sexta-feira, setembro 30, 2011

FLORBELA ESPANCA (1894-1930) - Apontamento de Poesia Contemporânea (Parte II)








"Amo-te!" Cinco 
letras pequeninas,
Um poema de amor e felicidade!
Não queres mandar-me esta palavra apenas?
Olha, manda então...brandas...serenas...
Cinco pétalas roxas de saudade...





Batizada com o nome de Flor Bela Lobo, esta poetisa portuguesa, mais conhecida por Florbela Espanca, nasceu em Vila Viçosa, no Alentejo, em 8 de dezembro de 1894 e morreu no dia 8 de dezembro de 1930, em Matosinhos, com apenas 36 anos de idade.

Florbela Espanca, na sua juventude.

Nasceu filha ilegítima de João Maria Espanca e de Antónia Conceição Lobo, criada de servir (como se dizia na época), e morreu precocemente aos 36 anos de idade, "de uma doença que ninguém entendeu", mas que veio designada na certidão de óbito como nevrose. Registada como filha de pai incógnito, foi todavia educada pelo pai e pela madrasta, Mariana Espanca, em Vila Viçosa, tal como o seu irmão de sangue, Apeles Espanca, nascido em 1897 e registado da mesma maneira.

Note-se, como curiosidade, que o pai, que sempre a acompanhou, só 19 anos após a morte da poetisa, por altura da inauguração do seu busto em Évora, e por insistência de um grupo de florbelianos, a perfilhou.

Florbela estudou no liceu de Évora, mas só depois do seu casamento (1913) com Alberto Moutinho concluíu, em 1917, a secção de Letras do Curso dos Liceus. Em Outubro desse mesmo ano matriculou-se na faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que passou a frequentar. Na capital, contactou com outros poetas da época e com o grupo de mulheres escritoras que, à altura, procurava impor-se. Colaborou em jornais e revistas, entre as quais o Portugal Feminino.

Última foto de Florbela Espanca, um ano
antes da sua morte.

Em 1919, quando frequentava o terceiro ano de Direito, publicou a sua primeira obra poética, Livro de Mágoas. Em 1921 divorciou-de de Alberto Moutinho, de quem vivia separada há alguns anos, e voltou a casar, no Porto, com o oficial de artilharia António Guimarães. O seu pai também se divorciou nesse ano, para casar, no ano seguinte, com Henriqueta Almeida. Em 1923, publicou o Livro de Soror Saudade. E em 1925 Florbela casou-se pela terceira vez, com o médico Mário Laje, em Matosinhos.

Os casamentos falhados, assim como as desilusões amorosas, em geral, assim como a morte do irmão, Apeles Espanca (a quem Florbela estava ligada por fortes laços afetivos), num acidente com o avião que tripulava sobre o rio Tejo, em 1927, marcaram profundamente a sua vida e a sua obra. Em dezembro de 1930, agravados os  seus problemas de saúde, sobretudo do foro psicológico, Florbela Espanca faleceu em Matosinhos, e após duas tentativas frustradas de suicídio. Na altura foi oficialmente apresentada como causa da morte, um "edema pulmonar".

A poetisa faleceu no dia do seu 36.º aniversário, na realidade após a ingestão de uma exagerada dose de barbitúricos. Na carta que deixou com as suas últimas disposições, Florbela deixou o pedido de colocar, no seu caixão, os restos do avião pilotado por seu irmão Apeles, na hora do acidente que o vitimou.
Monumento de Florbela Espanca, no Parque dos Poetas, em Oeiras.

Florbela Espanca jaz, desde 17 de maio de 1964, no cemitério de Vila Viçosa, sua terra natal.

Postumamente foram publicadas as obras Charneca em Flor (1930), Cartas de Florbela Espanca, por Guido
Battelli (1930), Juvenília (1930), As Marcas do Destino (1931,contos), Cartas de Florbela Espanca, por Azinhal Botelho e José Emídio Amaro (1949) e Diário do Último Ano Seguido de Um Poema sem Título, com prefácio de Natália Correia (1981). O livro de contos Dominó Preto ou Dominó Negro, várias vezes anunciado (1931, 1967), seria publicado em 1982).

"Sonetos", de Florbela Espanca.

A poesia de Florbela Espanca caracteriza-se pela recorrência dos temas do sofrimento, da solidão, do desencanto, aliados a uma imensa ternura e a um desejo de felicidade e plenitude que só poderão ser alcançados no absoluto, no infinito. A veemência passional da sua linguagem, marcadamente pessoal, centrada nas suas próprias frustrações e anseios, é de um sensualismo muitas vezes erótico. Simultaneamente, a paisagem da charneca alentejana está presente em muitas das suas imagens e poemas, transbordando a convulsão interior da poetisa para a natureza.

Florbela Espanca não se ligou claramente a qualquer movimento literário. Está mais perto do neo-romantismo e de certos poetas de fim de século, portugueses e estrangeiros, que da revolução dos modernistas, a que foi alheia. Pelo carácter confessional, sentimental, da sua poesia, segue a linha de António Nobre, facto reconhecido pela própria poetisa. Por outro lado, a técnica do soneto, que a celebrizou, é, sobretudo, influência de Antero de Quental e, mais longinquamente, de Camões.

