sábado, junho 30, 2012

DIAMONDS: A JUBILEE CELEBRATION - Exposição de Encerramento das Celebrações do Jubileu de Diamante da Rainha Elizabeth II






A exposição Diamonds : a Jubilee Celebration (Diamantes: a Comemoração do Jubileu), vai mostrar as diversas maneiras como os diamantes têm sido utilizados pelos monarcas britânicos ao longo dos últimos 200 anos. Inclui uma exibição inédita de várias joias pessoais da rainha - desde aquelas herdadas por Sua Majestade até as que foram adquiridas durante o seu reinado. Os visitantes poderão ver quantas dessas extraordinárias pedras preciosas passaram por diversas transformações, tendo sido talhadas novamente ou incorporadas em novas configurações durante a sua fascinante história. A exposição abriu hoje, 30 de Junho, e vai até 7 de outubro de 2012.

Joias em exposição no Palácio de Buckingham
As comemorações do Jubileu de Diamante da Rainha Elizabeth II terminaram ontem oficialmente, mas de facto só terminarão  em 2013, ano em que na realidade se completam os 60 anos de reinado da monarca britânica. Este foi pois um dos eventos que assinalam o fim das comemorações reais.

A disputa pela melhor homenagem ao Jubileu de Diamante da Rainha Elizabeth II foi acirrada. A loja de luxo Harrods decidiu caprichar na sua proposta e convidou as principais marcas de moda para reinterpretar a coroa de St. Edward, uma das mais antigas da realeza inglesa, usada na coroação dos monarcas desde o século XVI. E assim aconteceu com Elizabeth II. Reproduzo seguidamente as principais versões dos diversos estilistas.

Diversas reinterpretações da coroa do rei Edward. segundo os diversos estilistas

De entre as joias da coroa britânica, expostas ao público pela primeira vez, as peças feitas com o Diamante Cullinan , o maior do mundo, são as que despertam maior curiosidade. A pedra que pesava 3.106 quilates em estado bruto, foi descoberta em 1905, numa mina da África do Sul. Trata-se dos maiores diamantes lapidados e sem falhas de todo o mundo e fazem parte das joias da coroa guardadas na Torre de Londres . As principais peças que o integram são o ceptro e a coroa que a rainha usa nas cerimónias da Coroação e abertura do Parlamento , um broche com pingente (constituído por dois fragmentos do diamante) e o colar Delhi Durbar em esmeraldas e pingente de diamante.

Quem quer que se desloque a Londres não deverá nunca deixar de assistir a esta exibição, mesmo em tempos normais e não de festa ou celebração, com uma visita à Torre de Londres. São joias fabulosas. Tive já ocasião de as apreciar devidamente e concordo que  são impressionantemente deslumbrantes. O encanto das peças não está apenas no desenho e no preço, mas sobretudo no peso histórico.

Sua Majestade Rainha Elizabeth II, usando o broche contituído por dois fragmentos do Diamante de Cullinan

Desde sempre a realeza da Inglaterra, com os seus capítulos de poderes, amores e traição, inspiradoras de tantas obras literárias e filmes, tem exercido um fascínio muito especial. E todos estes tesouros nos transmitem  o peso do seu testemunho.

Apesar da grande discrição quanto à sua biografia e fortuna, aos 85 anos, os rumores acerca do seu património colocam a rainha Elizabeth II como uma das mulheres mais ricas do planeta, segundo a revista Forbes, que estima a sua fortuna em cerca de US$ 650 milhões. Nesta quantia não estão incluídos os tesouros da realeza, como o Palácio de Buckingham, as joias da Coroa, ou a coleções de obras de arte, que só em raríssimas ocasiões pode ser apreciada, como esta do jubileu da rainha.

Projeção da imagem da Rainha Eizabeth II, na fachada do Palácio de  Buckingham

Para assinalar esta exposição, crianças em todo o Reino Unido foram convidadas a criar um auto-retrato gigante da rainha, segundo o seu gosto pessoal. A imagem gigante da Rainha Elizabeth II foi transmitida para a fachada do Palácio de Buckingham, fruto da montagem de 200.000 retratos feitos pelos alunos britânicos.






quinta-feira, junho 28, 2012

MALDITA TRAVE! - Fim Do Sonho Português










Portugal viu ontem desmoronar-se o seu sonho de chegar à final deste Campeonato Euro 2012. Mas merece o nosso elogio e apoio para um regresso em pleno, no Mundial de 2014. Tanto poderia poderia perder como ganhar, com um pouco mais de sorte e pontaria. Maldita trave...


