Neste mês de Setembro regressa aquele que já conquistou o lugar de evento que mais pessoas traz à cidade de Tomar, a seguir à Festa dos Tabuleiros: o Festival de Estátuas Vivas. Consolidado e sempre inovador, ganha este ano uma projeção mais regional, com a extensão a dois polos templários (Almourol e Dornes), enquanto cria novos motivos de atração, incluindo uma tentativa de recorde do mundo por parte do introdutor desta arte em Portugal.
Rota dos Templários |
Não se conhece a data em que os romanos fundaram aqui a cidade de Sellium. Sabe-se que, por meados do século VII, Sellium já era terra de conventos cristãos, datando dessa época visigótica o lendário martírio de Santa Iria. Em 1160, Tomar nasceu dentro do castelo dos Templários, fundado pelo Mestre da Ordem, D. Gualdim Pais. Quando as muralhas se tornaram apertadas, a povoação estendeu-se do sopé do monte até à margem do Nabão, na Vila de Baixo.
D. Gualdim ergueu uma rede de castelos a partir de Tomar até Monsanto, para defender o território e a população dos ataques árabes a norte do Tejo. No século XV, com D. Henrique como administrador da Ordem de Cristo, Tomar benficia de grande crescimento urbano, para, em 1510, o rei D. Manuel I conceder o Foral Novo e iniciar as obras da janela da Casa do Capítulo, obra-prima da arquitetura manuelina.
Viagem no Tempo - Idade Média |
A dinastia filipina, o maior império do mundo de então, nasceu no Convento de Cristo. Como retribuição, os reis espanhóis construíram a Sacristia Nova do Convento, o Aqueduto de Pegões e a criação da tradicional Feira de Santa Iria. Só em 1844, D. Maria II elevou Tomar à categoria de cidade, após a sangrenta guerra civil de 1830-34 entre Absolutistas e Liberais e após a qual se seguiu a extinção das ordens religiosas e a confiscação dos respetivos bens.
De 14 a 16 de setembro, Tomar volta a permitir aos moradores locais e aos visitantes que viajem na Máquina do Tempo: 26 estátuas vivas vão recriar personagens da Idade Média, desde figuras ilustres da História de Portugal a outras que ganham vida, oriundas de iluminuras da época.
O III Festival das Estátuas Vivas começa precisamente na noite desta sexta feira, dia 14, com a Seleção 2011, na qual se fará a reposição de algumas das melhores performances do ano passado. Doze artistas, de diferentes nacionalidades, vão recriar a História de Portugal, entre a rua Marquês de Pombal e a Praça da República, das 22 horas à meia-noite.
Mas a animação não se esgota a essa hora, continuando nas esplanadas, com magia, cuspidores de fogo e a envolvência da música.
No sábado e domingo de manhã, à semelhança do que aconteceu em 2011, haverá Histórias aos Quadradinhos, com as jovens promessas da arte da imobilidade a mostrarem o que valem.
Mas há mais novidades para o público mais novo, ou não tivesse este festival um carácter acentuadamente pedagógico.
Este ano, as tardes vão ter um espaço próprio para crianças com diversas iniciativas de animação, também previstas para o Mouchão.
Mas há mais novidades para o público mais novo, ou não tivesse este festival um carácter acentuadamente pedagógico.
Este ano, as tardes vão ter um espaço próprio para crianças com diversas iniciativas de animação, também previstas para o Mouchão.
A estas crianças juntaram-se outras mais, e jovens, num total de 40 estudantes que frequentaram dois workshops. 22 deles irão agora dar vida a personagens inspirados nas capas de livros, desde Harry Potter à sereia Ariel, da fada Sininho ao Naruto. Assim, uma vez mais, nas manhãs de sábado e domingo, a Ilha do Mouchão, e a Via Verde Júnior, serão o palco das Histórias aos Quadradinhos.
No centro histórico de Tomar, cruzando-se com guerreiros mouros e cavaleiros da Ordem do Templo, a Máquina do Tempo transportará os passageiros até à Idade Média. Num passeio entre a Ponte Velha e a roda do Mouchão, seguindo depois pela Corredoura até à Praça da república, catorze cavaleiros medievais irão ganhar vida, saídos das iluminuras daquela época.
