terça-feira, setembro 18, 2012

"INOCÊNCIA DOS MUÇULMANOS" - O Pomo da Discórdia











O filme "A Inocência dos Muçulmanos", o filme que apresenta o Islão como um "cancro", tem gerado diversos protestos contra os Estados Unidos no Egito, na Líbia e noutros países muçulmanos.

A origem da polémica está envolta num manto de mistério. O alegado produtor israelo-americano parece não existir e as referências ao Islão terão sido inseridas post-produção. Um trailer de 14 minutos foi carregado no Youtube no último mês de julho, mas na semana passada foi publicada uma segunda versão em árabe. Suspeita-se que por trás do filme esteja um grupo de cristãos anti-islâmicos, originários do Médio Oriente.


1-Sam Bacile: "O Islão é um cancro e ponto final"  2-Aiatolá, incentivador dos protestos violentos    3-Cena do filme "Inocência dos Muçulmanos". 

Sam Bacile foi identificado como o escritor, realizador e produtor do filme de duas horas "Inocência dos Muçulmanos", que provocou os protestos que levaram à morte do embaixador dos Estados Unidos na Líbia, Chris Stevens, além de ataques a consulados americanos noutros países.

Sam Bacile afirma que não se arrepende de ter chamado "cancro" ao Islão e promete lançar uma série televisiva sobre o assunto. Afirma ainda que vive na Califórnia, onde trabalha no sector imobiliário.

Na verdade, o mistério sobre a sua identidade aumentou quando um consultor do filme afirmou que o senhor Bacile não existe, uma vez que nunca apareceu em público. Nas entrevistas que tem dado, quase todas por e-mail ou telefone, Bacile afirmou que o filme foi financiado com a ajuda de mais 100 doadores judeus. Disse ainda que trabalhou com 60 atores e 45 extras, para produzir o filme num período de três meses, no ano passado. E concluiu: "É um filme político. Não é um filme religioso".

Foi pois o trailer de 14 minutos carregado no Youtube em julho passado que, dobrado recentemente para árabe, gerou os protestos muçulmanos, uma vez que o profeta Maomé é retratado como um homem mulherengo e violento. O pastor Tierry Jones, indesejado pelos muçulmanos pela anterior queima de exemplares do Alcorão, participou da divulgação de todo este material.


Cenas do filme "Inocência dos Muçulmanos"

Os protestos contra os EUA logo surgiram em diversos países do Médio Oriente. No primeiro dia de protestos, egípcios rasgaram bandeiras dos EUA. No segundo dia, o embaixador dos EUA e 3 funcionários foram mortos na Líbia. Ao terceiro dia, a embaixada dos EUA no Iémen foi cercada e atacada. Pelo menos uma pessoa morreu e outras 20 ficaram feridas.

O governo dos EUA teme que esta polémica possa evoluir para uma onda de ataques terroristas a outros alvos em todo o mundo. Manifestações também foram registadas esta semana em Banbladesh, Iraque, Marrocos, Sudão, Tunísia e na Faixa de Gaza.

Steve Klein afirma ter trabalhado na produção do filme e declarou à revista Atlantic que o nome Sam Bacile era um pseudónimo e não era judeu: "Eu não sei muito sobre ele. Conheci-o, falei com ele cerca de uma hora. Ele não é de Israel, não. Posso afirmar isso com certeza, o Estado de Israel não está envolvido... O seu nome é um pseudónimo. Duvido que seja judeu. Suspeito que se trate de um a campanha de desinformação".

Segundo o jornal New York Post, as autoridades norte-americanas identificaram o homem que diz ser Bacile como Nakoula Basseley, um cristão copta de 55 anos. A agência Associeted Press descobriu que os dois são a mesma pessoa após rastrear o número do telemóvel usado por Bacile numa entrevista dada por telemóvel. O telemóvel foi utilizado na casa de Nakoula.

Entre as últimas afirmações atribuídas a Bacile na entrevista à Associated Press, conta-se a sua declaração de pretender fazer filmes adicionais. E foi mais além: " O principal problema é que eu sou o primeiro a colocar na tela alguém sendo (retratando) Maomé. Isso pô-los loucos. Mas nós temos que abrir a porta. Após o 11 de setembro seria bom todo o mundo lembrar-se que estará em frente do juiz, Jesus".


Protestos violentos em Tripoli, Cairo e Iémen, contra os EUA

O governo americano procura afastar-se do vídeo. A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, declarou que os EUA "nada têm a ver" com o filme, que classificou de "repugnante e repreensível".  


O restante mundo ocidental e não só, também assim o considerou e censurou de modo veemente. Mas infelizmente a violência continua...









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