Bruno Alves falha o penálti que deu a vitória a Espanha

Inicialmente uma equipa cheia de espectativas por parte dos portugueses, passou por diversas fases controversas, técnicas e  comportamentais, que de modo algum abonaram em sem favor. Simplicidade e humildade nunca  diminuíram, pelo contrário, só enalteceram.


Desanimo de Cristiano Ronaldo, no final do jogo


Passado é passado. Esta equipa sob a orientação de Paulo Bento soube crescer, reconquistar de novo os portugueses, saudosistas do entusiasmo de Scolari.


Desanimo dos elementos da Equipa de Portugal, no final da disputa


Parabéns a Espanha e ao seu treinador Vicente del Bosco. Agora resta-nos apoiar "nuestros hermanos", como certamente eles também o fariam se fossemos nós os vencedores, estamos certos.


Equipa de Portugal presente neste Euro 2012, sob a orientação do treinador Paulo Bento

Os erros servem para mostrar o que não esteve certo. Todos, sem excepção ou qualquer protagonismo, merecem o nosso apoio, agradecimento e esperança de um ainda mais brilhante desempenho no Mundial de 2014!


FORÇA PORTUGAL!!!

.                                                     

sábado, junho 23, 2012

JOANA VASCONCELOS - Irreverência Portuguesa em Versailles














De 19 de junho até 30 de setembro de 2012, o Palácio de Versailles apresenta a exposição de Joana Vasconcelos Versailles nos Apartamentos de Estado e jardins. Foi a rampa final de um trabalho de um ano e meio e estima-se que esta exposição seja vista por dois milhões e meio de pessoas. Mas podem ser quatro milhões.

                   1- Mary Poppins                                                                           2- Coração Independente Vermelho

Joana Vasconcelos é a primeira mulher e a mais jovem artista portuguesa a expor no Palácio de Versailles. Versailles, como ela sempre diz. Talvez por ter estudado na école française. Talvez por ter nascido em Paris. Talvez porque tem mais sainete dizer Versailles e não Versalhes.

Joana Vasconcelos montou uma exposição de dois milhões de euros, com apoios institucionais, uma equipa de luxo, um imaginário coletivo: a Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, Secretaria de Estado da Cultura, estilistas Dino Alves, Felipe Faísca e Storytailors vestem toda a equipa. Mariza vai cantar. A presença do ministro Paulo Portas foi assegurada .

3-Coração Independente Preto                                                                  3- Le Dauphin e La Dauphine

Afinal Joana Vasconcelos é uma embaixadora da cultura portuguesa. Joana leva a Versailles as rendas do Pico (a revestir lagostas e leões), as tapeçarias de Portalegre (na peça Vitral), os têxteis de Niza (nas Valquírias), a iconografia de Bordalo Pinheiro, a filigrana de Viana recriada em talheres de plástico, a louça da Vista Alegre e o trabalho de mestre Pena que trabalha na Fundação Ricardo Espírito Santo Silva desde os 12 anos de idade.

5- Gardes                                                                                                   6- Vitrail

Porque é que o meio artístico não gosta dela, "nem com molho tomate"? Porque a obra é demasiado imediata, pop, superficial? A obra ou a pessoa de Joana Vasconcelos? Também esta circunstância não a afeta, e há quem classifique o fenómeno como "pura inveja"...

A opção da artista foi ocupar a ala da Rainha. Segundo  Joana Vasconcelos, Versailles é o local de excelência da arte nominal, onde os artistas sempre se sentiram em casa, mostrando o seu trabalho não como uma mera exposição, mas como uma configuração totalmente imbuída de arte. "Ouço ainda o eco dos passos de Marie Antoinette, a música e o ambiente festivo dos salons", segundo as suas palavras.

7- Royal Valkyrie                                                                                   8- Golden Valkyrie

Acrescenta ainda: "o meu trabalho desenvolveu-se em torno da ideia de que o mundo é uma ópera, e que Versailles encarna o ideal operístico e a estética que me inspira. É o cenário ideal para celebrar a experimentação, audácia e liberdade, onde o talento criativo é apreciado como em nenhum outro lugar.

