexas. 


As lendárias mãos de Sergei Rachmaninoff    e   as   suas primeiras gravações 

Filho de pai alcoólatra e mãe rica, aos 9 anos Rachmaninoff viu o pai abandonar a família, depois de delapidar o respetivo património. O talento musical do menino Sergei, descoberto por um primo também músico, não deu frutos imediatos. Foi reprovado em todas as matérias no Conservatório de Música de São Petersburgo e, por isso, enviado para Moscovo, onde ficou a morar e estudar com Nikolai Zvere, professor de grande austeridade.



"A técnica deve ser a primeira aquisição de um pianista", afirmou Rachmaninoff anos mais tarde. Graduou-se em piano e composição no Conservatório de Moscovo e, aos dezoito anos, já tinha escrito o Concerto n.º1 para Piano e Orquestra. Aos 19, recebeu a Medalha de Ouro pela sua ópera Aleko, baseada num poema de Alexander Pushkin. É também dessa época o conhecido Prelúdio em Dó Sustenido Menor, peça que o consagrou mundialmente. "Recebi 20 dólares pelo Prelúdio e nunca mais vi nem sequer um tostão", reclamou o compositor.



Rachmaninoff caiu numa depressão profunda depois do fracasso da sua Sinfonia N.º1. Tratou-se com o médico Nikolai Dahl, um hipnotizador que o bombardeou durante meses com frases do tipo "a sua música é bela", "você é um ótimo pianista", etc..Com a auto-estima recuperada, Sergei produziu a obra que viria a ser
um dos seus ícones, o Concerto N.º2 para Piano e Orquestra. Dedicada ao seu salvador, esta peça teve um sucesso estrondoso. "Pode parecer incrível, mas o tratamento com o Doutor Dahl foi fundamental para que na minha alma brotassem novas ideias".


Rachmaninoff  na  sua  intimidade

Para a sua primeira tournée nos Estados Unidos, Rachmaninoff compôs o célebre Concerto N.º3 para Piano, um dos mais difíceis de toda a literatura pianística do século XX, e que orgulhosamente inseri em último lugar nesta mensagem. Teve que o estudar num teclado mudo, a bordo do navio que o conduziu à America. Considerado um concerto "só para alguns", ainda hoje constitui a "prova de fogo" de um pianista. O próprio Hofmann, a quem Rachmaninoff ofereceu o concerto, recusou a sua execução alegando "que não era para ele..."


Rachmaninoff na sua casa em Lucerna, na Suíça

A interpretação que escolhi é a interpretação de um génio, o magistral Vladimir  Horowitz, que trabalhou esta peça durante 48 anos antes de a gravar. Teve a aprovação incondicional de Rachmaninoff, que nunca publicou este concerto antes de ouvir Horowitz tocá-lo. Curiosamente os dois compositores e amigos interpretaram-no algumas vezes em conjunto. São imagens de 1978 e registam  a última vez que Horowitz tocou este concerto em público.

A estreia aconteceu em 28 de outubro de 1909, no New Theatre, em Nova Iorque. Recebido de braços abertos pelos americanos, Rachmaninoff repetiu a dose três meses depois, agora no Carnegie Hall e como solista da Orquestra Filarmónica de Nova Iorque, regida pelo compositor Gustav Mahler.
Com a Revolução de 1917, Rachmaninoff decidiu morar definitivamente com a família, nos Estados Unidos, impondo-se um auto- exílio que duraria até ao fim da sua vida. Falava inglês com dificuldade e por isso, foi reprovado no exame de condução. Com o dinheiro ganho nas lucrativas tournées, fundou uma editora de partituras musicais em Paris e construiu uma bela vila em Lucerna, na Suíça. Foi aí que, em 1934, concluiu uma das suas obras-primas, a Rapsódia Sobre um Tema De Paganini, inspirada num dos caprichos para violino solo do virtuose italiano e que a crítica considerou genial.

Pedra memorial que assinala o local do nascimento de Rachmaninoff    e  o seu monumento em Moscovo

O Concerto N.º4, de 1941, é o menos popular de todos os concertos. Mal recebido na estreia, reavivou os antigos pesadelos do compositor. "Não faço esforço para ser original ou romântico", defendeu-se. Apesar da maioria das obras de Sergei Rachmaninoff terem sido produzidas no século XX, a sua linguagem musical não esconde o forte sotaque do idioma romântico do século XIX. Não é sem razão que a sua música tem sido utilizada como banda sonora de inúmeros filmes românticos, até aos dias de hoje... O compositor morreu sem saber que o governo soviético lhe tinha concedido um salvo-conduto para rever a sua velha e amada Rússia.




"A obra de um compositor deve representar o seu país natal e a sua vida. Por ter feito tantas coisas, tenho receio de não ter usado a minha existência corretamente..."




Prelude N.º2 in B-flat Opus 23

 Prelude in g minor Opus 23

Sonata N.º2 Opus 36

Rachmaninoff - Rhapsody on a theme by Paganini

(Master of Rach 3)Concerto N.º3, Opus30



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