Poetisa de excessos, cultivou exacerbadamente a paixão, com voz marcadamente feminina,em que alguns críticos encontram dom joanismo no feminino. A sua poesia, mesmo pecando por vezes por algum convencionalismo, suscita o interesse e atenção contínuos de leitores e investigadores.

É tida como a grande figura feminina das primeiras décadas da literatura portuguesa do século XX.


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POEMAS DE FLORBELA:


EU
1- EU
2- Os Versos Que Te Fiz
3- Ser Poeta
4- Escreve-me!
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada...a dolorida...

Sombra de névoa ténue e desvanecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e que ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!

Os versos que te fiz
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem para te dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim pra te oferecer

Têm dolência de veludos caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!

Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda...
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz!

Amo-te tanto! E nunca te beijei...
E nesse beijo, Amor, que eu não te dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz!

Ser Poeta
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer o que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de infinito!
Por elmo, as manhas de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

Sem título
Li um dia, não sei onde,
Que em todos os namorados
Uns amam muito, e os outros
Contentam-se em ser amados.
Fico a cismar pensativa
Neste mistério encantado...
Digo pra mim: de nós dois
Quem ama e quem é amado?


Escreve-me!
Escreve-me!
Ainda que seja só
Uma palavra, uma palavra apenas,
Suave como o teu nome e casta
Como um perfume casto daçucena!
Escreve-me! Há
Tanto, tanto tempo
Que não te vejo, Amor! Meu coração
Morreu já, e no mundo aos pobres mortos
Ninguém nega uma frase doração!
"Amo-te"! Cinco
Letras pequeninas
Folhas leves e tenras de boninas,
Um poema damor e felicidade!
Não queres mandar-me esta palavra apenas?
Olha, manda então...brandas...serenas...
Cinco pétalas roxas de saudade...










Junto este poema, maravilhosamente cantado:


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quinta-feira, setembro 29, 2011

IL DIVO - Novo Álbum "WICKED GAME"




Quatro fotos do grupo IL Divo, aqui apresentadas, foram escolhidas para a promoção do novo álbum "Whicked Game", a ser lançado em 8 de novembro de 2011 nos Estados Unidos, e a 28 do mesmo mês  no Reino Unido.


"Wicked Game", título do novo álbum, é uma reformulação do "hit" de 1990, da autoria do músico roqueiro americano Chris Isaak. A nova coletânea foi produzida por Per Magnusson e David Krueger, com a colaboração adicional de Richard Stannasd.


Assinalados com o Limon Cowell's Syco record label em 2004, permanecem com a classificação de XFactor, até aos dias de hoje.


Além de terem  vendido mais de 26 milhões de álbuns no mundo inteiro e de possuírem cerca de 150 milhões de discos de ouro e platina em seu nome, no início deste ano de 2011, IL Divo foram eleitos o artista com mais nomeações de sempre, no Prémio "Artist of the Decade" do Classic Brit Award.





Do álbum "Whicked Game", constam:
  • Melanconia
  • Llhorando
  • Don't Cry For Me Argentina
  • L'Amore Dov'è
  • Falling Slowly
  • Come What May
  • Parole Senza 
  • Stay
  • Sempre Sempre
  • Time To Say Goodbye.



Deste álbum, também é lançada uma edição especial que inclui um livro de 150 páginas, contendo fotos e a reportagem completa sobre a sua elaboração e intimidade dos IL Divo, que nos convidam a partilhar as suas casas e últimas digressões pelo Japão e Reino Unido. 




A não perder...





terça-feira, setembro 27, 2011

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN (1919 - 2004) - Apontamento de Poesia Contemporânea (Parte I)





A bela e pura palavra Poesia
Tanto pelos caminhos se arrastou
Que alta noite a encontrei perdida
Num bordel onde um morto a assassinou.




Poetisa e escritora portuguesa, nasceu na cidade do Porto em 6 de novembro de 1919, e morreu em Lisboa em 2 de julho de 2004. Criada no seio de uma família aristocrática, viveu na sua cidade natal até aos dez anos, altura em que se mudou para Lisboa.

Sphia de Mello Breyner

De origem dinamarquesa por parte do pai, a sua educação correu num ambiente católico e culturalmente privilegiado, que influenciou a sua personalidade. Frequentou o curso de Filologia Clássica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em consonância com o seu fascínio pelo mundo grego  que a levou igualmente a viajar por toda a Grécia e região mediterrânica), não tendo todavia chegado a concluí-lo.
 Teve uma intervenção política empenhada, opondo-se ao regime salazarista (foi co-fundadora da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos) e também, após o 25 de Abril, como deputada. Presidiu ao Centro Nacional de Cultura e à Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Escritores.

O ambiente da sua infância reflete-se em imagens e ambientes presentes na sua obra, sobretudo nos livros para crianças. Os verões passados na praia da Granja e os jardins da casa da família ressurgem em evocações do mar ou de espaços de paz e amplitude. A civilização grega é igualmente uma presença recorrente nos versos de Sophia, através da sua crença profunda na união entre os deuses e a natureza, tal como outra dimensão de religiosidade, proveniente da tradição bíblica e cristã. Casou-se em 1946 com o jornalista, político e advogado Francisco Sousa Tavares e foi mãe de cinco filhos, entre os quais se conta o jornalista e escritor de renome, Miguel Sousa Tavares.