O desafio mais fascinante da minha carreira, será certamente, interpretar a mitologia densa de Versailles, tranportá-la para o mundo contemporâneo, evocando a presença de importantes figuras femininas que aqui viveram, segundo a minha identidade e experiência de portuguesa nascida em França".

9-Valkyrie Trousseau                                                                                   10- Lilicoptère

As 17 obras que Joana Vasconcelos leva a Versailles podem e devem ser interpretadas, sumariamente, como um elogio à presença da mulher no Palácio.Perruquée é a jóia da coroa. Peça bizarra. Inspirada talvez nos ovos de Fabergé, é um ovo que é uma peruca, que é um móvel e uma obra de arte.

11-Pavillon de Thé                                                                                          12- Pavillon de Vin

Mas nem tudo correu bem a Joana Vasconcelos, neste seu projeto. O primeiro embate aconteceu com a sua peça mais famosa, a Noiva, um lustre feito de tampões, que foi censurada e não aceite por Versailles. Fortemente aborrecida, a artista teve ainda que mudar de sala  a peça Lilicoptère, o helicóptero. Mas conseguiu a cedência de Versailles para Pérruque permanecer no quarto de Marie Antoinette.

13- Pérruque                                                                                                    14- Noiva


As principais obras desta exposição de Joana Vasconcelos, estão presentes nesta publicação:
  • Blue Champagne, 2012, Feito de garrafas de champagne Pommery.
  • Marilyn, 2011, Em honra da artista, um par de sapatos feito pela acumulação de tachos e panelas em aço.
  • Mary Poppins, 2010, Em tricot e crochet feito à mão, tecidos e cabos industriais.
  • Coração Indepedente Vermelho, 2005, Reprodução dos corações de Viana, em material acrílico vermelho.
  • Coração Independente Preto, 2006, Reprodução dos corações de Viana, em material acrílico preto.
  • Le Dauphin, 2012, La Dauphine, 2012, Faianças de Bordalo Pinheiro, revestidas de renda dos Açores.
  • Gardes, 2012, Leões de mármore, revestidos de renda dos Açores.
  • Vitrail, 2012, Tapeçaria de lã e algodão.
  • Royal Valkyrie 2012, Crochet feito à mão, malha industrial, tecidos, ornamentos e cabos de aço.
  • Golden Valkyrie, 2012, Crochet feito à mão, malha industrial, tecidos, ornamentos e cabos de aço.
  • Valkyrie Trousseau, 2009, Bordados e aplicações de feltro, renda de bilros, louça de quartzo incrustada, tricot e crochet, tecidos, ornamentos e cabos de aço.
  • Lilicoptère, 2012, Helicóptero Bell 47, plumas, cristais Swarovski, pintura industrial, folha de ouro. Interiores em couro tingido e cinzelado com ouro, madeira de nogueira e retrozaria.
  • Pavillon de thé, 2012, Em ferro forjado e plantas de jasmim.
  • Pavillon de vin, 2011, Em ferro forjado e plantas de vinhas .
  • Pérruque, 2012, Em madeiras de acajou e ébano, latão dourado, laca, cera, cabelo sintético e ferro.





quinta-feira, junho 14, 2012

MALUDA (1934-1999) - Uma Pintora Que Amou Lisboa...












Ainda na sequência da quadra festiva que Lisboa vive, com as festas dos seus Santos Populares, achei que tinha toda a lógica  evocar, numa singela homenagem, o nome de uma pintora que, não tendo nascido nesta nossa capital, todavia amou-a como poucos e soube, na sua vivência, absorver e transmitir a alma lisboeta na sua mais verdadeira essência. Maluda. Um tanto afastada, talvez mesmo algo abandonada...

Maluda, fotografada pelo fotógrafo Eduardo Cabrita

A noite lisboeta atraía Maluda. O Botequim, que frequentava com Natália Correia (escritora e poetisa), era o seu poiso noturno,  onde as tertúlias duravam, muitas vezes, até às tantas da madrugada. Os seus maiores amigos foram Amália Rodrigues, Natália Correia e Marco Paulo. Apesar de solitária, vivendo só por opção de vida conscientemente assumida, Maluda ajudou a avivar o mito do artista boémio, uma velha tradição da Lisboa burguesa, dos tempos de Almada Negreiros e Fernando Pessoa.

