quarta-feira, setembro 26, 2012

WOMEN ARE HEROES - JR, o Artista e Ativista Urbano
















O filme "Women are Heroes" transporta-nos até à África, Ásia e América do Sul. Já conhecíamos o trabalho de JR (escrito com maiúsculas enigmáticas), artista e ativista urbano francês nascido em 1983, que escolheu as ruas "como a maior galeria do mundo". As suas fotografias gigantescas instalam-se em telhados e paredes das favelas brasileiras, de aldeias africanas ou dos muros israelo-palestinianos. De preferência, locais marcados pela tragédia.


Auto-retrato, e Imagem de JR no Brasil

A preto e branco, as suas imagens correram o mundo, marcando os contrastes. Fruto de uma equipa que já hoje soma cem militantes fiéis à causa, orgulhosamente libertos de patrocinadores e a trabalhar com fundos exclusivamente provenientes da venda de fotografias, espalhou olhos gigantes nos degraus desconjuntados do Morro da Providência, no Rio de Janeiro, e forrou comboios inteiros e paredes de igreja com colagens de pálpebras. Aplicou rostos gigantes em mesquitas, muros, escadarias, paredes descarnadas, que adquiriram vida com expressões como as estátuas das Ilhas de Páscoa.

Trabalhando disfarçado, a motivação de JR é trazer à superfície, as questões fundamentais: apresenta as mulheres generosas que nada têm, mas que estão disponíveis para partilhar, mulheres com passados dolorosos e que querem construir um futuro radioso. Ao procurar aquilo que é comum aos seus olhares, aproximamo-nos daquilo que é universal: o fator humano.


Imagens de JR em África

Este documentário realizado por JR e selecionado oficialmente para o Festival de Cannes 2010, deu voz e vida a testemunhos de mulheres normais em situações de pobreza, conflito e preconceito. Mulheres extraordinárias. Rosiete Marinho, moradora na Casa das Viúvas, nome escolhido para um sítio onde todos perderam familiares nas rixas do narcotráfico. A câmara do artista sobe por todos os recantos da favela, registando, mas minimizando as perseguições e destinos sem saída, para finalmente realçar os depoimentos e os rostos enrugados pelo sofrimento.

"Women are Heroes" gira em várias direções: JR filmou na Índia, Brasil, Serra Leoa, Libéria, Camboja, Quénia... Lugares onde onde «os homens fogem e nos deixam com os filhos para os protegermos»... Sítios ondes as mulheres têm todos os deveres, mas quase nenhuns direitos.


Imagens de JR no Brasil

Apesar da beleza e do fortíssimo impacto do trabalho, da militância do projeto, da comoção por conhecer estas mulheres, aqui, surge uma interrogação: como pesa a questão moral de fazer arte à custa da tragédia alheia? 

«O meu trabalho é efémero e a documentação é muito importante, já que é o único vestígio que fica», afirma JR. Por isso, segundo também diz, distribui gratuitamente livros pelas comunidades que participaram nesta realização. Continua: «Não sou um mercenário. O meu trabalho fala sobre as pessoas, são elas que me interessam, o seu quotidiano. Oiço as reações e adapto-me. Não há momentos em que tento convencer alguém, tudo flui num diálogo constante. Estas mulheres confiaram em mim e no projeto que não envolve nenhuma marca nem governo, e elas veem que é uma grande forma de partilharem a sua história com o mundo».


Imagens de JR em França

O "mundo"de JR começou quando, em 1999, o artista encontrou uma máquina fotográfica no metro. Com esta câmara na mão, começou a fotografar o meio que o rodeava: graffitis e o seu próprio trabalho espalhado pelas ruas. Assim nasceu o seu primeiro grande projeto, Portrait of a Generation, um confronto de rostos jovens dos subúrbios e o ambiente burguês, de Paris.