Sophia de Mello Breyner - Eduardo Gageiro

A sua atividade literária (e política) pautou-se sempre pelas ideias da justiça, liberdade e integridade moral. A depuração, equilíbrio e a limpidez da linguagem poética, a presença constante da Natureza, a atenção permanente aos problemas e à tragicidade da vida humana são reflexo de uma educação clássica, com leituras, por exemplo, de Homero, durante a juventude. Colaborou nas revistas Cadernos de Poesia (1940), Távola Redonda (1950) e Árvore (1951) e conviveu com nomes da literatura como Miguel Torga, Ruy Cinatti e Jorge Sena.

Na poesia, estreou-se com Poesia (1944), a que seguiram Dia do Mar (1947), Coral(1950), No Tempo Dividido (1954), Mar Novo (1958), O Cristo Cigano (1961), Livro Sexto (1962, Grande Prémio da Sociedade Portuguesa de Escritores), Geogafia (1967), Dual (1972), O Nome dos Cisnes (1977, Prémio Teixeira de Pascoaes), Navegações (1977-82) e Ilhas (1989). Este útimo voltou a ser publicado em 1996, numa edição de poemas escolhidos acompanhada de fotografias de Daniel Blaufuks. Em 1968 foi publicada uma Antologia e, entre 1990 e 1992, surgiram três volumes da sua Obra Poética. Seguiram-se os títulos Musa (1994) e O Búzio de Cós (1997). Colaborou ainda com Júlio Resende na organização de um livro para a infância e juventude, intitulado Primeiro Livro de Poesia (1993).

Poesia de Sophia de Mello Breyner

Na prosa, escreveu o Rapaz de Bronze (1956), Contos Exemplares (1962), Histórias da Terra e do Mar (1984) e os contos infantis A Fada Oriana (1958), a Menina do Mar (1858), Noite de Natal (1959), O Cavaleiro da Dinamarca (1964) e a Floresta (1968). É ainda autora dos ensaios Cecília Meireles (1958), Poesia e Realidade (1960) e o Nu na Antiguidade Clássica (1975), para além de trabalhos de tradução de Dante, Shakespeare e Eurípedes.

A sua obra literária encontra-se parcialmente traduzida em França, Itália e Estados Unidos. Em 1994  recebeu o Prémio Vida Literária, da Associação Portuguesa de Escritores e, no ano seguinte. o Prémio Petrarca, da Associação de Editores italianos.

O seu valor, como poetisa e figura da cultura portuguesa, foi reconhecido com a atribuição do Prémio Camões, em 1999.

Ainda foi distinguida, em 2001, com o Prémio Max Jacob da Poesia, ano em que lançou a antologia poética Mar, o livro O Colar e Orpheu e Erydice.

Sophia de Mello Breyner faleceu, aos 84 anos, no dia 2 de julho de 2004, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa.

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Poemas de Sophia:


1- Um Dia...
2- O Poema...
3- Para Atravessar...
4- A Minha Vida é o Mar...
Um dia...
Um dia, gastos, voltaremos
A viver livres como os animais
E mesmo tão cansados floriremos
Irmãos vivos do mar e dos pinhais.

O vento levará os mil cansaços
Dos gestos agitados irreais
E há-de voltar aos nossos membros lassos
A leve rapidez dos animais.

Só então poderemos caminhar
Através do mistério que se embala
No verde dos pinhais na voz do mar
E em nós germinará a sua fala.


O Poema...
O poema me levará no tempo
Quando eu já não for eu
E passarei sozinha
Entre as mãos de quem lê.

O poema alguém o dirá
Às cearas

Sua passagem se confundirá
Com o rumor do mar com o passar do vento.

O poema habitará
O espaço mais concreto e mais atento

No ar claro nas tardes transparentes
Suas sílabas redondas

(Ó antigas ó longas
Eternas tardes lisas).

Mesmo que eu morra o poema encontrará
Uma praia onde quebrar as suas ondas

E entre quatro paredes densas
De funda e devorada solidão
Alguém seu próprio ser confundirá
Com o poema do tempo.


Para atravessar...
Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei.

Por ti deixei meu reino meu segredo
Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E abandonei os jardins do paraíso.

Cá fora à luz sem véu do dia duro
Sem os espelhos vi que estava nua
E ao descampado se chamava tempo.

Por isso com teus gestos me vestiste
E aprendi a viver em pleno vento.

A minha vida é o mar...
A minha vida é o mar o Abril a rua
O meu interior é uma atenção voltada para fora.
O meu viver escuta
A frase que de coisa em coisa silabada
Grava no espaço e no tempo a sua escrita.

Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Sabendo que o real o mostrará.

Não tenho explicações
Olho e confronto
E por método é nu meu pensamento.

A terra o sol o vento o mar
São a minha biografia e são meu rosto.

Por isso não me peçam cartão de identidade
Pois nenhum outro senão o mundo tenho.
Não me peçam opiniões nem entrevistas
Não me perguntem datas nem moradas
De tudo quanto vejo me acrescento.

E a hora da minha morte aflora lentamente,
Cada dia preparada.