Maluda dizia: "Não acredito na pintura de ocasião, de inspiração. A pintura é trabalho, a arte dá trabalho", acrescentava. Por isso pintava todos os dias religiosamente, como um emprego. De preferência à tarde, quando as cores eram mais puras, mais filtradas.

Francisco de Sá Carneiro - por Maluda

Como confessou numa entrevista, " a atmosfera fica mais calma, as cores mais filtradas, tudo é mais ameno e bonito". A geometria das formas é uma das características fundamentais da pintura de Maluda. O mundo de Maluda não era o preto e branco e isso é bem visível na sua obra onde a cor, os tons claros e os contrastes assumem importância primordial.

Maria de Lurdes Ribeiro, Maluda, nasceu na cidade de Pangim, em Goa, no então Estado Português da Índia, a 15 de novembro de 1934. Viveu desde 1948 em Lourenço Marques (atual Maputo), onde começou a pintar e onde formou, com mais quatro pintores, o grupo que se intitulou "Os Independentes", que expôs coletivamente em 1961, 1962 e 1963. Em 1963 obteve uma bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian e viajou para Portugal, onde trabalhou com o mestre Roberto de Araújo em Lisboa. Entre 1964 e 1967 viveu em Paris, bolseira da Gulbenkian. Aí trabalhou na Académie de la Grande Chaumière com os mestres Jean Aujame e Michel Rodde.

Foi nesta altura que se interessou pelo retrato e composições que fazem a síntese da paisagem urbana, com uma paleta de cores muito característica e uma utilização brilhante da luz, que conferem às suas obras uma identidade muito própria e inconfundível.

Maluda, auto-retrato

Depois da sua primeira exposição individual na galeria do Diário de Notícias, em 1973 realizou uma grande exposição individual na Fundação Gulbenkian, que obteve grande sucesso e lhe deu grande notoriedade. A partir de então, tornou-se numa das pintoras mais famosas do século XX. Três anos depois, e durante mais dois anos foi novamente bolseira da Fundação Gulbenkian, estudando em Londres e na Suíça. A partir de 1978 dedicou-se também à temática das janelas, procurando utilizá-las como metáfora da composição publico-privada.

No ano seguinte recebeu o "Prémio da Pintura" da Academia Nacional de Belas Artes de Lisboa. Após nova exposição na Fundação Gulbenkian, E 1985, Maluda foi convidada para fazer várias séries de selos para os CTT. Dois dos selos da sua autoria ganharam, na World Government Stamp Printers Conference, e em Périgueux, França, o "Prémio Mundial" para o melhor selo. Recebeu ainda, em 1994, o prestigiado "Prémio Bordalo Pinheiro" e em 1998 foi agraciada pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, com a Ordem do Infante D. Henrique.

Maluda com o seu irmão Eduardo, em Moçambique

Embora experimentando vários géneros, retratos, serigrafias, tapeçarias, cartazes, painéis murais, ilustrações e selos do correio, o cerne principal da pintura de Maluda está muito voltado para a síntese da paisagem urbana, no que a sua arte, na opinião de alguns, segue conceptualmente Paul Cézanne (1839-1906), o mestre do Impressionismo.

Os quadros que pintava eram baseados principalmente nas cidades, na pintura de paisagens urbanas, janelas e vários outros elementos arquitetónicos. As suas janelas, com pequenas varandas e com paleta de cores bem viva e expressa nos azulejos típicos de Lisboa são disso flagrante exemplo.

Maluda morreu cedo, a 10 de fevereiro de 1999, em condições de sofrimento moral e físico.



Telhados de Lisboa- por  Maluda




Vergílio Ferreira fala dela, discretamente e com ternura, em "Escrever": 


"170. Está sentada numa cadeira de rodas. Tem as pernas cortadas pelos joelhos. E entretanto a morte vai-a trabalhando no que lhe resta ainda vivo... E enquanto o fim não vem, ela pinta. E ri com os amigos. E inventa festins para celebrar com eles a alegria que perdura. Breve talvez tudo acabará. Mas como o apóstolo, ela poderá perguntar: ó morte, onde está a sua vitória? E a morte levá-la-á enfim, mas acabrunhada de vergonha e de silêncio."


Os restos mortais de Maluda repousam no Cemitério dos Prazeres, na sua amada Lisboa. 

