sexta-feira, janeiro 30, 2015

UM MINUTO DE ANIMAÇÃO QUE VALE MIL PALAVRAS





"Há uma arma de destruição massiva que está sendo usada todo os dias,
 em todo o mundo, 
sem que seja preciso o pretexto da guerra: 
essa arma chama-se fome".

MIA COUTO
(Conferência de Estoril)

Baseada numa história ancestral sobre a fome e partilha, este vídeo de animação faz parte da campanha da Caritas “One Human Family, Food for All” .

A “alegoria das colheres longas” ensina-nos que quando lutamos por apenas nos alimentarmos sem pensar nos outros, todos passam fome. Mas quando nos concentramos na fome do nosso vizinho, descobrimos que há maneiras de todos se alimentarem.





terça-feira, janeiro 27, 2015

PELA NOITE,COM O PIANISTA TSUYOSHI YAMAMOTO: "As Time Goes By"









PELA NOITE, COM DEMIS ROUSSOS





QUAND JE T´AIME

Quand je t'aime
J'ai l'impression d'être un roi
Un chevalier d'autrefois
Le seul homme sur la terre
Quand je t'aime
J'ai l'impression d'être à toi
Comme la rivière au Delta
Prisonnier volontaire

Quand je t'aime
Tous mes gestes me ramènent
A tes lèvres ou à tes bras
A l'amour avec toi
Quand je t'aime
Il est minuit ou midi
En enfer au paradis
N'importe où mais ensemble
Quand je t'aime
Je ne sais plus si je suis
Un mendiant ou un messie
Mais nos rêves se ressemblent

 Quand je t'aime
J'ai des fleurs au bout des doigts
Et le ciel que je te dois
Est un ciel sans étoiles
Quand je t'aime
J'ai la fièvre dans le sang
Et ce plaisir innocent
Me fait peur, me fait mal

 Quand je t'aime
J'ai l'impression d'être un roi
Un chevalier d'autrefois
Le seul homme sur la terre
Quand je t'aime
J'ai l'impression d'être à toi
Comme la rivière au Delta

Prisonnier volontaire
Quand je t'aime
Il est minuit ou midi
En enfer au paradis
N'importe où mais ensemble

Quand je t'aime
Je ne sais plus si je suis
Un mendiant ou un messie
Mais nos rêves se ressemblent
Quand je t'aime

DEMIS ROUSSOS

(Chant)




segunda-feira, janeiro 26, 2015

UMA HOMENAGEM SIMPLES PARA O MAIOR CANTOR GREGO DO SÉCULO. DEMIS ROUSSOS DEIXOU-NOS.






Demis Roussos morreu em Atenas ontem, 25 de janeiro de 2015, com a idade de 68 anos. Aclamado mundialmente por êxitos como Quand je t'aime, Forever And Ever ou Goodbye My Love, Goodbye, foi um dos cantores mais aclamados da sua geração.

Hoje, os fãs de Demis Roussos, juntamente com o resto do mundo da música, recordam a figura emblemática que ele foi. Nascido com o nome Artémios Ventoúris Roússos em Alexandria em 15 de junho de 1946, a sua carreira teve um percurso que se prolongou ao longo de muitas épocas e gostos diferentes na história grega. 

Demis Roussos não foi apenas um grande cantor, foi um ícone, uma inspiração para todos.
Em 1987, tocou os corações de milhões com Quand je t'aime. O seu legado continua a crescer à medida que novas gerações de fãs descobrem a sua herança musical única.

Apesar de Demis já não estar fisicamente entre nós, a sua presença é mais poderosa do que nunca. Deixou um vazio ainda por preencher.

Descanse em paz






sábado, janeiro 24, 2015

CONCERTO DE ANO NOVO 2015 - ORQUESTRA FILARMÓNICA DE VIENA (ÁUSTRIA)







O Concerto de Ano Novo, realizado pela Filarmónica de Viena (em alemão Das Neujahrskonzert der Wiener Philharmoniker) é um concerto especial de música clássica que se realiza todos os anos no dia 1 de Janeiro, na sala grande do Musikverein em Viena, na Áustria. O concerto é televisionado e assistido por um bilhão de pessoas em mais de cinquenta países.