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sexta-feira, setembro 23, 2011

VIK MUNIZ no Museu Berardo











Vicente José de Oliveira Muniz, mais conhecido por Vik Muniz, nasceu em S. Paulo em 1961 e tem desenvolvido os seus trabalhos nas áreas da fotografia, desenho, pintura e gravação. Estudou publicidade na Fundação Armando Álvares Penteado, em São Paulo, e em 1983 mudou-se para Nova Iorque, onde passou a viver e a explorar materiais menos habituais nos seus trabalhos de artes plásticas e fotografia.
Crianças, de açúcar

Desde 1988 que Muniz cria séries de trabalhos nas quais tem investigado sobretudo temas relativos à memória, à percepção e à representação de imagens do mundo das artes e dos meios de comunicação, usando técnicas diversas e materiais invulgares como o açúcar, chocolate líquido, leite condensado, molho de tomate, gel para o cabelo, lixo e terra.

Este ano, o filme "Lixo Extraordinário", que o artista dedicou à vida dos apanhadores de lixo do Aterro Sanitário Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro, foi um dos cinco nomeados para os Óscares, na categoria de Melhor Documentário. Mais recentemente, Vik Muniz foi a grande sensação da 4.ª edição dos Green Project Awards.

1- Mona Lisa, em manteiga de amendoim e geleia.
2- Marilyn Monroe, em ketchup.
3- Imagem de "Lixo Extraordinário", com lixo e detritos.
4- Ava Gardner, trabalhada com diamantes.
Nessa cerimónia, Vik explicou que, enquanto artista plástico, passava "mais de metade" do seu tempo a "pensar na sustentabilidade como um assunto pessoal". "Nós somos treinados para não ver o lixo. Como artista plástico, pareceu-me muito interessante trabalhá-lo", afirmou então".

Na sequência da ideologia a que o Museu de Berardo nos vem habituando, de surpreender os portugueses com obras inovadoras e verdadeiramente originais, este Museu, numa co-produção com o Estúdio Vik Muniz, de Nova Iorque, onde o artista está radicado desde há cerca de 25 anos, abriu as portas às suas  obras, numa exposição retrospectiva dos trabalhos deste artista plástico brasileiro, com o patrocínio da Sociedade Ponto Verde.

Assim desde o dia 21 de setembro até o dia 31 de dezembro, esta exposição estará aberta aos portugueses, que poderão admirar cerca de uma centena de trabalhos que vão desde 1980 até aos dias de hoje, com entrada gratuita. Segundo a organização, esta exposição já passou por Nova Iorque (no MoMA), por Miami (Miami Fine Arts Museum), México e Canadá. Esta é a primeira vez que Vik Muniz apresenta uma exposição em nome próprio, na Europa. Quando da sua passagem pelo Brasil, foi a exposição mais vista de sempre, de um artista brasileiro, com 100 mil visitantes no Rio de Janeiro e 200 mil em São Paulo.

Em Portugal, Vik Muniz apresenta obras inéditas como "Floor Scrapers, after Gustave Caillebotte" e "White Field with Cypresses, after Van Gogh", ambas de 2011; e ainda"Rolleiflex", uma doação de Vik Muniz para a Coleção Berardo. De salientar o valor quase proibitivo que as obras deste artista têm vindo a alcançar.

Para Vik Muniz, a arte é para todos e faz-se a partir de tudo, incluindo compota e manteiga de de amendoim. Admitindo que há quem faça verdadeiras obras de arte com fósforos queimados, quadros com conchinhas, desenhos com borras de café, atingindo o estatuto de obras primas, para Vik Muniz tornou-se imperativo como forma de arte, pintar a Mona Lisa com manteiga de amendoim e geleia, por representar Pollock com chocolate e fazer um mapa do mundo com lixo informático.

Desde a sua primeira exposição em 1989, Vik Muniz já trabalhou com as matérias mais improváveis. Para além de imagens feitas com brinquedos (caso da imagem do auto retrato, no cabeçalho desta mensagem) e resíduos vários da sociedade de consumo (como a primeira imagem do cabeçalho,"Nova Paixão"), chegou a criar uma Ava Gardner com diamantes e uma Marilyn Monroe com ketchup.

Tudo isto está presente no Museu da Coleção Berardo. É a arte para todos, com referências à história da arte, mas de uma forma completamente acessível, como as recriações dos quadros de Klimt ou de Leonardo da Vinci, no caso da Mona Lisa, de manteiga de amendoim.

O trabalho de Muniz traduz-se na "impressão de que uma coisa para ser inteligente não pode ser bonita". O artista apresenta uma exposição para todos, sem medo da beleza, socialmente envolvida, provocadora e divertida. Com todos estes ingredientes, há que salientar o forte apelo desta exposição, onde o espectador, adulto ou criança que pensa poder provar a Mona Lisa ou Marilyn, irá ficar defraudado, porque nenhum museu do mundo possui salas frigoríficas que possam garantir que a Mona Lisa não se derreta... São telas representativas de todas estas obras que estão em exibição até 31 de dezembro, no Museu Berardo (CCB - Praça do Império), todos os dias das 10.00h às 19.00h, sábados até às 22.00h. A entrada é gratuita. 



