LÁGRIMA
Cheia de
penas
Cheia de
penas me deito
E com mais
penas
E com mais
penas me levanto
No meu peito
Já me ficou
no meu peito
Este jeito
O jeito de
querer tanto
Desespero
Tenho por
meu desespero
Dentro de
mim
Dentro de
mim o castigo
Eu não te
quero
Eu digo que
não te quero
E de noite
De noite
sonho contigo
Se considero
Que um dia
hei-de morrer
No desespero
Que tenho de
te não ver
Estendo o
meu xaile
Estendo o
meu xaile no chão
Estendo o
meu xaile
E deixo-me
adormecer
Se eu
soubesse
Se eu
soubesse que morrendo
Tu me havias
Tu me havias
de chorar
Por uma
lágrima
Por uma
lágrima tua
Que alegria
Me deixaria matar
(interpretação de Dulce
Pontes)
Lotação esgotada, no Grande Auditório do Centro Cultural
de Belém, para assistir ao regresso de Dulce Pontes, sem dúvida a voz de uma
das maiores cantoras portuguesas. Afastada dos palcos portugueses há uns anos, Dulce
regressou com uma viagem musical que atravessou várias sonoridades,
demonstrando a grande versatilidade da sua voz e timbre.
A noite começou tranquila, ao ritmo do piano e terminou
frenética, com a artista a dançar descalça. Aplaudida desde que pisou o palco,
combinou música tradicional portuguesa com fado, ópera, ritmos africanos e nem
o circo escapou a este trajeto de melodias.
Merece o nosso apreço e distinção. Dulce Pontes, dotada
de uma voz excecionalmente bonita, é simultaneamente uma intérprete de
excelência.
Bem vinda!
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