O maestro indiano Zubin Mehta foi o escolhido para dirigir aquele que é o acontecimento musical mais mediático do início de cada ano, o Concerto de Ano Novo no Musikverein de Viena. Pela quinta vez que este diretor musical, nascido em Bombaim em 1936, esteve à frente da Orquestra Filarmónica de Viena, entrando assim no clube restrito de maestros que tiveram essa honra: os austríacos Clemens Krauss (1893-1954) e Willi Boskovsky (1909-1991) e o norte-americano Lorin Maazel (1930-2014).


O programa do concerto, já na 75ª. edição, teve cerca de duas dezenas de peças, maioritariamente de autoria da famosa dinastia Strauss, como a Marcha de Radetzky, de Johann Strauss Pai, ou o Danúbio azul, do filho. Fora da família Staruss, foram interpretadas o Galope do champagne, do compositor dinamarquês Hans Christian Lumbye, e Cavalaria ligeira, do austríaco Franz von Suppé, conhecido autor de operetas.

Apesar do tom ligeiro e festivo do programa, Zubin Mehta dirigiu muitas peças pela primeira vez, o que o obrigou a um trabalho mais difícil nos ensaios. Mas o maestro apostou no carácter festivo do evento, e no seu significado para os milhões de espectadores que a ele assistem em todo o mundo. “Há em todo o lado pessoas que se odeiam. Mas esta música aproxima-os durante duas horas e meia, e é isso que é importante”, declarou Mehta.

Depois de, na última edição, a Filarmónica de Viena ter sido dirigida por Daniel Barenboim num espectáculo que assinalou o centenário do início da Primeira Guerra Mundial, o Concerto de Ano Novo de 2015 foi dedicado a celebrar instituições históricas da capital austríaca: os 650 anos da Universidade de Viena, os 200 anos da Universidade Técnica, mas também os 150 anos da abertura da circular rodoviária (Ring) que delimita o centro histórico.


No que diz respeito a Zubin Mehta, além da quinta vez que dirige o Concerto de Ano Novo, foi mais um regresso a uma cidade a que está ligado desde que, com apenas 18 anos, aí se radicou para estudar no Conservatório de Música. Foi também em Viena que se estreou como maestro, em 1958, três anos antes de dirigir, pela primeira vez, a Filarmónica da cidade.

Ao longo daquela que é uma das carreiras de maestro mais celebradas no último meio século, Zubin Mehta foi director musical das filarmónicas de Los Angeles (1962-78) e de Nova Iorque (1978-91), sendo atualmente diretor vitalício da Filarmónica de Israel.

Os concertos de Ano Novo são realizados no Salão Maior (em alemão Großer Saal) do Musikverein desde 1939. A partir de 1980, as flores que decoram profusamente a sala são ofertas da cidade de Sanremo, na Itália. Durante o concerto, algumas peças são acompanhadas por ballet, com a participação ao vivo ou gravada em diversos monumentos famosos da Áustria (Palácio de Schönbrunn, Schloss Esterházy, a Ópera Estatal de Viena, por exemplo) e partes do Musikverein, por dançarinos do Ballet da Ópera Estatal de Viena.


Este tradicional concerto de Viena é um embaixador musical da Áustria, para enviar ao mundo uma saudação de Ano Novo com o espírito de esperança, amizade e paz.


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PELA NOITE, COM FERNANDO PESSOA: "...SOU APENAS PESSOA"





…SOU APENAS PESSOA
      

Como escrevo em nome destes três?... Caeiro por pura e inesperada inspiração, sem saber ou sequer calcular que iria escrever. Ricardo Reis, depois de uma deliberação abstracta, que subitamente se concretiza numa ode. Campos, quando sinto um súbito impulso para escrever e não sei o quê. (O meu semi-heterónimo Bernardo Soares, que aliás em muitas coisas se parece com Álvaro de Campos, aparece sempre que estou cansado ou sonolento, de sorte que tenha um pouco suspensas as qualidades de raciocínio e de inibição; aquela prosa é um constante devaneio. É um semi-heterónimo porque, não sendo a personalidade a minha, é, não diferente da minha, mas uma simples mutilação dela. Sou eu menos o raciocínio e a afectividade. A prosa, salvo o que o raciocínio dá de tenue à minha, é igual a esta, e o português perfeitamente igual; ao passo que Caeiro escrevia mal o português, Campos razoavelmente mas com lapsos como dizer «eu próprio» em vez de «eu mesmo», etc., Reis melhor do que eu, mas com um purismo que considero exagerado...)