Em testamento, a artista instituiu o "Prémio Maluda" que, durante alguns anos, foi atribuído pela Sociedade Nacional de Belas-Artes.










OBRAS DE MALUDA:

À esquerda: 1-2-3-Lisboa; 4- A Romã.  
 À direita: 1-Auto-retrato;2- Janela;3- Amália Rodrigues;4- Janela






"JANELAS" DE MALUDA

POEMA DE ROSA LOBATO FARIA (Poetisa), DEDICADO A MALUDA:



domingo, junho 10, 2012

FESTAS POPULARES DE LISBOA 2012 - CONVITE











Todos os anos, a partir do começo da primavera até ao começo do outono, Lisboa inteira vira uma festa. E Lisboa convida todos para dela participarem. Celebrações que além de diversão, pretendem motivar a reflexão sobre a importância das raízes culturais, dos rituais e da convivência. 

O ponto alto são as comemorações dos Santos Populares, Santo António (13 de junho), São João (24 de junho) e São Pedro (29 de junho), mas é especialmente comemorado o dia de Santo António, Padroeiro de Lisboa, cujos festejos mais marcantes acontecem na noite do dia 12.  E são eles o grande desfile das Marchas de Lisboa na Avenida da Liberdade e os numerosos Arraiais que dão cor, música e alegria aos bairros típicos da cidade, dos quais se destacam Alfama, Mouraria e Madragoa. É a noite da sardinha assada no pão, de saltar a fogueira e queimar a alcachofra...


Muitas outras actividades são realizadas na rua como festivais de teatro de bonecos, shows, desfiles. Os locais emblemáticos da cidade também recebem espectáculos, como a Festa do Fado que tradicionalmente acontece no Castelo de São Jorge, ou os Festivais de Cinema, que se realizam no Cinema São Jorge.

Bernardo Sassetti vai ser homenageado na edição de este ano das Festas de Lisboa 2012. O pianista, que morreu recentemente depois de ter caído de uma falésia na praia do Guincho, na zona de Cascais, era um dos artistas convidados a integrar a programação do evento. A organização decidiu, por isso, dedicar a edição das Festas de Lisboa deste ano à memória do músico.

A programação destas festas  vai estar centrada em "seis eixos fundamentais": o Concerto de Abertura, a Festa do Fado, os 80 anos das Marchas Populares, os Arraiais, o Concerto de Encerramento e a comemoração do Dia de Portugal no Terreiro do Paço. E já tiveram o seu início com um espectáculo de rua na noite de 31 de maio na zona do Rossio e Restauradores, o evento "Firebirds Titanick Theatre".


Durante a Festa do Fado, que este ano ganhou relevo especial com a nomeação do fado como Património da Humanidade, vai ser possível assistir a um ciclo de cinema sobre fado e uma "apresentação de guitarristas da nova geração", no evento "Sábado, Meia-noite, uma Guitarra", além dos habituais concertos do Castelo de são Jorge, anteriormente referidos.

Ainda no 80.º aniversário, as Marchas Populares comemoram também o Ano de Portugal no Brasil /de Brasil em Portugal, com marchas convidadas oriundas do Brasil (Rei de Paus), de Macau (Dança do Dragão) e dos Emirados Árabes Unidos (National Band). A Festa da Sardinha, os Arraiais, vão manter-se espalhados pela cidade.

Para a comemoração do Dia de Portugal, a 10 de junho, houve já um concerto no Terreiro do Paço com Sérgio Godinho, Jorge palma, Manuela Azevedo e Virgem Suta, como convidados.

Durante todo este mês de junho, Lisboa será palco de várias apresentações e festivais, como o "Coral de Verão" (vários coros de origens mundiais concentrados em equipamentos de Belém), o "Festival do Silêncio", o "Lisboa cidade do cinema" (exibição de vários filmes sobre Lisboa, no Cinema Nimas), o "Surf Film Festival" (no Cinema São Jorge), o "Ludopolis" (festival de jogos no Jardim Tropical de Belém), o "Lusitango" (festival de tango), o "Compasso Fest" (bandas de Lisboa) e o "Andar em Festa" (música nos transportes públicos), entre outros.


Para encerrar as festas da cidade, está marcado um concerto na Alameda, no dia 30 de junho, com as participações de Milton Nascimento, António Zambujo, Ana Moura e Carminho.