Outros projetos se seguiram: Face 2 Face, onde JR colou no muro que separa Israel da Palestina imagens de rostos dos dois lados do conflito, num comentário provocatório à falta de diálogo; Wrinkles of the City, projeto sobre as rugas, humanas e arquiteturais, presente sobretudo nas paredes de Cuba; Inside Out Project, trouxe a JR o prémio TED, pelo qual o artista já acumulou mais de cem mil participações, desde março de 2011.


Imagens de "Face 2 Face" e "Wrinkles of the City", de JR

Como artista contemporâneo que cresceu com a Internet e com as imagens digitais, JR experimenta  técnicas cinematográficas diferentes e cria a sua própria forma de contar histórias. 


Imagem de "Inside Out Project", de JR


FICHA TÉCNICA DE "WOMEN ARE HEROES":

ORIGEM: França

DOCUMENTÁRIO

M12

85m

ANO: 2011

REALIZADOR: JR












segunda-feira, setembro 24, 2012

O "LIVRO QUE SÓ QUERIA SER LIDO" - Para os Netos...











Neste tempo em que tantas vezes os avós substituem os pais junto dos netos, por circunstâncias diversas, lembrei-me de deixar aqui uma sugestão que possa, de algum modo, ser-lhes útil. Para  contar, quando gozarem da sua companhia e a meteorologia não permitir nada mais do que ficar em casa.
Um dia destes, andando nas minhas pesquisas pela internet, deparou-se-me com alguma surpresa o vídeo que inseri na mensagem e que de imediato me trouxe à memória o conto que o inspirou. Ele aí está, certamente bem conhecido de todos vós. Mas é encantador e sabe sempre bem recordar.

Era uma vez um livro que teve o seu tempo, que esteve na moda, que passou de mão em mão, que teve leitores apaixonados e depois acabou na prateleira do esquecimento e da solidão. Alimenta apenas um sonho: o de voltar a ser lido, que é uma forma de ser amado.
Na sua solidão, teve por companhia cúmplice uma velha máquina de escrever, também ela condenada ao esquecimento. Juntos foram encontrando formas de ultrapassar a tristeza de se sentirem esquecidos. Até que, um dia, uma notícia imprevista veio alterar a sua sorte e permitir a realização do seu desejo.

Da autoria de José Jorge Letria, "O Livro que só queria ser lido", é um elogio do livro e da leitura e transmite uma verdade essencial: os livros partilharão sempre connosco, pela vida fora, a magia da aventura e do saber.

José Jorge Letria, jornalista, dramaturgo, poeta, é também autor de uma vasta obra para crianças e jovens. "O livro que só queria ser lido" é recomendado para o 4.º ano de escolaridade pelo Plano Nacional de Leitura (PNL) como leitura autónoma ou como leitura de apoio do professor ou dos pais.





Uma boa tarde ou serão com netos ou mesmo filhos... Na companhia de "O livro que só queria ser lido", vídeo realizado pela Companhia de Teatro de Marionetas "Os Valdevinos".




"O LIVRO QUE SÓ QUERIA SER LIDO"



domingo, setembro 23, 2012

"LINHAS DE WELLINGTON" (2012) - Filme Português de Valeria Sarmiento e Paulo Branco












"Linhas de Wellington", além de um espetacular elenco, conta com um argumento original de Carlos Saboga e acaba de competir em Veneza, no Leão de Ouro 2012, como único filme português. Depois de integrar a seleção Oficial do Festival de Cannes com "Cosmópolis", Paulo Branco regressa à competição num dos três maiores festivais do mundo.


No Festival de Cinema de Toronto, o festival mais importante do Canadá e que decorreu entre o dia 6 e 16 deste mês de setembro, "Linhas de Wellington" foi exibido na seção de Apresentações Especiais. A versão televisiva do filme, em três episódios, deve hoje ser apresentada durante o Festival de San Sebastián, no palco principal. "Linhas de Wellington" foi também selecionado para a Seleção Oficial do prestigiado New York Film Festival, o mais importante dos EUA.

"Linhas de Wellington" decorre em Portugal, durante as invasões napoleónicas, no início do século XIX, e acompanha um grupo de personagens de todas as condições sociais - soldados e civis, homens, mulheres e crianças, jovens e velhos - arrancados à rotina quotidiana pela guerra e lançados por diferentes caminhos em direção às linhas de Torres, onde um combate final decidirá o destino do país.