quinta-feira, setembro 22, 2011

NÃO HOUVE JUSTIÇA, HOUVE MAIS UMA MORTE






Houve uma morte de que Troy Davis foi acusado, há quarenta e dois anos. Mas a dúvida persistiu, e recaíu exatamente sobre um dos que o acusavam. 
O mundo pediu, suplicou a revogação desta sentença de morte que permaneceu 
na dúvida até ao fim.   
Mas esta manhã, por volta das 10.30h, mataram este homem, em nome da justiça.
Hoje, mais uma morte aconteceu, como há 42 anos. 
A dúvida, 
essa foi a única que ficou, misturada com as suas cinzas....








quarta-feira, setembro 21, 2011

JÚLIO RESENDE (1917 - 2011)





"...Mas eu queria, efectivamente, ser pintor!
Talvez o destino me tenha proporcionado o primeiro passo.
Aurora Jardim, figura conhecida nos meios literários e jornalísticos do Porto, 
intercedeu junto do pintor Alberto Silva que dirigia, então, a Academia Silva Porto,
para que eu viesse frequentar as lições de pintura aí ministradas.
Comprei a primeira caixa de tintas «a sério», e aprendi a colocar as cores na paleta,
segundo as boas regras... "
- Júlio Resende -



Neste dia da sua morte, a minha modesta homenagem.



segunda-feira, setembro 19, 2011

PRÉMIOS EMMY 2011




Os Prémios Emmy, considerados como os Óscares da televisão nos Estados Unidos, são apresentados em reconhecimento da excelência na programação televisiva norte americana. Geralmente são distribuídos em meados de setembro, no domingo anterior ao começo oficial da temporada televisiva de outubro.
A primeira cerimónia da distribuição destes prémios teve lugar em 1949, no Hollywood Athletic Club. O nome de Emmy deriva da forma feminina de "immy", nome dado aos tubos de imagem usualmente utilizados pelas primeiras câmeras de televisão.

Vencedores de "Modern Family" -  Jane Jynch, atriz e apresentadora do show

A estatueta de uma mulher a segurar um átomo, simboliza a Academia a tentar suportar e levantar a arte e a ciência da televisão: as asas representam a musa da arte e o átomo, a televisão. Esta estatueta foi criada por um engenheiro de nome Louis McManus, que usou a esposa como modelo.
Em Portugal, o canal AXN transmite todos os anos a cerimónia em direto e uma semana mais tarde, legendada. 
Este domingo, numa cerimónia realizada em Los Angeles, a comédia "Modern Family" dominou a noite dos prémios Emmy. Com 5 prémios ao todo, "Modern Family", narra a história de uma família americana que mistura membros convencionais e outros não convencionais, levou o Emmy de melhor série, melhor ator e atriz secundários, melhor direção e melhor argumento na categoria de comédia.

 A apresentadora da gala e atriz Jane Lynch, -  Conjunto dos galardoados dos Emmy 2011

Na categoria do drama, o já tão premiado "Mad Men", ficou com o Emmy de melhor série. Na classe de minissérie ou filme para Televisão, "Mildred Pierce" levou o Emmy de melhor atriz para Kate Winslet e o de melhor ator para Guy Pierce.
Saliento ainda a produção "Downtown Abbey", que levou o Emmy de melhor minissérie, melhor direção e melhor argumento. "Friday Night Lights" também surpreendeu, conquistando o Emmy de melhor ator para Kyle Chandler e melhor argumento na categoria de drama. Jim Parson foi escolhido  o melhor ator de comédia, e Juliana Margulies a melhor atriz  na categoria de drama.

Elenco de "The Modern Family" -  Elenco de "Mad Men"

Lista dos premiados:
  • Melhor série de comédia:  "Modern Family"
  • Melhor série dramática: "Mad Men"
  • Minissérie ou filme para televisão: "Downtown Abbey"
  • Melhor ator de comédia:  Jim Parsons, por "The Big Bang Theory"
  • Melhor ator de série dramática: Kyle Chandler, por "Friday Night Lights"
  • Melhor ator em minissérie ou filme para televisão: Barry Pepper, por "The Kennedys"
  • Melhor atriz de comédia: Mellissa McCarthy, por "Mike & Molly"
  • Melhor argumento de programa de variedades, musical ou reality show: Jon Stewart, com "Daily Show"
  • Melhor direção de programa de variedades, musical ou reality show: Don Rei King, por "Saturday Night Live"
Prémios técnicos entregues anteriormente, em cerimónia realizada a 10 de setembro:
  • Elenco de série drama: Boardwalk Empire
  • Elenco série de comédia: Glee
  • Elenco de Minissérie/Filme para televisão:  Mildred Pierce
  • Série Infantil: A Child's Garden of Poetry
  • Série de animação: Futurama
  • Ator Convidado em Série Drama: Paul McCrane, por Harry's Law
  • Ator Convidado em Série Comédia: Justin Timberlake, por "Satrurday anight Live"
  • Atriz Convidada em Série Drama: Loretta Devine, por "Grey's Anatomy"
  • Atriz Convidada em Série Comédia: Gweneth Paltrow, por "Glee"





sábado, setembro 17, 2011

BUDDHA EDEN GARDEN ( JARDIM DA PAZ ) - O Oriente em Portugal







Efetivamente, esta paisagem que tem tudo a ver com o Oriente, é realmente uma paisagem portuguesa,  do nosso querido Portugal.

De nome Buddha Eden Garden, ou simplesmente Jardim da Paz, este jardim situa-se nos terrenos luxuriantes da Quinta dos Loridos, localizada no Bombarral, apenas a alguns quilómetros a sul de Óbidos. Ocupa cerca de 35 hectares dos 100 hectares de toda a propriedade. 