Por tudo isto e por muito mais, Lisboa convida todos para uma visita e a todos estará pronta para receber de braços abertos...

Para o fazer, e conhecer em pormenor o programa das Festas de Lisboa 2012, basta seguir o link: Festas de Lisboa 


Divirtam-se!




LISBOA CONVIDA:

FIREBIRDS TITANICK THEATRE:

MARCHAS POPULARES DE LISBOA:



sábado, junho 09, 2012

DIA DE PORTUGAL, DE CAMÕES E DAS COMUNIDADES - 10 de Junho de 2012








No dia 10 de Junho celebra-se em Portugal o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades. O feriado nacional assinala ainda o dia da morte do poeta Luís Vaz de Camões, em 1580, autor de "O Lusíadas" e maior escritor português.

Durante o regime ditatorial do Estado Novo de 1933 e até à Revolução dos Cravos de 25 de Abril de 1974, , o dia 10 de junho era celebrado como o "Dia da Raça: a raça portuguesa ou os portugueses".

Após a Revolução do 25 de Abril de 1974, que marcou o fim do regime ditatorial do Estado Novo, a celebração do dia passou a prestar homenagem a Portugal, Camões e às Comunidades de Língua Portuguesa.

Neste dia o Presidente da República e altas individualidades do Estado participam em cerimónias de comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, que decorrem em cidades diferentes, todos os anos.

Este ano a cidade escolhida foi a cidade de Lisboa, onde estas cerimónias e comemorações se prolongam por todo o fim de semana, uma vez que o dia 10 de junho de 2012 calhou a um domingo, e por decisão do Presidente da  República Aníbal Cavaco Silva.










quarta-feira, junho 06, 2012

S.M.RAINHA ELIZABETH II (Parte II) - O Jubileu de Diamante (Festejos)










O Jubileu de Diamante da rainha Isabel II arrancou este sábado e durou até ao dia de ontem, terça feira. Quatro dias de festa no Reino Unido, apesar de muitos britânicos terem aproveitado o fim de semana prolongado para sair do país.

Príncipe Harry, Princesa Kate e Príncipe William

O reinado de Isabel II tem sido excecional por muitas razões. A longevidade é uma delas. Teve 12 primeiros-ministros, seis Papas, 261 visitas oficiais ao estrangeiro, entre as quais, 78 visitas de Estado a 116 países.

A lista de números é interminável, mas é representativa da importância de 60 anos de reinado da   pragmática monarca, somente ultrapassada pela trisavó Vitória ( 63 anos de reinado e 81 de vida ).  Isabel II tinha 25 anos quando se tornou rainha em fevereiro de 1952. Aos 86 anos é a monarca britânica que mais tempo viveu.

Os britânicos quiseram mostrar à soberana o quanto apreciam o pilar que representa para o Estado, um equilíbrio e contenção às vezes incompreendidos e mesmo criticados, como na morte de Diana. O futuro da monarquia britânica, tantas vezes posto em causa, parece estar assegurado pela diplomacia de Guilherme e Kate.

Elizabeth II, emocionada

São muitos os eventos que celebraram este jubileu. No domingo a monarca foi passear no Rio Tamisa, acompanhada por uma frota de mil barcos, assistida por uma multidão de britânicos que instalaram as suas mesas para o almoço, nas ruas.

O Príncipe Guilherme e a Princesa Kate não hesitaram em confraternizar com os súbditos de Sua Majestade. Tanto mais que um piquenique gigante foi programado para as ruas de Londres. Perdidos numa multidão de cerca de seis milhões de pessoas, foi em Picadilly Circus que o Príncipe Carlos e Camilla se sentaram à mesa para partilharem do repasto.

Na segunda feira, frente ao Palácio de Buckingham, teve lugar um monumental concerto que reuniu nomes como os de Elton John e Paul McCartney. Os dias de comemoração foram decretados feriados no Reino Unido.

Ontem, terça feira, chegaram ao fim as celebrações do Jubileu de Isabel II. Sua Majestade assistiu a uma homilia na Catedral de São Paulo e participou num banquete em Westminster com 700 convidados, de onde regressou ao Palácio de Buckingham num coche aberto de 1902.