Em 27 de setembro de 1810, as tropas francesas comandadas pelo marechal Massena, foram derrotadas na Serra do Buçaco pelo exército anglo-português do general Wellington. Apesar da vitória, portugueses e britânicos são obrigados a retirar perante o inimigo numericamente superior, para o atrair para Torres Vedras, onde Wellington tinha construído linhas fortificadas dificilmente superáveis. 

Simultaneamente o comando anglo-português organiza a evacuação de todo o território entre o campo de batalha e as linhas de Torres Vedras, numa gigantesca operação de terra queimada, que tolhe aos franceses toda a possibilidade de aprovisionamento local.

Este é o cenário para as aventuras de uma série de personagens com diferentes motivações - o jovem tenente idealista Pedro de Alencar (Carlo Cotta), a maliciosa rapariguinha inglesa, Clarissa Warren (Victória Guerra), o dúbio contrabandista Penabranca (Miguel Borges), o vingativo sargento Francisco Xavier (Nuno Lopes), ou a prostituta Martírio (Soraia Chaves). 

Todos, seja qual for a sua motivação, perseguidos pelos franceses e atormentados por um tempo inclemente,  reúnem-se por caminhos diferentes para as linhas de Torres, onde uma última batalha decidirá o destino de cada um deles.

Em cenários de grande beleza, um dos períodos mais conturbados da história de Portugal é-nos apresentado com a mestria do desempenho de grandes atores e o rigor histórico de uma realização e produção perfeitamente impecáveis.


Com estreia marcada para o dia 4 de outubro próximo, certamente lá estarei.


ELENCO: Nuno Lopes, Soraia Chaves, Marisa Paredes, John Malkovich, Caterine Deneuve, Michel Piccoli, Mathieu Amalric, Victória Guerra, Carlo Cotto,Paulo Pires, Maria João Bastos.

REALIZAÇÃO: Valeria Sarmiento

PRODUÇÃO: Paulo Branco

ARGUMENTO: Carlos Saboga

GÉNERO: Drama, Histórico, Guerra

ORIGEM: Portugal

DURAÇÃO: 135 minutos




John Malkovich numa cena de "Linhas de Wellington#










quinta-feira, setembro 20, 2012

terça-feira, setembro 18, 2012

"INOCÊNCIA DOS MUÇULMANOS" - O Pomo da Discórdia











O filme "A Inocência dos Muçulmanos", o filme que apresenta o Islão como um "cancro", tem gerado diversos protestos contra os Estados Unidos no Egito, na Líbia e noutros países muçulmanos.

A origem da polémica está envolta num manto de mistério. O alegado produtor israelo-americano parece não existir e as referências ao Islão terão sido inseridas post-produção. Um trailer de 14 minutos foi carregado no Youtube no último mês de julho, mas na semana passada foi publicada uma segunda versão em árabe. Suspeita-se que por trás do filme esteja um grupo de cristãos anti-islâmicos, originários do Médio Oriente.


1-Sam Bacile: "O Islão é um cancro e ponto final"  2-Aiatolá, incentivador dos protestos violentos    3-Cena do filme "Inocência dos Muçulmanos". 

Sam Bacile foi identificado como o escritor, realizador e produtor do filme de duas horas "Inocência dos Muçulmanos", que provocou os protestos que levaram à morte do embaixador dos Estados Unidos na Líbia, Chris Stevens, além de ataques a consulados americanos noutros países.

Sam Bacile afirma que não se arrepende de ter chamado "cancro" ao Islão e promete lançar uma série televisiva sobre o assunto. Afirma ainda que vive na Califórnia, onde trabalha no sector imobiliário.

Na verdade, o mistério sobre a sua identidade aumentou quando um consultor do filme afirmou que o senhor Bacile não existe, uma vez que nunca apareceu em público. Nas entrevistas que tem dado, quase todas por e-mail ou telefone, Bacile afirmou que o filme foi financiado com a ajuda de mais 100 doadores judeus. Disse ainda que trabalhou com 60 atores e 45 extras, para produzir o filme num período de três meses, no ano passado. E concluiu: "É um filme político. Não é um filme religioso".