Possui mais ou menos 6.000 toneladas de mármore e granito, budas, lanternas, estátuas de terracota, e várias esculturas que foram cuidadosamente colocadas no meio da vegetação. Este espaço verde com o seu lago central, é um local de paz e de tranquilidade, onde cada um é convidado a descobrir os vários caminhos, ou apenas a relaxar na relva circundante ao lago. 


A escadaria central é o ponto focal do jardim, onde os budas dourados saudam calmamente cada visitante. Ainda com 700 soldados de terracota espalhados pelo jardim, alguns apresentam-se enterrados da mesma forma, como foram colocados na China há 2.200 anos. São pintados à mão e cada um deles é único. No lago podem observar-se os peixes Koi e os dragões esculpidos a erguerem-se da água.


Este Jardim da Paz é um espaço que foi idealizado e concebido pelo comendador Joe Berardo, em resposta à destruição dos Budas Gigantes de Bamyan, naquele que foi um dos maiores atos de barbárie cultural, apagando da memória obras primas, do período tardio da Arte de Gandhara.


Em 2001, profundamente chocado com a atitude do Governo Talibã, que destruiu intencionalmente, monumentos únicos do Património da Humanidade, o comendador Berardo deu início a mais um dos seus sonhos, a construção deste extenso jardim oriental. Prestando, de certo modo, homenagem aos colossais Budas esculpidos na rocha do vale de Bamyan, no centro do Afeganistão, e que durante séculos foram referências culturais e espirituais.


A intensão que presidiu à construção deste espaço, foi a de tornar este Jardim num local de reconciliação. Sem nenhuma tendência regiliosa, abre as portas a todas as pessoas, independentemente da religião, etnia, nacionalidade, sexo, idade, condição cultural ou social, convidando à união, comunicação e meditação, como forma de redescobrir a felicidade. Pretende, assim, percorrer o caminho contrário à destruição do ser humano e disseminar a cultura da paz.


O projeto deste controverso Jardim - há quem seja fã e há quem o ache uma "pirosice" - foi da autoria do arquiteto José Cornélio amigo do comendador, que afirma não se tratar de um santuário budista, mas sim de uma evocação do Oriente feita por ocidentais, e porventura representará a presença portuguesa no Oriente e a interpenetração de culturas. Este projeto inclui ainda um anfiteatro onde se poderão realizar concertos.


Legado ímpar, nas palavras do comendador, é uma instituição cultural sem fins lucrativos e ao serviço da comunidade nacional e internacional, que tem como missão sensibilizar o visitante para o conhecimento do interior, através do diálogo que o seu jardim estabelece com o património escultórico, vocacionado para a meditação e interação social e cultural, conforme os princípios da solidariedade e dignidade humanas.


Sendo o Buddha Eden Garden um espaço de livre acesso, é solicitada uma doação, dentro das possibilidades de cada um, para a ajuda da manutenção do jardim e para poder ser facultada entrada gratuita a todos aqueles que aspiram e procuram a paz, força e luz.


O afluxo de pessoas é já notório, sobretudo por parte dos turistas, que se contam já por alguns milhares, dado que se trata de um espaço recente, não muito publicitado e localizado no interior do país.

Não podemos deixar de comentar a originalidade de algumas das iniciativas do milionário Joe Berardo no domínio da cultura em Portugal.

Primeiro um museu subterrâneo (The Undergroud Museum) e agora um jardim oriental... Mas não somos ingratos. Bem haja, todos nós lhe agradecemos.







sexta-feira, setembro 16, 2011

DOURO DAS VINDIMAS - Douro Património da Humanidade





Setembro.
 O rio, a paisagem, a faina
 da vindima e a "lagarada" ao som da concertina,
Produzem o néctar da Humanidade.
O vinho do Porto.




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quarta-feira, setembro 14, 2011

DANNY KAYE (1913-1987) - Grandes Cómicos dos Últimos 100 Anos do Universo Cinematográfico (Parte V e Última)







"Tornei-me um artista, não porque quis, 
mas porque devia"



Com esta quinta publicação sobre "Os Grandes Cómicos dos Últimos 100 Anos do Universo Cinematográfico", completo esta série de cinco mensagens, para breve partir para outros formatos e novos conteúdos. Assim, e como publicação final, dedico-a a Danny Kaye, não só pelo artista que ele sempre encarnou, mas porque  é dele que conservo as mais remotas imagens, dos seus personagens, que povoaram o meu imaginário infantil. Nunca esquecerei a sua interpretação em "O Homem das Sete Vidas", o seu primeiro filme a que assisti...
Cartaz da Revista "Chapéu de Palha"

Ele foi sobretudo o homem do "Technicolor", da alegria, da cor, e também por isso o escolhi para alegrar esta época cinzenta que atravessamos, com as suas deliciosas imagens das décadas douradas de Hollywood, que tantas saudades deixaram. Pelo menos, sonhar é fácil e ainda não custa dinheiro...

