terça-feira, junho 24, 2014

DO OUTRO LADO... - A Prostituição Infantil no Brasil, Fruto Amargo da Copa do Mundo 2014.







A prostituição infantil no Brasil, fruto amargo da Copa do Mundo 2014.

Um problema que existe há muito no Brasil, agora registado por um dos maiores jornais do Mundo. Uma vergonha, mas adiante descreve-se o retrato do Brasil, feito por um repórter inglês:
O país anfitrião da Copa do Mundo  2014 está numa corrida febril para terminar os seus principais estádios de futebol a tempo para o evento desportivo mais popular do mundo. Um deles é Arena Corinthians, em São Paulo, que se prepara para sediar o jogo de abertura a 12 junho entre Brasil e Croácia, uma partida a que vai assistir metade da população mundial.
Há 18 meses centenas de trabalhadores em todo o Brasil começaram a chegar ao país para trabalhar na construção do estádio, ficando em favelas próximas da grande cidade. Mas, com o aumento do emprego também veio a explosão da prostituição infantil.


As autoridades brasileiras investiram milhões de dólares na Copa do Mundo,  que é esperado ser o mais espetacular na história do campeonato, algo que fez os sindicatos do crime prepararem-se muito bem para aproveitar o evento desportivo.

Segundo informações do portal da agência News.com., clãs mafiosos internacionais planejam uma onda de prostituição infantil organizada em torno dos estádios em mais de uma dúzia de cidades no Brasil, a partir da capital, Brasília, para o Rio de Janeiro, onde os fans de futebol se reunirão durante seis semanas intensas, até ao último jogo.

Gangues criminosos vão buscar crianças às aldeias mais pobres do país, onde lhes fornecem  droga ou simplesmente as compram às suas famílias. A maioria das meninas são levadas para São Paulo, para trabalharem na prostituição. Algumas delas têm apenas 11 anos, moram na Favela de Paz, um bairro onde centenas de famílias não têm eletricidade nem água corrente.

À noite, as jovens vão passear para fora da favela, na Avenida Miguel Inácio Curi ou outras estra motéis ou quartos perto do estádio gigante.
Segundo o jornalista,Matt Roper, e também segundo  uma activista local contra a prostituição infantil, que realizou vários estudos sobre a situação, ambos garantem que este negócio ilegal ocorre aos olhos da polícia, guardas de segurança e moradores da capital financeira do Brasil.


Na sua primeira entrevista ao jornal britânico "Sunday Mirror", o jornalista declarou ter informações de que os clãs da máfia da droga haviam levado algumas crianças do Leste Europeu, de aldeias brasileiras, e África, especialmente Congo e Somália, para trabalharem como escravas sexuais.
Para realizar esta sua pesquisa como independente, Roper partiu para São Paulo a fim de conhecer pessoalmente as prostitutas e a situação de carência destas meninas do país.

Polyana, 14 anos
Polyana de 14 anos, tem apenas três meses de profissão. No entanto, os clientes não faltam. A menina vendeu o seu corpo para os trabalhadores Arena Corinthians por menos de 4,7 dólares, durante o almoço.

A cama de Polyana, coberta com bonecos de peluche, está localizada numa pequena casa escondida num labirinto de vielas com esgoto a céu aberto, onde os trabalhadores vão para comprar as jovens prostitutas.
Segundo o relato de Roper, a adolescente saiu na mesma noite em que a sua mãe morreu. "Eu não sabia como encontrar dinheiro para comer ou pagar a renda da casa. Passou muito tempo. Mas bem. Há muitos homens da construção que procuram sexo ", confessou  a menina ao jornalista.

Por enquanto Polyana não planeja deixar a prostituição. Duas semanas atrás, descobriu que estava grávida. No entanto todos os dias, à hora do almoço, marca um encontro com clientes num dos hotéis perto da favela.
"Quando a Copa do Mundo começar, haverá muitas mais meninas da minha idade e mais jovens. Eu sou uma delas" declarou Polyana, com preocupação.

Thais, 16 anos
Orfã de 16 anos e viciada em crack (uma droga derivada da cocaína, muito popular nas favelas brasileiras) foi trazido para a Favela da paz com outra jovem prostituta e exerce a profissão a partir de uma garagem onde tem relações sexuais  com homens, num número de 15 por dia.

"A maioria dos meus clientes estão na construção", diz a menina. "Eles pagam sempre, mas eu nem sempre os trato bem", confessou.
"Mas o que eu posso fazer? Os meus pais estão mortos, eu preciso de dinheiro. Se não fosse com os homens que trabalham no estádio, eu não sei o que eu faria", confessou Thais.

"Amanhã um reservou um dia inteiro no hotel comigo, vai ser um bom dia de trabalho para mim", acrescentou.
Segundo Roper, a jovem prostituta também espera ter "um monte de trabalhos com fans de futebol quando começar o Mundial" e tenciona cobrar US$ 23, quatro vezes mais do que o preço habitual.


Como parte de sua campanha contra a prostituição infantil, Matt Roper também supervisiona Meninadanca e Casa Rosada, duas instituições de caridade que tentam lutar contra  este flagelo social."Elas querem ser alguém na vida, mas o que estamos a viver agora é um pesadelo", afirma Roper.

O ativista também destacou que as autoridades brasileiras não têm pressa em tomar medidas contra esta situação criminosa e que ainda não realizaram qualquer operação policial adequada.






A cidade, que hospeda o Mundial, é considerada a capital brasileira da prostituição de menores e um dos principais epicentros do turismo sexual no país.

Nicolas Bourcier
(Rio de Janeiro, correspondente regional do “Le Monde”)






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