Foi pois o trailer de 14 minutos carregado no Youtube em julho passado que, dobrado recentemente para árabe, gerou os protestos muçulmanos, uma vez que o profeta Maomé é retratado como um homem mulherengo e violento. O pastor Tierry Jones, indesejado pelos muçulmanos pela anterior queima de exemplares do Alcorão, participou da divulgação de todo este material.


Cenas do filme "Inocência dos Muçulmanos"

Os protestos contra os EUA logo surgiram em diversos países do Médio Oriente. No primeiro dia de protestos, egípcios rasgaram bandeiras dos EUA. No segundo dia, o embaixador dos EUA e 3 funcionários foram mortos na Líbia. Ao terceiro dia, a embaixada dos EUA no Iémen foi cercada e atacada. Pelo menos uma pessoa morreu e outras 20 ficaram feridas.

O governo dos EUA teme que esta polémica possa evoluir para uma onda de ataques terroristas a outros alvos em todo o mundo. Manifestações também foram registadas esta semana em Banbladesh, Iraque, Marrocos, Sudão, Tunísia e na Faixa de Gaza.

Steve Klein afirma ter trabalhado na produção do filme e declarou à revista Atlantic que o nome Sam Bacile era um pseudónimo e não era judeu: "Eu não sei muito sobre ele. Conheci-o, falei com ele cerca de uma hora. Ele não é de Israel, não. Posso afirmar isso com certeza, o Estado de Israel não está envolvido... O seu nome é um pseudónimo. Duvido que seja judeu. Suspeito que se trate de um a campanha de desinformação".

Segundo o jornal New York Post, as autoridades norte-americanas identificaram o homem que diz ser Bacile como Nakoula Basseley, um cristão copta de 55 anos. A agência Associeted Press descobriu que os dois são a mesma pessoa após rastrear o número do telemóvel usado por Bacile numa entrevista dada por telemóvel. O telemóvel foi utilizado na casa de Nakoula.

Entre as últimas afirmações atribuídas a Bacile na entrevista à Associated Press, conta-se a sua declaração de pretender fazer filmes adicionais. E foi mais além: " O principal problema é que eu sou o primeiro a colocar na tela alguém sendo (retratando) Maomé. Isso pô-los loucos. Mas nós temos que abrir a porta. Após o 11 de setembro seria bom todo o mundo lembrar-se que estará em frente do juiz, Jesus".


Protestos violentos em Tripoli, Cairo e Iémen, contra os EUA

O governo americano procura afastar-se do vídeo. A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, declarou que os EUA "nada têm a ver" com o filme, que classificou de "repugnante e repreensível".  


O restante mundo ocidental e não só, também assim o considerou e censurou de modo veemente. Mas infelizmente a violência continua...









ORGULHO PORTUGUÊS - 15 de Setembro 2012








GRÉCIA




ESPANHA






PORTUGAL






PORTUGAL É O SEU POVO, NÃO OS SEUS GOVERNANTES.
EU TENHO UM ENORME ORGULHO
EM PORTUGAL.











sexta-feira, setembro 14, 2012

III FESTIVAL DE ESTÁTUAS VIVAS 2012 - Cidade de Tomar, de 14 a 16 de Setembro










Neste mês de Setembro regressa aquele que já conquistou o lugar de evento que mais pessoas traz à cidade de Tomar, a seguir à Festa dos Tabuleiros: o Festival de Estátuas Vivas. Consolidado e sempre inovador, ganha este ano uma projeção mais regional, com a extensão a dois polos templários (Almourol e Dornes), enquanto cria novos motivos de atração, incluindo uma tentativa de  recorde do mundo por parte do introdutor desta arte em Portugal.