Um dos maiores artistas americanos do século XX, Danny Kaye, de nome David Daniel Kaminsky, nasceu em Brooklyn, Nova Iorque, a 18 de janeiro de 1913, e morreu em Los Angeles, a 3 de março de 1987. 
Senhor de uma gama única de talentos, de dança e música popular, sotaques engraçados e representação, partia da interpretação da música clássica até ao boneco com cara de palhaço. Foi um dos raros comediantes que tinha o poder de, tão depressa fazer explodir de riso uma plateia, com um simples caminhar como provou, em várias das suas interpretações, que também sabia provocar facilmente as lágrimas desta mesma plateia.

Em 1910 os seus pais e os irmãos mais velhos emigraram da Ucrânia para os Estados Unidos, onde Danny Kaye nasceu três anos depois.
Cena do filme "O Bobo da Corte"

Conhecido como "Duvidellleh" pela família, frequentou escolas públicas em East New York, mas nunca adquiriu qualquer formação e aos treze anos decidiu ir trabalhar numa estação de rádio. Mais tarde tentou uma participação num negócio do Cinturão Borscht no Catskills. Aos vinte anos concorreu a uma audiência de dança, mas logo se percebeu durante a atuação que, depois de ter perdido o equilíbrio, de forma hilariante, um grande comediante a "solo" acabava de nascer.
Cartaz do filme "Hans Christian Andersen"

Em meados de 1930, Danny Kaye já fazia filmes de curta duração (Moon over Manhattan 1935, Centavo de Uma Dança 1937, com Imogene Coca e June Allyson). Fez a sua primeira aparição na Broadway em 1939 na revista "O Chapéu de Palha", atingindo já a fama coma sua participação em "Lady in the Dark". Entretanto, casou-se  com uma antiga companheira de escola, Sylvia Fine, em 1940. Pianista de ensaio, Sylvie veio a tornar-se uma letrista famosa, ganhando dois Óscares pelas letras de " A Lua é Azul" e "Cinco Centavos", ambos os filmes estrelados pelo seu marido. Dele teve uma filha e para ele escreveu grande parte do seu material, durante 47 anos que durou o casamento, terminado com a morte de Danny.

Danny Kaye teve um caso prolongado com Eve Arden em 1940, e correram fortes rumores de uma ligação de 10 anos com Sir Laurence Olivier. Mas Danny negou sempre ser bissexual. Todavia, na biografia de Vivian Leigh, à data casada com Olivier, é descrita esta relação como a causa do colapso que ocasionou a morte da atriz. Mais tarde, isto foi largamente desmentido por alguns biógrafos.
Cena do filme "White Christmas"

Durante os anos da Segunda Guerra Mundial, Dany Kaye realizou espetáculos em clubes noturnos e na Broadway, angariando dinheiro para apoiar as tropas em combate. Fez a sua estreia no cinema na comédia "Up in the Arms" de Samuel Goldwin, em Technicolor. Goldwin, descontente com a aparência judia de de Danny, praticamente impos-lhe que modificasse o nariz, para conservar o emprego. Danny Kaye recusou, mas acedeu ao compromisso de tornar o seu cabelo escuro numa cor que facilmente brilhasse com o vermelho do néon. E assim permaneceu, ruivo, até que ficou gradualmente branco aos setenta anos.
Cartaz do show de Danny Kaye

Danny Kaye foi sempre um sucesso de bilheteira. Destacam-se, entre outros as longas metragens "O Nascimento de Uma Estrela" (1945) e sete novos filmes em cinco anos, dos quais " A vida secreta de Walter Mitty" (1947), e o "Inspetor Geral" (1949). Dos anos 50 viu o lançamento de mais doze, dos quais se destacam "O Bobo da Corte" (de 1955 e talvez a sua interpretação mais marcante), White Christmas (1954) e "Cinco Centimos" (1959), ganhador de um Óscar, e sobre o pioneiro do jazz, Red Nichols.

Com o desvanecimento da sua carreira, soube manter-se ativo, apresentando o seu próprio show de variedades na televisão, que lhe valeu um Emmy, e participou do The Muppet Show, The Twilight Zone e outros. Além dos seus muitos hobbies e paixões (música clássica, baseball, culinária chinesa, aviação e medicina), Danny Kaye envolveu-se profundamente na angariação de fundos para instituições de caridade, particularmente com a UNICEF, o que lhe valeu a nomeação de Embaixador da Boa Vontade, por parte desta organização. Em 1954 ganhou um Óscar especial, e em 1981 o Prémio Humanitário Jean Hersholt, pelas suas ações humanitárias e de caridade.
Túmulo de Danny Kaye no Cemitério Kensico em Valhalla, N. Y.

Morreu em 1987, em Los Angeles, vítima de hepatite e hemorragias internas, resultantes de uma transfusão de sangue contaminado, ministrado durante uma cirurgia de um bypass, feita quatro anos antes.

Permanece enterrado no Cemitério Kensico em Valhalla, Nova Iorque, onde o banco sobre a sua sepultura está decorado com os símbolos das coisas que ele mais amava: um morcego, beisebol e luva, um avião, um piano e as insígnias das Nações Unidas.