Subindo ao castelo, inicia-se a Rota dos Templários. Os visitantes encontrar-se-ão com o mestre templário D.Gualdim Pais e com ele farão um percurso da Reconquista dos Descobrimentos, da Ordem do Templo à de Cristo.
António Santos, o Staticman |
Na senda dessa época em que se alargaram territórios, também o Festival ultrapassa as portas da cidade e se expande a locais vizinhos, concretamente ao Castelo de Almourol (Vila Nova da Barquinha) e à Torre de Dornes (Ferreira do Zêzere), ambos obras de D.Gualdim e exemplos mágicos da arquitetura templária, e que serão igualmente este ano, cenários para as Estátuas Vivas recriarem a presença da ordem militar.
Todo o circuito do III Festival de Estátuas Vivas de Tomar, num total de 25 quadros, terá acesso livre e gratuito e no seu decorrer haverá animação alusiva à época. No domingo, as estátuas vivas rumam à Praça da República para, pelas 20 horas, ser feito o anúncio das premiadas, a partir da votação dos visitantes.
Há 25 anos, António Santos, o Staticman, introduziu em Portugal a arte da imobilidade expressiva, provocando curiosidade e surpresa entre quem passava pela Rua Augusta, em Lisboa.
Durante um quarto de século conquistou admiradores e seguidores, correu mundo e ganhou a vida por estar quieto. Foi também inspiração para personagens de livros e repetidamente considerado o homem mais quieto do globo. Esteve nove anos no Guiness Book of Records, bateu por três vezes o recorde mundial da imobilidade e uma vez o recorde mundial de menor velocidade em marcha.
António dos Santos, o Staticman, na celebração dos seus 25 anos de carreira, vem este ano ao Festival para bater o recorde do mundo de suspensão, com um único ponto de apoio.
António dos Santos, o Staticman, na celebração dos seus 25 anos de carreira, vem este ano ao Festival para bater o recorde do mundo de suspensão, com um único ponto de apoio.
O melhor registo mundial pertence ao chileno Magic Twins, com 200 minutos, obtido nas comemorações dos 200 anos da independência daquele país.
Durante a tarde e noite de sábado, mantendo a imobilidade expressiva, António vai tentar essa marca, suspenso a vários metros do solo. Para ele, o maior dos sucessos.
Aproveitando o belo fim de semana que se adivinha, sejam bem vindos a Tomar e gozem todas as belezas deste Festival tão original...
PROGRAMA DO III FESTIVAL DE ESTÁTUAS VIVAS DE TOMAR 2012:
Seleção
2011
Centro
histórico de Tomar
Sexta feira
– 22.00/24.00h
Histórias
aos Quadradinhos
Parque do
Mouchão – 22 Estátuas Vivas
Sábado e domingo
– 11.00/12.30h
III
Festival/Concurso de Estátuas Vivas
Viagem à
Idade Média – Na Rota dos Templários
Tomar/Almourol/Dornes
– 26 Estátuas Vivas
Sábado –
16.30/19.15h e 22.00/24.00h
Domingo –
16.30/19.15h. Divulgação dos resultados às 20.00h
Record
mundial de imobilidade em suspensão
Praça da
República – António Santos
Sábado –
17.00h/…h
Via Verde
Júnior
Parque do
Mouchão e margem do Nabão
Sábado e
domingo – 16.30/19.15h.
Memórias
& Sabores
Cafés e
restaurantes de Tomar/Almourol/Dornes
Estabelecimentos
aderentes e ementas no site do Festival
Recriações
históricas
Centro
histórico e castelo de Tomar
Durante todo
o Festival
Demonstrações
de cetraria (treino aves de rapina p/ caça)
Castelo de
Tomar
Sábado –
17.00h
Centro
histórico de Tomar CMT
Domingo –
18.00h
Animação
de esplanadas
Centro
histórico de Tomar
Sábado e
domingo – 24.00/01.30h
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