Rota dos Templários
O concelho de Tomar, com cerca de 352 km e 43.000 habitantes, foi sede das Ordens do Templo e de Cristo. O principal monumento da cidade, o Convento de Cristo, foi considerado Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, em 1983.

Não se conhece a data em que os romanos fundaram aqui a cidade de Sellium. Sabe-se que, por meados do século VII, Sellium já era terra de conventos cristãos, datando dessa época visigótica o lendário martírio de Santa Iria. Em 1160, Tomar nasceu dentro do castelo dos Templários, fundado pelo Mestre da Ordem, D. Gualdim Pais. Quando as muralhas se tornaram apertadas, a povoação estendeu-se do sopé do monte até à margem do Nabão, na Vila de Baixo.

D. Gualdim ergueu uma rede de castelos a partir de Tomar até Monsanto, para defender o território e a população dos ataques árabes a norte do Tejo. No século XV, com D. Henrique como administrador da Ordem de Cristo, Tomar benficia de grande crescimento urbano, para, em 1510, o rei D. Manuel I conceder o Foral Novo e iniciar as obras da janela da Casa do Capítulo, obra-prima da arquitetura manuelina.

Viagem no Tempo - Idade Média

A dinastia filipina, o maior império do mundo de então, nasceu no Convento de Cristo. Como retribuição, os reis espanhóis construíram a Sacristia Nova do Convento, o Aqueduto de Pegões e a  criação da tradicional Feira de Santa Iria. Só em 1844, D. Maria II elevou Tomar à categoria de cidade, após a sangrenta guerra civil de 1830-34 entre Absolutistas e Liberais e após a qual se seguiu a extinção das ordens religiosas e a confiscação dos respetivos bens.

De 14 a 16 de setembro, Tomar volta a permitir aos moradores locais e aos visitantes que viajem na Máquina do Tempo: 26 estátuas vivas vão recriar personagens da Idade Média, desde figuras ilustres da História de Portugal a outras que ganham vida, oriundas de iluminuras da época.

Festival de Estátuas Vivas

O III Festival das Estátuas Vivas começa precisamente na noite desta sexta feira, dia 14, com a Seleção 2011, na qual se fará a reposição de algumas das melhores performances do ano passado. Doze artistas, de diferentes nacionalidades, vão recriar a História de Portugal, entre a rua Marquês de Pombal e a Praça da República, das 22 horas à meia-noite.

Mas a animação não se esgota a essa hora, continuando nas esplanadas, com magia, cuspidores de fogo e a envolvência da música.

Viagem no Tempo - Idade Média

No sábado e domingo de manhã, à semelhança do que aconteceu em 2011, haverá Histórias aos Quadradinhos, com as jovens promessas da arte da imobilidade a mostrarem o que valem. 

Mas há mais novidades para o público mais novo, ou não tivesse este festival um carácter acentuadamente pedagógico. 

Este ano, as tardes vão ter um espaço próprio para crianças com diversas iniciativas de animação, também previstas para o Mouchão.

O poeta Fernando Pessoa
A estas crianças juntaram-se outras mais, e jovens, num total de 40 estudantes que frequentaram dois workshops.  22 deles irão agora dar vida a personagens inspirados nas capas de livros, desde Harry Potter à sereia Ariel, da fada Sininho ao Naruto. Assim, uma vez mais, nas manhãs de sábado e domingo, a Ilha do Mouchão, e a Via Verde Júnior, serão o palco das Histórias aos Quadradinhos.

No centro histórico de Tomar, cruzando-se com guerreiros mouros e cavaleiros da Ordem do Templo, a Máquina do Tempo transportará os passageiros até à Idade Média. Num passeio entre a Ponte Velha e a roda do Mouchão, seguindo depois pela Corredoura até à Praça da república, catorze cavaleiros medievais irão ganhar vida, saídos das iluminuras daquela época.


António Santos, o Staticman
Subindo ao castelo, inicia-se a Rota dos Templários. Os visitantes encontrar-se-ão com o mestre templário D.Gualdim Pais e com ele farão um percurso da Reconquista dos Descobrimentos, da Ordem do Templo à de Cristo.

