domingo, dezembro 11, 2011

MANOEL DE OLIVEIRA - 103 Anos de Vida





Aos 102 anos de idade, Manoel de Oliveira dirigiu "O estranho caso de Angélica", apresentado no último Festival de Cannes, e agora, no seu 103.º aniversário já tem um novo filme pronto a estrear, "O Gebo e a Sombra" que espera apresentar no próximo Festival de Cannes. 
Manoel de Oliveira no Festival de Cannes 2010

Ano sim, ano não, Manoel de Oliveira adiciona a realização de mais um filme à sua já longa lista, às vezes duas realizações no mesmo ano.

O primeiro, "O Estranho caso de Angelica", filmado no Brasil, é o resultado de uma coprodução com Leon Cakoff e Renata Oliveira, realizadores do Festival de São Paulo, e conta a história de um jovem fotógrafo que ama o passado e é chamado para fazer o último retrato de uma moça morta na flor da idade.
Cena do filme "O Estranho Caso de Angelica"

O segundo, "O Gebo e a Sombra" de Raul Brandão, foi filmado em Paris e retrata a pobreza e os dramas da vida de pessoas simples, que podem facilmente projetar-se na vida contemporânea. No seu elenco conta com a participação de Michael Lonsdale, Luís Miguel Cintra, Claudia Cardinale e Jeanne Moreau, artistas estes que conjuntamente com Rogério Samora, Miguel Guilherme, Isabel Ruth, Caterine Deneuve, Lima Duarte e outros famosos, constituem o seu grupo favorito de atores. Recentemente adicionou-lhe o seu neto, Ricardo Trepa.

Manoel de Oliveira, de nome completo Manoel Cândido Pinto de Oliveira, nasceu no seio de uma família da alta burguesia e ainda jovem foi para A Guarda,  na Galiza, onde frequentou um colégio de jesuítas. Admite ter sido mau aluno, participou de tertúlias com os amigos José Régio e Agostina Bessa Luís, no Café Diana, da Póvoa do Varzim.
Cena do filme "O Gebo e a Sombra"

Aos vinte anos vai para a escola de atores fundada no Porto por Rino Lupo, cineasta italiano ali radicado e pioneiro do cinema português de ficção. Entretanto adquiriu alguma formação técnica nos estúdios da Kodak, na Alemanha e, mantendo o gosto pela representação participou no segundo filme sonoro português "A Canção de Lisboa".

Só mais tarde, em 1942 se aventurou como realizador e filma Aniki-Bobó, uma adaptação do conto "Os Meninos Milionários". A obra cinematográfica de Manoel de Oliveira, até então interrompida por pausas e projetos não realizados, só a partir da longa metragem "O Passado e o Presente", de 1971, prosseguiria sem sobressaltos, por uns trinta anos, até ao final do século.
1- Cartaz do filme "Aniki-Bobó"
2-Cartaz do filme "A Carta"

Manoel de Oliveira insiste em dizer que só cria filmes pelo gozo de os fazer, independente da reação dos críticos. Apesar das múltiplas condecorações em alguns dos festivais mais prestigiados do mundo, como o Festival de Cannes, Festival de Veneza ou o Festival de Montreal, leva uma vida retirada e longe da ribalta, no seio da sua família composta por sua mulher Maria Isabel Brandão de Meneses de Almeida Carvalhais, com quem casou há cerca de setenta anos e pelos quatro filhos que resultaram deste casamento.

Em 2008 foi condecorado pelo Presidente da República.
  • É professor honorário da Academia de Cinema de Skopje
  • Recebeu em 2008 o Prémio Mundial do Humanismo
  • Em 2008 Manoel de Oliveira recebeu o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade do Algarve
  • Em 2009 recebeu nos XIV Globos de Ouro transmitido na SIC no dia 18 de maio de 2009 um prémio de prestígio e homenagem pelo seu trabalho que realizou tendo já 100 anos de idade, sendo dos realizadores mais velhos do mundo
  • Agraciado com a GCSE pelo Presidente de Portugal
  • Em 2011, recebeu o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.


Centenário, dotado de uma resistência e saúde física e mental inigualáveis, é o mais velho realizador do mundo em atividade, e ainda com planos futuros...









1 comentário:

peonia disse...

Chegar aos 103 anos e continuar a realizar é obra! Gostei de rever Manuel de Oliveira e o seu percurso de cineasta, onde se destaca uma enorme sensibilidade...

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