O que hoje celebramos:
O Dia de Portugal, de Camões e das
Comunidades Portuguesas, 10 de junho, é o dia feriado nacional em que se
assinala a morte de Luís Vaz de Camões em 1580, sendo também este o dia também
dedicado ao Santo Anjo da Guarda de Portugal, protetor do país.
Durante o Estado Novo, de 1933 até à Revolução dos Cravos de 25 de abril de
1974, foi celebrado como o Dia da Raça: a raça portuguesa ou os portugueses.
Luís de Camões representava o génio da pátria na sua dimensão mais
esplendorosa, significado que os republicanos atribuíam ao 10 de Junho, apesar
de nos primeiros anos da república ser um feriado exclusivamente municipal.
Com
o 10 de Junho, os republicanos de Lisboa tentaram invocar a glória das
comemorações camonianas de 1880, uma das primeiras manifestações das massas
republicanas em plena monarquia.
O 10 de Junho começou a ser particularmente exaltado com o Estado Novo, o
regime instituído em Portugal em 1933 sob a direção de António de Oliveira
Salazar. Foi a partir desta época que o dia de Camões passou a ser festejado a
nível nacional. A generalização dessas comemorações deveu-se bastante à
cobertura dos meios de comunicação social.
Até ao 25 de Abril de 1974, o 10 de Junho foi conhecido como o Dia de
Camões, de Portugal e da Raça, este último epíteto criado por Salazar na
inauguração do Estádio Nacional do Jamor em 1944. A partir de 1963, o 10 de Junho tornou-se numa
homenagem às Forças Armadas Portuguesas, numa exaltação da guerra e do poder
colonial.
Com uma filosofia diferente, a Terceira República converteu-o no Dia de
Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas em 1978. Desde o ano 2013 a
comunidade autónoma da Extremadura espanhola festeja também este dia.
A devoção ao Anjo da Guarda de Portugal, igualmente hoje celebrado, é
ignorada por muitas pessoas. Todavia ela partilha oficialmente as celebrações
deste Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas e também do
Santo Anjo de Portugal.
Esta devoção surgiu de um pedido do rei D. Manuel I de Portugal. Foi o Papa
Júlio II que, em 1504, instituiu a festa do «Anjo Custódio do Reino» cujo culto
já seria antigo em Portugal. O pedido terá sido feito ao papa Leão X e este
autorizou a sua realização no terceiro Domingo de Julho.
A sua devoção quase desapareceu depois do séc. XVII, mas foi restaurada
mais tarde por Pio XII , em 1952, quando mandou inserir esta devoção no
Calendário Litúrgico português, conjuntamente com as comemorações do Dia de Portugal
a 10 de junho.
Foi invocada pela primeira vez na Batalha de Ourique, e a mesma deu
uma tal vitória às forças de D. Afonso Henriques sobre os invasores muçulmanos,
que proporcionou a D. Afonso Henriques o facto de se autoproclamar Rei de
Portugal.
Nas suas Memórias, a Irmã Lúcia deixou escrito que, entre Abril e outubro
de 1916, nas Aparições de Fátima, teria já aparecido um anjo aos três
pastorinhos, por três vezes, duas na Loca do Cabeço e outra junto ao poço do
quintal da sua casa em Fátima (Ourém), convidando-os à oração e penitência, e
afirmando ser o "Anjo de Portugal".
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