Na senda dessa época em que se alargaram territórios, também o Festival ultrapassa as portas da cidade e se expande a locais vizinhos, concretamente ao Castelo de Almourol (Vila Nova da Barquinha) e à Torre de Dornes (Ferreira do Zêzere), ambos obras de D.Gualdim e exemplos mágicos da arquitetura templária, e que serão igualmente este ano, cenários para as Estátuas Vivas recriarem a presença da ordem militar.

Todo o circuito do III Festival de Estátuas Vivas de Tomar, num total de 25 quadros, terá acesso livre e gratuito e no seu decorrer haverá animação alusiva à época. No domingo, as estátuas vivas rumam à Praça da República para, pelas 20 horas, ser feito o anúncio das premiadas, a partir da votação dos visitantes.

Há 25 anos, António Santos, o Staticman, introduziu em Portugal a arte da imobilidade expressiva, provocando curiosidade e surpresa entre quem passava pela Rua Augusta, em Lisboa.
III Festival de Estátuas Vivas Tomar 2012

Durante um quarto de século conquistou admiradores e seguidores, correu mundo e ganhou a vida por estar quieto. Foi também inspiração para personagens de livros e repetidamente considerado o homem mais quieto do globo. Esteve nove anos no Guiness Book of Records, bateu por três vezes o recorde mundial da imobilidade e uma vez o recorde mundial de menor velocidade em marcha.

António dos Santos, o Staticman, na celebração dos seus 25 anos de carreira, vem este ano ao Festival para bater o recorde do mundo de suspensão, com um único ponto de apoio.

O melhor registo mundial pertence ao chileno Magic Twins, com 200 minutos, obtido nas comemorações dos 200 anos da independência daquele país.

Durante a tarde e noite de sábado, mantendo a imobilidade expressiva, António vai tentar essa marca, suspenso a vários metros do solo. Para ele, o maior dos sucessos.

Festival de Estátuas Vivas Tomar - Entrega de Prémios.

Aproveitando o belo fim de semana que se adivinha, sejam bem vindos a Tomar e gozem todas as belezas deste Festival tão original...



PROGRAMA DO III FESTIVAL DE ESTÁTUAS VIVAS DE TOMAR 2012:

Seleção 2011
Centro histórico de Tomar 
Sexta feira – 22.00/24.00h

Histórias aos Quadradinhos
Parque do Mouchão – 22 Estátuas Vivas
Sábado e domingo – 11.00/12.30h

III Festival/Concurso de Estátuas Vivas
Viagem à Idade Média – Na Rota dos Templários 
Tomar/Almourol/Dornes – 26 Estátuas Vivas
Sábado – 16.30/19.15h e 22.00/24.00h
Domingo – 16.30/19.15h. Divulgação dos resultados às 20.00h

Record mundial de imobilidade em suspensão
Praça da República – António Santos
Sábado – 17.00h/…h

Via Verde Júnior
Parque do Mouchão e margem do Nabão
Sábado e domingo – 16.30/19.15h.

Memórias & Sabores
Cafés e restaurantes de Tomar/Almourol/Dornes
Estabelecimentos aderentes e ementas no site do Festival

Recriações históricas
Centro histórico e castelo de Tomar
Durante todo o Festival

Demonstrações de cetraria (treino aves de rapina p/ caça)
Castelo de Tomar
Sábado – 17.00h
Centro histórico de Tomar CMT
Domingo – 18.00h 

Animação de esplanadas
Centro histórico de Tomar 
Sábado e domingo – 24.00/01.30h








quarta-feira, setembro 12, 2012

DESDE ONTEM, O " LISBOA STORY CENTRE" - O Novo Terreiro do Paço










O projecto-âncora do novo Terreiro do Paço, um centro de interpretação dedicado à história da capital, está pronto a começar a contar histórias. Ontem, 11 de setembro, abriu o Lisboa Story Centre- Memórias da Cidade.