Sou…todos aqueles que nunca fui 
e serei todos eles sem o ser.
Sou apenas Pessoa.



FERNANDO PESSOA
in “Livro do Desassossego”



quarta-feira, janeiro 21, 2015

UMA VISITA HISTÓRICA: O PAPA FRANCISCO NAS FILIPINAS








O Papa Francisco concluiu na passada semana nas Filipinas uma viagem à Ásia, que se iniciou no Sri Lanka, durante a qual multiplicou mensagens e gestos em favor dos mais pobres, da paz e do diálogo entre religiões.

“Devemos ser claros e inequívocos ao desafiar as nossas comunidades a viver plenamente os princípios da paz e da coexistência, que se encontram em cada religião, e denunciar atos de violência sempre que são cometidos”, afirmou, durante um encontro com responsáveis das principais comunidades religiosas.

Um dia depois de uma Missa ao ar livre com mais de seis milhões de pessoas, a maior celebração na história da Igreja Católica, o Papa regressou ao Vaticano, de onde partiu na segunda-feira, completando assim um total de 17 mil quilómetros percorridos.

Mais uma vez, milhares de pessoas acompanharam o percurso do papamóvel nas ruas da capital filipina, entre a Nunciatura Apostólica e o aeroporto, onde decorreu a cerimónia de despedida, sem discursos oficiais mas com coreografias e cantos enquanto o pontífice argentino se despedia das autoridades civis e religiosas.

Na a primeira vez que um Papa passou pelo espaço aéreo chinês, Francisco dirigiu-se ao presidente Xi Jinping, “invocando as bênçãos divinas da paz e bem-estar para a nação”.
Durante as homilias e discursos em Manila, Francisco questionou em várias ocasiões as “estruturas sociais que perpetuam a pobreza” e denunciou a “corrupção”.

O Papa mostrou-se preocupado com o que chamou de “colonização ideológica” da família, com “ataques insidiosos e programas contrários” ao matrimónio tradicional, à natalidade e ao direito à vida. 

A viagem ficou ainda marcada pela deslocação à ilha filipina de Leyte, a região mais afetada em novembro de 2013 pelo supertufão Haiyan. Francisco presidiu a uma Missa campal, junto ao aeroporto de Tacoblan, debaixo de fortes ventos e chuva, durante a qual centenas de milhares de pessoas rezaram pelas vítimas e seus familiares.
"Muitos de vocês perderam parte da família: apenas posso guardar silêncio, acompanho-os com o coração, em silêncio", disse, numa intervenção improvisada, em espanhol, deixando de lado o texto preparado.

A passagem pelo maior país católico da Ásia contou com várias surpresas do Papa argentino, que fez uma paragem surpresa junto a uma casa de pescadores na cidade de Tacloban, no percurso entre o aeroporto local e a Catedral de Palo, onde Francisco almoçou depois com 30 sobreviventes e familiares das vítimas. Numa visita encurtada em quatro horas, devido à tempestade, o Papa quis deixar um sinal de proximidade junto dos “mais pobres dos pobres”.

Na sexta-feira, o Papa tinha feito outra paragem não programada, num centro para crianças abandonadas, dirigido por uma fundação católica, onde passou 20 minutos com mais de 300 crianças.
Os jovens estiveram no centro das atenções da manhã de domingo, num encontro que decorreu na única universidade pontifícia da Ásia: Francisco apresentou um discurso improvisado a partir do testemunho de Gyzelle Palomar, uma menina de 12 anos, acolhida por uma fundação católica depois de ter sido abandonada na rua.
A atenção pelos mais pobres foi levada ao palácio presidencial, no primeiro discurso em Manila, em que o Papa pediu o fim das “cadeias da injustiça e da opressão”.

Esta mesma mensagem foi transmitida aos membros do clero e dos institutos religiosos, que se reuniram com Francisco na Catedral de Manila para ouvir um desafio à transformação da “sociedade que se habitou à exclusão, à polarização e a uma desigualdade escandalosa”.


Francisco percorreu mais de 17 mil quilómetros para deixar uma mensagem de esperança aos católicos do continente, numa viagem memorável na história da Igreja Católica








O PAPA FRANCISCO DEFENDE A LIBERDADE DE EXPRESSÃO E O SEU USO "SEM OFENDER".






