quinta-feira, fevereiro 24, 2011

MONA LISA - Um Sorriso, Um Rosto...O Eterno Enigma






"Mona Lisa" é um quadro pintado por Leonardo da Vinci, que retrata uma mulher sentada, cuja expressão do rosto é descrita como enigmática. As incertezas sobre a identidade do retrato (a maioria das opiniões apontam para que se trate de Lisa del Giocondo), a  monumentalidade da composição, os contornos subtis das formas e o ilusionismo têm contribuído para o contínuo fascínio da obra.
Leonardo Da Vinci - auto-retrato

"Mona lisa", também conhecida pela designação de "Gioconda", é tão amplamente conhecida, caricaturada, procurada pelos  pelos visitantes do Museu do Louvre, que é considerada a pintura mais famosa do mundo. Leonardo Da Vinci começou a pintar "Mona Lisa" em 1503 ou 1504, em Florença, Itália.

Contemporâneos de Da Vinci testemunharam que ele demorou mais de quatro anos a pintar este quadro, findos os quais o deixou inacabado. Aliás, sabe-se hoje  que este comportamento era comum das obras de Leonardo Da Vinci, que no fim da sua vida, lamentou não ter acabado uma única obra.

Quando interrompeu a pintura de "Mona Lisa", três anos depois, mudou-se para França em 1516, onde veio a morrer em 1519. Foi em França, para onde levara a pintura, que terminou o quadro, pouco antes de falecer. O então rei de França Francisco I, havia convidado Da Vinci para trabalhar no Clos Lucé, perto do castelo real de Amboise. Consta que o rei comprou o quadro ao herdeiro e assistente de Leonardo, Salai, pela quantia de 4.000 écus e manteve-o no Castelo de Fontainebleau, onde permaneceu  até ser dado ao rei Luís XIV.
"Mona Lisa" caricaturada por Duchamp

Com Luís XV, a pintura mudou-se para Versailles, depois e após a Revolução Francesa foi transferida para o Museu do Louvre. O imperador Napoleão I levou-a para o seu quarto no Palácio das Tulherias, mas mais tarde o quadro retornou ao Louvre.

Mais uma vez "Mona Lisa" foi enfatizada, quando em 22 de Agosto de 1911, foi roubada ao Museu do Louvre: do lugar que durante cinco anos ocupara no salão Carré, não  restaram senão quatro cavilhas de ferro.

O Louvre encerrou durante uma semana, para investigações. Foi um empregado do próprio Museu, assumindo-se como patriota italiano quem, sob o casaco, levou o quadro roubado, com o pretexto de  que a pintura deveria ser exibida em Itália. Posteriormente o ladrão de nome Vincenzo Peruggia, cumpriu uma pena prisional de seis meses.
Roubo da "Gioconda", do Museu do Louvre

Tem havido muita especulação sobre a pintura do modelo e da paisagem. Por exemplo, especialistas reconhecem como pouco convincente a beleza do modelo e argumentam que a paisagem de fundo da pintura foi influenciada pela  pintura chinesa, mas nada foi provado. Mona Lisa, tem sido apontada como Lisa del Giocondo, esposa do rico comerciante florentino Francesco del Giocondo.

Mas também a mãe de Leonardo foi considerada entre as diversas possibilidades para a figurante do quadro, como o auto-retrato do próprio Leonardo da Vinci e ainda o hipotético e inspirado retrato de um amante e acompanhante de Leonardo, ou ainda Isabel de Aragão, duquesa de Milão, para quem o pintor trabalhou.
Pormenor de "Mona Lisa"


Toda esta polémica tem envolvido "Mona Lisa" em grande misticismo, por demais patente na sua expressão e no enigmático sorriso. Uma teoria recente, vem afirmar que este mistério parece ter sido desvendado.

Pelo menos, é esta a convicção da neurobióloga e professora da Harvard Medical School, Margaret Livingstone. No Congresso Europeu de Percepção Visual que decorreu na Corunha (Galiza), esta investigadora explicou que o sorriso misterioso de Gioconda não passa de uma ilusão de óptica.

A enigmática expressão parece desaparecer quando fixamos o quadro de frente e reaparece quando o olhar se fixa noutras partes do quadro. Por esta razão, só conseguimos visualizar o sorriso desde que os lábios da "musa" inspiradora de Da Vinci fiquem no nosso campo de visão periférica.

A teoria de Livingstone apoia-se numa prova científica: o olho humano tem uma visão central excelente para reconhecer pormenores, ao passo que a visão periférica é menos precisa, mas mais adequada à percepção de outros dados, como as sombras.
Pormenor do mesmo quadro

No famoso quadro renascentista, Leonardo Da Vinci conseguiu criar a ilusão, a partir deste facto científico. Conhecedor profundo do corpo humano, o mestre italiano da Renascença conseguiu, em pleno século XVI, utilizar este truque de óptica, ainda que "intuitivamente".

Para Margaret Livingstone, a expressão enigmática de Mona Lisa está relacionada intimamente com o facto de a nossa visão central ter mais resolução do que a periférica. Este estudo levou a investigadora a estudar outro facto - alguns génios da pintura tiveram deficiências visuais: por exemplo Rembrandt, conhecido pintor alemão do séc. XVII, sofria de um estrabismo que acabou por ser benéfico para a sua arte.

Teoria de Livingstone








Resumindo, não podemos deixar de admitir que, ao longo dos séculos, a discussão em torno dos quadros mais apreciados da Renascença italiana tem sido infindável.



Será que agora "Mona Lisa" deixará de sorrir?






3 comentários:

Anónimo disse...

Gostei muito, está interresante a publicação. Beijinho Anna

peonia disse...

Parabéns! Mais um tema de grande interesse que, como sempre, prima pela qualidade da investigação.
Abraço amigo

Milena disse...

Excelente publicagem!
Naum sei se alguns perceberam, mas Mona Lisa não sombrancelha, e,tem uma certa camada um tanto que transparente por cima de seus cabelos. Provavelmente pelo facto de Leonardo da Vinci não poder ter finalizado sua obra prima antes de falecer.


Um Beijão.
Milena.

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