Danny Kaye tem o seu nome inscrito em 3 estrelas no Passeio da Fama de Hollywood.







sábado, setembro 10, 2011

68.º FESTIVAL DE CINEMA DE VENEZA 2011 - Bienal de Veneza 2011







No fim de agosto e início de Setembro acontece o Festival de Cinema de Veneza, um dos mais antigos eventos internacionais da área. Integrado na Bienal de Veneza, exposição que engloba diversas disciplinas, como a Arquitetura (Mostra Internacional de Aquitetura), Arte (Exposição Internacional de Arte), Cinema (Festival de Cinema de Veneza), Dança (Festival Internacional de Dança Contemporânea), Música (Festival Internacional de Música Contemporânea) e Teatro (Festival Internacional de Teatro). 
A Exposição tem realização bienal, mas o Festival de Cinema de Veneza acontece todos os anos. A primeira realização deste evento foi em 1932.

Aleksander Sokurov, Melhor Realizador. Deanie Yip, Melhor Atriz. Michael Fassbender, Melhor Ator.
George Clooney e sua equipa de atores 

Este 68.º Festival de Cinema de Veneza, chegou ao fim com a Cerimónia da Entrega de Prémios, no dia 10 de setembro:


Lista dos Pricipais Premiados Venezia 68 :

  • Leão de Ouro de Melhor Filme - Faust, por Alexander Sokurov
  • Leão de Prata de Melhor Diretor - Ren Shan Ren Hai, por Shangjun CAI (China-Hong Kong)
  • Prémio Especial do Júri - Terraferma, por Emanuele Crialese (Itália)
  • Coppa Volpi de Melhor Ator - Michael Fassbender, no filme "Shame" de Steve McQueen (Reino Unido)
  • Coppa Volpi de Melhor Atriz - Deanie Yip, no filme "Tao Jie" de Ann Hui (China-Hong Kong)
  • Marcello Mastroianni Award para Melhor Jovem Ator ou Atriz - Shota Sometani e Fumi Nikaido, no filme "Himizu", de Sion Sono (Japão)
  • Osella para a Melhor Fotografia - Robbie Ryan, no filme "Wuthering Heights", de Andrea Arnold (Reino Unido)
  • Osella para Melhor Argumento - Yorgos Lanthimos e Efthimis Filippou, no filme "Alpis", de Yorgos Lanthimos (Grécia)
  • Leão do Futuro - "Luigi De Lauretiis" - Là-bas,  de Guido Lombardi (Itália)
  • Golden Lion para Lifetime Achievement - Marco Bellochio, realizador
  • Jaeger-LeCoultre Award 2011 - Al Pacino, cineasta

Realizador Aleksander Sokurov. Realizador Marco Bellocchio. Cineasta Al Pacino. Realizador Roman
Polanski

Este ano a Crítica Internacional premiou o filme "Shame", de Steve McQueen como o melhor da competição. Hollywood apostou em força neste Festival de Cinema  de Veneva 2011, e filmes como "Carnage" de Roman Polanski, "Ides of March" de George Clooney, "Dangerous Method" de David Kronenberg, considerados como fortes candidatos, viram as suas aspirações completamente preteridas pelo júri do Festival, presidido este ano pelo realizador Aronofsky. Não posso deixar de referir também a presença de Madonna na competição, na sua nova  faceta intelectual, com o seu filme "W.E.", considerado fora da competição.
"Faust", o grande vencedor, aposta num visual de sonho/pesadelo, que deve ter agradado particularmente a Aronofsky. Inspirado no clássico de Goethe, "Faust" faz uma análise sobre a corrupção do poder. Os personagens evoluem numa sufocante atmosfera de fim do mundo. Sokurov agradeceu ao júri. O filme, que agradou em cheio aos amantes do "cinema negro", é salpicado de cenas horripilantes, como corações arrancados de cadáveres e outras situações ainda mais chocantes.
Sobre "Ren Shan Ren Hai", escolhido como melhor direção, Prémio Leão de Prata, o diretor americano explicou."Ficamos intrigados e impressionados pela maneira como foi realizado. Transporta-nos, num dia, a um mundo que não conhecíamos e esperamos nunca mais ter de ver". O seu realizador, Shagjun, que saiu da China sem a aprovação da censura, afirmou que o Leão de Prata serve "como encorajamento ao cinema chinês, a novos cineastas e à possibilidade de mudança".

Logotipos dos filmes "A Dangerous Method", "The Ides of March", "Carnage" e "W.E."

Quanto à igualmente surpreendente escolha de "Terraferma" para o Prémio Especial do Júri, Aronofsky, em conferência de imprensa, após a distribuição dos prémios, declarou que as dimensões políticas foram fator fundamental nas suas considerações.
O prémio de Melhor Ator ficou com Michael Fassbender pelo seu personagem em "Shame", dirigido por Steve McQueen. O ator, de 34 anos, tornou-se conhecido do grande público pela sua intervenção em "Bastardos Inglórios".
A atriz chinesa Deannie Yip, ficou com o prémio de Melhor Atriz, Coppa  Volpi, pelo seu papel em "Tao Jie", de Ann Hui. A atriz interpreta Ah Tao, uma mulher que trabalha há 60 anos para a mesma família e cuida de um menino.

Para o ano haverá mais e esperemos que melhor...


PRÉMIO LEÃO DE OURO, MELHOR REALIZADOR:

quinta-feira, setembro 08, 2011

DEZ ANOS DEPOIS - 11 De Setembro De 2001





11 de Setembro de 2011, dez anos depois,





A Humanidade, num esforço contínuo, luta pela recuperação
da catásfrofe que mudou o Mundo ! 




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