ESCRIVANINHA
Eu sou a escrivaninha
do tempo.
Sou linha que acaso
aninha
E esperança que
resvalou no sol.
Sou o espaço na
memória: descaso.
Sou o lasso passo do
intelecto.
Um retrospeto,
Uma fagulha do que já
fui.
Sou mil vidas somadas e
desgastadas na espera.
Sou o infinito que não
fui,
O futuro que flutua.
Sou o poema amassado e
jogado na grama,
Mas que ainda ama
A mão aflita que
ingratamente o rasgou.
Sou palavra amiga.
Sou peito que se
entrega e que releva
E pouco leva de si.
Sou a sobra dos meus
“nãos” profundos:
Um mundo de sinais,
Vitrais dos dias
vividos.
Sou água, sou barco,
sou branco,
Sou cais.
Mas na soma dos meus
atritos,
Eu consigo enxergar que
sou mais.
NARA RÚBIA RIBEIRO
Goiânia, 2008
Nara Rúbia Ribeiro |
Nara
Rúbia Ribeiro nasceu, em 1977, em São Luis de
Montes Belos, interior do Estado de Goiás. Ainda na adolescência, mudou-se para
Goiânia.
Estudou
Direito e especializou-se em Direito Penal. A sua grande inclinação, contudo,
na esfera jurídica, gira em torno dos Direitos Humanos.
Nascida
no seio de uma família protestante, dedicou-se ao estudo da Teologia Cristã.
interessando-se ainda a compreender outras vertentes religiosas
espiritualistas. Para Nara, Deus é Poesia.
Escreve
desde os 9 anos de idade. O seu primeiro livro, “Não Borboletarás”, foi
publicado o seu primeiro livro no ano de 2013, pela Editora Kelps.
Outros
poemas na da autora em:
Escritos
de Nara Rúbia Ribeiro
Revista
Pazes
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