O papa Francisco comentou as caricaturas do ‘Charlie Hebdo’ e sublinhou que a liberdade de expressão deve exercer-se sem ofender, mas acrescentou que matar em nome de Deus é “uma aberração”.


O papa Francisco defendeu hoje que a liberdade de expressão é um direito fundamental, que não permite “insultos à fé dos outros”, acrescentando que “matar em nome de Deus” é “uma aberração”.
 “Não podemos provocar, não podemos insultar a fé dos outros, não podemos ridicularizá-la“, disse aos jornalistas a bordo do avião, que levou o papa de Colombo para Manila, quando questionado sobre as caricaturas do semanário satírico francês Charlie Hebdo, alvo de um atentado que causou 12 mortos, na semana passada, em Paris.

A liberdade de expressão deve “exercer-se sem ofender”, disse, sublinhando que expressar-se era um “direito fundamental”.

“Todos têm não apenas a liberdade, o direito, como também a obrigação de dizer o que pensam para ajudar o bem comum. É legítimo usar esta liberdade, mas sem ofender”, insistiu, pedindo verdade, principalmente na atividade política.


“Se o meu bom amigo Dr. Gasparri ofender a minha mãe, deve preparar-se para levar um soco. É normal, é normal. Não se pode provocar”, disse ainda o papa, referindo-se a Alberto Gasparri, responsável pela organização das visitas papais, que se encontrava ao seu lado.
O papa sublinhou que a liberdade de religião e a liberdade de expressão era “ambas direitos humanos fundamentais“.
Francisco condenou também os assassínios cometidos em nome da religião.

“Não podemos ofender, ou fazer a guerra, ou matar em nome da própria religião, em nome de Deus”, afirmou. Matar em nome de Deus “é uma aberração” e “é preciso ter fé com liberdade, sem ofender, sem impor, nem matar”, frisou.

“O que se passa atualmente (com os atentados islamitas) choca-nos, mas pensemos na nossa Igreja: quantas guerras religiosas tivemos, pensemos na noite de São Bartolomeu, no massacre desencadeado pelos católicos contra os protestantes franceses que marcou o início, no século XVII, das guerras religiosas. Também fomos pecadores“, lembrou.


O papa condenou já, em várias ocasiões, os atentados de Paris, que causaram 20 mortos, na semana passada.





sábado, janeiro 17, 2015

PELA NOITE, COM JOSÉ GOMES FERREIRA





LIV


Pobre mendigo!
Queres uma mulher nua,
mas só tens a lua
para dormir contigo.
A lua – imagina –
que nem a um poeta
satisfaz!
- Sonâmbula mulher incompleta
com cabeça de menina
e corpo de gás…



JOSÉ GOMES FERREIRA



sexta-feira, janeiro 16, 2015

Á NOITINHA, COM PEDRO CHAGAS FREITAS: " EU SOU DEUS "








Hoje apetece-me abraçar, 
Abraçar. 
Sem olhar a quem, ao Zé-ninguém e ao coitado que se julga alguém. 
Abraçar.
(...)Um dia hei-de passar todo o dia a ensinar o abraço. A visitar as escolas e a explicar que abraçar não é apenas dois corpos unidos e apertados pelos braços. 
Abraçar é dois instantes que se fundem por dentro do que une dois corpos. 
Abraçar é um orgasmo de vida, um clímax de partilha - uma orgia de gente. 
Abraçar é fechar os olhos e abrir a alma, apertar os músculos e libertar o sonho. 

Abraçar é fazer de conta que se é herói - e sê-lo mesmo.



PEDRO CHAGAS FREITAS
in  "Eu sou Deus"




PELA NOITE, COM MIA COUTO: " CONTOS DO NASCER DA TERRA "






  - Posso acompanhá-lo de viver?

Ele não respondeu mais que um riso triste. Lhe escapou uma lágrima. Desceu, cansada pelo rosto, gota em pedra, orvalho em muro branco. A mulher lhe acariciou a sua pele mineral, e ele se arrepiou por dentro. Ela sorriu, confirmado que estava o seu poder de estremecer o dentro de carapaça. E ela insistiu, bailarinhando os dedos sobre a cascadura dele. Se aplicava em lhe renascer doçuras.
  
 - Não vale a pena, Marlisa.
 - Ternura mole em corpo duro tanto dá até que...

O resto do provérbio ela trocou de esquecer.
Com a ponta de um canivete ela inscrevia o seu nome na carapaça do namorado enquanto ia soletrando:
  
 - «M-a-r-l-i...»