 A Rainha Elizabeth II e sua nora Camilla

Passados quatro dias de intensas celebrações, num último ato público, a família real saudou a multidão  concentrada em frente do Palácio de Buckingham, com a habitual presença na varanda do palácio.

Mas desta vez Isabel II não teve a seu lado a habitual presença do Príncipe Filipe. Recorde-se que o Príncipe Filipe foi hospitalizado na segunda feira, em consequência de uma infeção na bexiga. A Força Aérea de Sua Majestade, também numa última homenagem, cumpriu a saudação nos ares, pintado os céus de branco, azul e vermelho.



Cerimónia em Westminster
No final, como encerramento, a rainha Isabel II agradeceu aos súbditos e organizadores das comemorações, através de uma mensagem transmitida pela televisão e que inseri no último vídeo desta publicação. 

Para a monarca, tratou-se de "uma experiência tocante".

Para nós também, mas talvez de maneira um pouco diferente, tendo em conta as iniciais intenções de contenção face à crise mundial. 

Mas parece que esta não reina no reino de Sua Majestade.






Fogo de artfício ilumina o Big-Ben
Assim só nos resta deixar os votos para que a longevidade também se estenda à prosperidade, que no Reino Unido reina conjuntamente com IsabeII...

















terça-feira, junho 05, 2012

2.º ANIVERSÁRIO - Preto, Branco, E...









Ao completar o seu 2.º aniversário, fiel sempre aos objectivos a que se propôs, a partilha, lazer e algum prazer intelectual, apenas por "amor à camisola" e sem quaisquer fins lucrativos, PRETO, BRANCO, E...agradece aos seus Seguidores, Amigos do Google+ e da blogosfera, do Facebook e de toda a internet, mais este ano em que o visitaram de maneira tão amiga e significativa. As mensagens mais visitadas este ano foram:


  • 1.ª- ANOREXIA - Morte de Isabelle Caro  ( em 01/01/2011), com 3.100 visualizações)
  • 2.ª - MONA LISA - Um Sorriso, Um Rosto...O Eterno Enigma  (em 24/02/2011, com 1.580 visualizações)
  • 3.ª - CORNO DE ÁFRICA - Dez Milhões Morrem com Fome (em 28/07/2011), com 688 visualizações)





PARA TODOS,



Obrigado






sexta-feira, junho 01, 2012

VINICIUS DE MORAES, O POETA DA BOSSA NOVA (1913-1980) - Apontamento de Poesia Contemporânea (Parte X)








"Se eu tivesse, se eu tivesse muitos vícios
O meu nome deveria ser Vinicius
Se esses vícios fossem imorais
Eu seria o Vinicius de Moraes."





Vinicius de Moraes nasceu no Rio de Janeiro, RJ e aqui se formou em Direito, em 1933.Poeta essencialmente lírico, também conhecido como "Poetinha" (apelido que lhe teria sido atribuído por Tom Jobim), notabilizou-se pelos seus sonetos.
Vinicius e Toquinho

Conhecido como um boémio inveterado, fumador e apreciador de uísque, foi também conhecido por ser um grande conquistador. Ao longo da sua vida, o Poetinha casou-se nove vezes. Vinicius de Moraes foi de muitos. Tivesse sido um só e seria, como disse Sergio Porto, apenas Vinicius de Moral.

Foi poeta, diplomata, letrista e pedra filosofal da Bossa Nova, crítico de cinema, dramaturgo eventual, cidadão do mundo. É trágico, transcendental, materialista, cínico, divertidíssimo, boémio e apaixonado por multidões de mulheres, inclusive as mais feias, para quem pedia afeto e piedade. De manhã escurecia, de noite ardia.

"Antologia Poética"

Vinicius foi cidadão do mundo. Beijou a mão da inexpugnável Greta Garbo. Ficou amigo de Orson Welles. Embriagou-se com Pablo Neruda, de quem não conseguia despedir-se. Em Hollywood, numa festa, foi apresentado a uma morena jovem e cintilante, por Carmen Miranda, e da qual não conseguia tirar os olhos... Era Ava Gardner, antes de enlouquecer Frank Sinatra.

Vinicius de Moraes, pertencente à segunda geração do Modernismo, é um dos poetas mais populares da Literatura Brasileira. As suas canções alcançaram um êxito enorme junto do público, como "Garota de Ipanema", a música brasileira mais executada em todo o mundo. Para alguns, depois de "Vinicius musical", foi o "Vinicius cronista" que mais depressa conquistou o coração do público. Mas a sua obra poética teve e continua a ter um sucesso inegável, sobretudo ao produzir poemas como o Soneto da Fidelidade. Também, com sucesso, escreveu poemas infantis como os da Arca de Noé (1970).