"Uma plataforma de conhecimento e interactividade que, inspirada nos factos e eventos que moldaram Lisboa, destina-se a levar o visitante a descobrir o património, de forma lúcida e interactiva". É assim que a Associação de Turismo de Lisboa (ATL) resume, em comunicado, a nova "estrela" do Terreiro do Paço, o Lisboa Story Centre - Memórias da Cidade, ontem inaugurado.

Esplanadas, Lojas e o Museu da Cerveja, agora no novo Terreiro do Paço.

Este espaço high tech, projecto-âncora do renovado Terreiro do Paço e localizado na ala nascente -  onde recentemente abriram uma série de restaurantes, lojas, discoteca e o Museu da Cerveja, garante uma viagem no tempo, com duração aproximada de uma hora, com auxílio de audioguia (disponível em vários idiomas) e recurso a efeitos e recriações. O seu público-alvo são tanto os turistas como os lisboetas, existindo programas especiais para estudantes. Embora não seja um museu, antes um espaço lúdico, garante-se o rigor histórico - na equipa do projecto, colabora o olissipógrafo José Sarmento de Matos.

A nova casa da memória, que se apresenta como "um projecto inédito no país", viverá dos principais acontecimentos da memória colectiva da capital portuguesa, da Fundação ao 25 de Abril, com particular enfoque no Terramoto de 1755 e nos planos da Baixa Pombalina. Inclui uma experiência "imersiva", representada teatralmente, que dá a conhecer " os monumentos marcantes da catástrofe natural que devastou Lisboa". Ao longo da viagem, é de esperar que os odores das especiarias invadam as salas quando se falar dos Descobrimentos ou que a sala trema quando o Terramoto de 1755 "chegar".

O novo restaurante Terreiro do Paço, o espaço de eventos Pátio da Galé e a discoteca LustLisbon

«É um sonho de gerações. Devolver à cidade todo este espaço que estava reservado a ministérios», afirmou António Costa, presidente da Câmara de Lisboa, durante a visita de inauguração. O autarca destacou que este centro não é apenas destinado a turistas mas a todos  os portugueses e às crianças em particular, por ser também um importante centro educativo.

António Costa acrescentou que falta apenas recuperar a estátua equestre do Terreiro do Paço, que já está a decorrer, e finalizar o acordo com o Governo que permite instalar o elevador na arcada da Rua Augusta, para aquele espaço ficar totalmente recuperado.

Num investimento de três milhões de euros, o Lisboa Story Centre espera a visita anual de mais de 300.000 visitantes, 70% dos quais estrangeiros e 30% portugueses, nos quais está incluída a visita das escolas.

Terreiro do Paço em Lisboa

O espaço está dividido por dois pisos, propiciando uma visita de cerca de 60 minutos, orientada por um audioguia, disponível em 10 idiomas e versão infantil, que acompanha todo o percurso através de seis núcleos. 


Aberto todos os dias, das 10h00 às 20h00, o custo das suas entradas é de 9 euros.Para mais informações e contactos, siga o link: www.cm-lisboa.pt









segunda-feira, setembro 10, 2012

"PIETÀ" VENCE O PRÉMIO "LEÃO DE OURO 2012" - 69.º Festival de Cinema de Veneza 2012















O Festival de Cinema de Veneza é o mais antigo festival de cinema do mundo. Chegando ao fim neste último sábado, dia 8 de setembro, a sua 69.ª Edição consagrou o drama sul-coreano "Pietà" (Pieta-2012), do realizador Kim Ki-duk, vencedor do cobiçado Leão de Ouro do Festival de Veneza 2012.

Realizador Paul Thomas Anderson, Prémio Leão de Prata 2012

O presidente do júri desta Edição do Festival, o realizador norte-americano Michael Mann, elogiou todos os 18 filmes concorrentes ao Leão de Ouro, classificando-os como "ótimos", "multifacetados" e "inovadores". " Mas Pietà detaca-se de entre eles", afirmou Mann.

"Pietà" é uma metáfora ao capitalismo extremo que faz com que o dinheiro esteja acima de tudo, como disse à imprensa o seu realizador Kim Ki-duk. Esta longa metragem é um drama e uma crítica social severa à ganância, moral e perda de valores.