(...) Todas as manhãs, ainda hoje se vê Marlisa tonteando pelo parque enquanto empasta a língua numa musiquinha. Depois, se senta olhando o chão. E com demais carinhos e demasiadas ternuras vai afagando a pedra que subjaz nos seus joelhos. As pontas dos dedos, lentas, vão percorrendo reentrâncias no dorso dessa pedra. 

E soletra:
  - «M-a-r...».


MIA COUTO
in "Contos do nascer da terra (Ossos)"




terça-feira, janeiro 13, 2015

IMAGEM DO DIA, COM CRISTIANO RONALDO. PARABÉNS! - Bola de Ouro FIFA 2014









PELA NOITE, COM PEDRO CHAGAS FREITAS: " EU SOU DEUS"






   Respira a criança que ri. Olha-a nos olhos, sente-lhe o sonho, a esperança, o futuro. Sente, nela, o sonho, a esperança, o futuro. Sente, nela, que vale a pena continuar, que vale a pena tudo o resto para que algo assim te caia nas mãos - para que algo assim te caia nos olhos.
   Respira a chuva que cai, o sol que aquece, o vento que empurra.
  Respira o cheiro da terra húmida, a imponência da árvore erguida, a magia das asas de um pássaro.
   Respira - para saberes que vale a pena continuar.
   
  RESPIRA O SABOR DE UM BEIJO, O TOQUE DE UM AFAGO, O SOM DE UM ARFAR.

 RESPIRA A MÃO DE FOGO DE QUEM TE AMA, O SUOR EM ÊXTASE DE QUEM TE CHAMA. E O ABRAÇO QUE NÃO PASSA, E AS PALAVRAS QUE TE EMBRAÇAM, E OS OLHARES QUE TE APERTAM.
   
  RESPIRA - PARA SABERES QUE VALE A PENA CONTINUAR.


PEDRO CHAGAS FREITAS
In “Eu sou Deus”



sábado, janeiro 10, 2015

UM POUCO MAIS DE NUNO LOBO ANTUNES; "EM NOME DO PAI"






Hoje, vista do outeiro onde me sento, a manhã não é assim. 
A luz parece mais toldada e o brilho das pedras mais baço, 
ou serão os meus olhos que se fecham, 
cansados do que viram, 
desejosos de sossego?


NUNO LOBO ANTUNES
in " Em Nome do Pai"





UM POUCO DE PORTUGAL, VISTO DO CÉU.





UM POUCO DO MEU PAÍS MARAVILHOSO, VISTO DO CÉU.
PORTUGAL.





DULCE PONTES, UMA DAS MAIS BELAS VOZES PORTUGUESAS, REGRESSA, NUM CONCERTO NO CCB.







LÁGRIMA

Cheia de penas
Cheia de penas me deito
E com mais penas
E com mais penas me levanto
No meu peito
Já me ficou no meu peito
Este jeito
O jeito de querer tanto

Desespero
Tenho por meu desespero
Dentro de mim
Dentro de mim o castigo
Eu não te quero
Eu digo que não te quero
E de noite
De noite sonho contigo

Se considero
Que um dia hei-de morrer
No desespero
Que tenho de te não ver
Estendo o meu xaile
Estendo o meu xaile no chão
Estendo o meu xaile
E deixo-me adormecer

Se eu soubesse
Se eu soubesse que morrendo
Tu me havias
Tu me havias de chorar
Por uma lágrima
Por uma lágrima tua
Que alegria
Me deixaria matar


(interpretação de Dulce Pontes)



Lotação esgotada, no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, para assistir ao regresso de Dulce Pontes, sem dúvida a voz de uma das maiores cantoras portuguesas. Afastada dos palcos portugueses há uns anos, Dulce regressou com uma viagem musical que atravessou várias sonoridades, demonstrando a grande versatilidade da sua voz e timbre.

A noite começou tranquila, ao ritmo do piano e terminou frenética, com a artista a dançar descalça. Aplaudida desde que pisou o palco, combinou música tradicional portuguesa com fado, ópera, ritmos africanos e nem o circo escapou a este trajeto de melodias.

Merece o nosso apreço e distinção. Dulce Pontes, dotada de uma voz excecionalmente bonita, é simultaneamente uma intérprete de excelência.


Bem vinda! 










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