No mesmo ano em que se formou, 1933, publicou o "Caminho para a Distãncia", o seu primeiro livro de poesia. Ainda na década de 1930 lançou "Forma" e "Exegese", "Ariana, a Mulher"(1936) e "Novos Poemas(1938).

Vinicius de Moraes com o presidente Lula da Silva, numa
 manifestação em que o poeta foi nomeado embaixador.

Em 1938 viajou para Inglaterra, para estudar a língua e a Literatura Inglesa. De regresso ao Brasil, ingressou na carreira diplomática; serviu nos Estados Unidos, em França e no Uruguai. Em 1956 iniciou uma parceria com Tom Jobim, autor das músicas para a sua peça "Orfeu da Conceição". No ano seguinte publicou o "Livro de Sonetos". E em 1958 lançou o LP "Canção do Amor Demais", que incluiu a música "Chega de Saudade", composta de parceria com Tom Jobim, e que se tornou o marco do movimento da Bossa Nova.

Nas décadas seguintes participou deste movimento com diversas parcerias: Baden Powell, Carlos Lyra, Edu Lobo, Francis Hime, Pixinguinha, Tom Jobim e Toquinho.

Monumento a Vinicius de Moraes, em Itapoã

Na noite de 8 de Julho de 1980, numa conversa em que acertava detalhes musicais com Toquinho sobre as canções do álbum "Arca de Noé", Vinicius alegou cansaço e a necessidade de tomar um banho. Na madrugada do dia seguinte, foi encontrado adormecido na banheira, pela empregada que o acordou, com dificuldades respiratórias. Toquinho, que estava a dormir, levantou-se e tentou socorrê-lo, acompanhado pela última esposa do poeta, Ilda Matoso. Mas não houve tempo. Vinicius de Moraes morreu pela manhã.

Vinicius de Moraes, o "branco mais preto do Brasil", segundo as suas próprias palavras, será sempre recordado como o "pai" do movimento da Bossa Nova...

"Saraba", Vinicius.



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POEMAS DE VINICIUS DE MORAES:


1- Eu Sei e Você Sabe; 2- A Porta; 3- Soneto do Amor Total

Eu sei e você sabe

Eu sei e você sabe
Já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe
Que distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham a você.

Assim como o Oceano, só é belo com o luar,
Assim como a Canção, só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem, só acontece se chover,
Assim como o poeta, só é bem grande se sofrer
Assim como o viver sem ter amor, não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você!

A Porta

Eu sou feita de madeira
Madeira, matéria morta
Mas não há coisa no mundo
Mais viva do que uma porta.

Eu abro devagarinho
Pra passar o menininho
Eu abro bem com cuidado
Pra passar o namorado
Eu abro bem prazenteira
Pra passar a cozinheira
Eu abro de sopetão
Pra passar o capitão.

Só não abro pra essa gente
Que diz ( a mim bem me importa...)
Que se uma pessoa é burra
É burra como uma porta.

Eu sou muito inteligente!

Eu fecho a frente da casa
Fecho a frente do quartel
Fecho tudo nesse mundo
Só vivo aberta no céu!

Soneto do amor total

Amo-te tanto meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te enfim, de um amor calmo prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Pela luz dos olhos teus

Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só pra me provocar
1-Pela Luz dos Olhos Teus: 2- A Felicidade; 3- Vinicius
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar.

Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.

A Felicidade

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira.

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranqüila
Depois de orvalho oscila
E cai como uma lágrima de amor.

A felicidade é uma coisa boa
E tão delicada também
Tem flores e amores
De todas as cores
Tem ninhos de passarinhos
Tudo de bom ela tem
E é por ela ser assim tão  delicada
Que eu trato dela sempre muito bem

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite, passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Pra que ela acorde alegre com o dia
Oferecendo beijos de amor.

Vinicius

De repente o riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amor próximo distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.






FELICIDADE (VINICIUS DE MORAES):

SAMBA DE BÊNÇÃO (Poema:VINICIUS - TOQUINHO:Música):



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