quinta-feira, julho 09, 2015

"VALEU A PENA VIVER..." - Maria de Jesus Barroso (1925-2015), uma mulher acima de todas as cores e religiões









Maria Barroso entrou em estado de coma, desde o passado dia 25, em consequência de uma queda sofrida em sua casa. A notícia da sua morte foi confirmada oficialmente pelo hospital da Cruz Vermelha, onde se encontrava internada, e do qual também foi fundadora.

Maria de Jesus Simões Barroso Soares nasceu no dia 2 de maio de 1925, em Olhão. Era a quinta de sete filhos do oficial do Exército Alfredo José Barros e da professora primária Maria da Encarnação Simões. Formou-se em Arte Dramática no Conservatório nacional.
Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas, na Faculdade de Letras de Lisboa, onde conheceu Mário Soares, com quem se casou em 1949. Foi atriz na companhia de Teatro Rey Colaço-Robles Monteiro, onde se estreou em 1944 com a peça Aparências, de Jacinto Benavente.

No cinema, estreou-se em Mudar de Vida, de Paulo Rocha, e participou em três filmes de Manoel de Oliveira. Foi diretora do Colégio Moderno, fundadora do Partido Socialista, primeira-dama de Portugal entre 1986 e 1996, presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, sócia-fundadora e presidente da ONGD Pro Dignitate e da Fundação Aristides de Sousa Mendes. Pragmática.

Maria Barroso morreu na madrugada do dia 7, pelas 5h20, aos 90 anos, na sequência de uma hemorragia cerebral provocada pela queda sofrida em casa, no passado dia 18 de junho. 
"Valeu a pena viver..."(Maria Barroso)

“Mulher de cultura e de causas, Maria de Jesus Barroso distinguiu-se, ao longo de décadas, como uma lutadora pela liberdade e pela democracia, antes e depois do 25 de Abril. Dedicou a sua vida à cultura portuguesa, ao ensino, à pedagogia e às causas sociais a que esteve ligada, fazendo-o com exemplar sentido cívico, animada pela densidade da sua fé e pela convicção inabalável nos valores da dignidade da pessoa humana, da justiça social e do serviço ao bem comum.”
Aníbal Cavaco Silva, Presidente da República

“Foi com enorme tristeza que tomei conhecimento do falecimento da doutora Maria de Jesus Barroso. Teve uma vida ímpar, toda ela dedicada ao serviço dos outros e à causa pública, tendo pugnado de forma intransigente por princípios, valores e ideais, tais como a defesa da democracia, o respeito dos direitos humanos e a elevação da dignidade da pessoa (…). A doutora Maria de Jesus Barroso deixou, ainda, uma marca notável nas muitas instituições que fundou, ajudou a criar ou presidiu, nomeadamente a Fundação Pro Dignitate, a Cruz Vermelha Portuguesa, a Associação para o Estudo e a Prevenção da Violência e a Fundação Aristides de Sousa Mendes.”
Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro

“Uma mulher verdadeiramente extraordinária, talento que até emociona recordar, e de uma fé fantástica. Convertida já adulta, em situações que são conhecidas, ela alimentou, cultivou, fundamentou a sua própria fé. Lia livros de teologia, informava-se e praticava.”
Vítor Melícias, padre

Descanse em paz, esta Mulher, 
para quem 
" valeu a pena viver..."




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