Atriz Hadas Yaron, Prémio de Melhor Atriz

O filme conta a  história de um agiota de Seul que tem por hábito mutilar cruelmente os seus clientes devedores. Um dia, aparece na sua vida uma mulher misteriosa, que se apresenta como sua mãe. A vida do criminoso - até então dedicada à procura do dinheiro e do poder - sofre então uma reviravolta. 

Em entrevista, o diretor sul-coreano afirmou que o seu filme é realmente uma crítica ao capitalismo extremo e que o dinheiro teria sido o "terceiro ator" da sua longa metragem. O nome do filme faz referência a uma das obras mais conhecidas de Michelangelo - a escultura Pietà, cuja réplica se encontra na Basílica de São Pedro em Roma. Em Veneza, Kim declarou aos jornalistas que havia visto duas vezes a estátua, no Vaticano e, desde então, tornou-se um grande admirador desta obra-prima.

Salientou ainda que este filme "é um filme dedicado à humanidade, à nossa situação difícil numa crise capitalista extrema".


Ator Joaquin Poenix, que partilhou o Prémio de Melhor Ator com
Philip Seymour Hoffman
Kim Ki-duk é um dos mais reputados realizadores sul-coreanos. Em 2004, aos 51 anos, o cineasta já tinha conquistado o Leão de Prata de Melhor Realizador, com o filme Bin-jip.


As suas produções caracterizam-se por, frequentemente, girarem em torno do destino e sentimentos de personagens que vivem de forma isolada.

O Leão de Prata de Melhor Realizador, foi para o drama de época "The Master", do cineasta norte-americano Paul Thomas Anderson e forte concorrente ao Leão de Ouro. O filme de Anderson conta a história de um fundador de uma seita, que passou a ser conhecido como o "mestre". O drama de Paul Thomas Anderson foi inspirado na vida do fundador da cientologia, Ron Hubbard.


Cartaz do filme Pietà






Muito bem recebido pelo júri e pela crítica, além de arrecadar o prémio de Melhor Realizador, "The Master" foi premiado na categoria de melhor ator, prémio partilhado pelos atores Joaquin Phoenix e Philip Seymour Hoffman.


O prémio de melhor atriz foi para a israelita Hadas Yaron, pelo seu papel no filme Fill The Void, da cineasta Rama burshtein.


Narra a história de uma judia ortodoxa de 18 anos, que tem a obrigação de casar com o marido da sua falecida irmã.


O prémio de melhor argumento foi para o filme  francês Après Mai.

O realizador Olivier Assayas enfoca a juventude da década de 1970, cujos ideais políticos cada vez mais vão sendo relegados para segundo plano.



Júri do 69.º Festival de Cinema de Veneza - Leão de Ouro 2012


PREMIADOS DO 69.º FESTIVAL DE CINEMA DE VENEZA 2012:


LEÃO DE OURO de Melhor Filme: Pietà (Pieta-2012, Coreia do Sul)

LEÃO DE PRATA de Melhor Realizador: Paul Thomas Anderson, por The Master (Idem-2012)

PRÉMIO ESPECIAL DO JÚRI: Paradies: Glaube (Idem-2012, Áustria), de Ulrich Seidl

VOLPI CUP de Melhor Atriz: Hadas Yaron, por Lemale et ha'chatal, (Idem-2012, Israel)

VOLPI CUP de Melhor Ator: Joaquin Phoenix e Philip Seymour Hoffman, ambos por The Master

PRÉMIO MARCELLO MASTROIANNI de novo talento fem. ou masc.: Fabrizio Falco, por E Stato il Figlio (Idem-2012, Itália) e Bella Addormentata (Idem-2012, Itália/França)

MELHOR ARGUMENTO: Olivier Assayas, realizador francês de Après Mai (Idem-2012,França)

PRÉMIO de melhor fotografia: Daniele Cipri por E Stato il Figlio 






NOTA:
 Este "trailer" só pode ser visto no Youtube, devido a direitos de autor (por enquanto)







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