terça-feira, abril 10, 2012

TITANIC (1912) - A Viagem Memorial dos 100 Anos (2012)















O navio que no passado dia 8, domingo de Páscoa, partiu de Southampton, não se chama "Titanic", mas "Balmoral". Quanto ao resto tudo foi planeado segundo a memória da viagem de há 100 anos - a data da partida, o número de passageiros a bordo, a rota será a mesma, o destino é Nova Iorque. E para a hora em que o acidente ocorreu, pelas 15h45 do próximo domingo (hora de Lisboa), está prevista uma cerimónia de homenagem a bordo.

O "Balmoral já se encontra em alto-mar, a percorrer o trajeto previsto para o colossal "Titanic", afundado há 100 anos após a colisão com um iceberg. A bordo, seguem familiares das vítimas do naufrágio.

Não faltam os trajes a rigor, enquadrados por todo um ambiente do século passado. A 15 de abril de 1912, aquele que foi considerado o navio mais imponente do mundo, colidiu com um iceberg e afundou-se durante a viagem inaugural, tendo morrido mais de 1500 pessoas, entre passageiros e tripulantes, como foi largamente divulgado. Agora, decorrido um século e em memória da monstruosa tragédia, muitos quiseram recordar o que então aconteceu.

Eram 15h45 do dia 8 de abril quando o "Balmoral" partiu do sul de Inglaterra, e entre os passageiros houve quem trouxesse coroas de flores e outros objetos que pertenceram aos familiares desaparecidos na tagédia. Para essas pessoas, esta viagem é também um encontro com a sua história, a história de familiares que, em busca do sonho americano ou de uma viagem de sonho, embarcaram no luxuoso "Titanic".

A bordo do "Balmoral" estão agora pessoas oriundas de mais de 20 países, entre familiares de vítimas, historiadores, escritores e outras pessoas que se deixaram fascinar pela história do "Titanic". Irão comer refeições preparadas a partir do menu original, terão palestras sobre a viagem. "Estou certo que o meu avô, que viajava na primeira classe, estaria orgulhoso pelo facto de a sua história ser partilhada nesta viagem histórica", declarou à BBC Philip Littlejohn, neto do passageiro do "Titanic", Alexander James Littlejohn, que sobreviveu por ter conseguido embarcar no salva-vidas número 13.

A viagem irá incluir uma visita ao local onde se encontram os destroços do malogrado navio. "Será um momento muito especial", afirmou Philip Littlejohn. Deste Local o "Balmoral" seguirá para a Nova Escócia, onde foram sepultadas algumas vítimas do "Titanic", e depois para Nova Iorque. Durante a viagem, os passageiros serão brindados com a presença de uma orquestra que interpretará os temas que igualmente se ouviram no "Titanic".


Também Jane Allen, sobrinha-neta de uma das vítimas, quis participar nesta viagem, por isso comprou o bilhete que lhe custou 6000 libras (cerca de 7270 euros). "Não penso que esta seja uma viagem macabra", disse à estação britânica. "Estive em cemitérios da Primeira Guerra Mundial e da Segunda, e penso que recordar é sempre importante".


Igualmente Peter Hill, de 61 anos, que embarcou com a mulher Lynda, confessou ter uma ligação especial ao "Titanic" e a esta viagem: "O meu avô era um financiador e perdeu muito dinheiro quando o navio se afundou. Era um homem muito rico, mas teve que vender duas quintas para pagar os prejuízos". Confessou ainda, ter na estante de sua casa, 38 livros só sobre o"Titanic".


No site dedicado a esta viagem, a norte-americana Sharon Willing escreveu: "Quero poder lançar flores no sítio onde o meu avô morreu".


Um dos organizadores do cruzeiro, Miles Morgan, declarou, à comunicação social, que demorou cinco anos a preparar a viagem, "para que fosse o mais autêntica possível e uma homenagem aos que nela perderam a vida".












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