sexta-feira, junho 12, 2015

MORRE SIR CHRISTOPHER LEE (1922-2015), DEIXANDO UM LEGADO MARAVILHOSO...








Quem morreu, no domingo, de insuficiência respiratória e cardíaca no Hospital de Chelsea e Westminster, em Londres, foi o Drácula da Hammer, foi o intérprete por excelência do maravilhoso cinema de terror britânico de entre os anos 50 e os anos 70, foi o actor essencial na obra desse grande cineasta que foi Terence Fisher. Os Anéis, a Guerra das Estrelas, são adendas.

Mesmo os filmes de Tim Burton, o cineasta contemporâneo que (assim como com Vincent Price) melhor o tratou, e em cujos filmes entrava regularmente desde os anos 90 (A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça), são adendas, que têm acima de tudo o mérito de confirmar a implantação de Christopher Lee num imaginário cinéfilo “trans-geracional”, e de atestar a sua vontade de não ficar quieto, continuar sempre a trabalhar e, como disse um dia, “morrer de botas calçadas”. Figuradamente, morreu calçado: as notícias dizem que ainda no mês passado tinha confirmado a sua participação num filme dinamarquês de elenco internacional, a rodar em breve.

Christopher Lee morreu com 93 anos e uma filmografia enorme, com mais de 200 títulos, e fazia cinema desde o final dos anos 40. Foi no mesmo ano do filme de Ray, 1957, que a sua carreira deu uma volta: entrou no seu primeiro produzido pelos britânicos estúdios da Hammer, The Curse of Frankenstein, dirigido por Terence Fisher, a fazer o papel do monstro.O filme foi um sucesso colossal.

E trabalho não faltou a Christopher Lee. Se Drácula e as suas variações, de Terence Fisher a Jess Franco, foi a figura que mais o celebrizou, também foi Fu Manchu, Rasputine, Sherlock Holmes (para Terence Fisher) e o seu irmão Mycroft (para Billy Wilder).  

A partir do final dos anos 70, radicado nos EUA e já transformado em “ícone” da cinefilia, foram os realizadores cinéfilos que lhe dão os papeis simbolicamente mais significativos, de Spielberg (1941 Ano Louco Em Hollywood) a Tim Burton (vários filmes), passando por Joe Dante (Gremlins 2), antes do novo fôlego e da renovação da sua popularidade que advieram da sua participação em duas das mais populares séries das últimas décadas, a Guerra das Estrelas e os filmes baseados nos livros de J.R. Tolkien.

Certa vez, comentando o empenho que punha no seu trabalho mesmo nos filmes mais esfarrapados, disse algo como isto: “O filme pode ser uma bosta, mas a minha interpretação não tem que o ser”.

Descanse em paz.








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