segunda-feira, setembro 03, 2012

PRESIDENTE JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS CONSOLIDA A DEMOCRACIA - Eleições Gerais Angola 2012














Como era esperado, o MPLA, no poder desde 1975, venceu de forma esmagadora as eleições gerais de sexta-feira em Angola. Embora com menos votos do que em 2008, o partido do presidente José Eduardo dos Santos - reeleito por mais 5 anos - terá maioria qualificada na Assembleia Nacional e continuará a ser a força dominante da política angolana.

O Presidente José Eduardo dos Santos exerce o seu direito de voto

Apesar de contestações e do avanço da oposição no Parlamento, a confortável vitória do presidente José Eduardo dos Santos nas eleições gerais de Angola, que lhe permite prolongar por mais cinco anos o seu mandato iniciado em 1979, deve manter nas suas mãos o controle da máquina governamental para poder preparar a sua sucessão.

Com este resultado, tendem a manter-se as grandes influências da China, Brasil e Portugal em Angola, cuja economia, alimentada pela crescente produção de petróleo, poderá ultrapassar a da África do Sul até 2016, segundo a Economist Intelligence Unit. José Eduardo dos Santos em campanha eleitoral, apontou como uma das suas principais metas do seu futuro mandato, aumentar o crescimento de Angola para os 10% anuais, já a partir do próximo ano.

Líder da UNITA, Isaias Samakuva

A vitória do MPLA, não só tende a reguardar os valosos interesses dos executivos brasileiros em Angola, como os investimentos bilionários que a China e Portugal têm no país africano, sobretudo na construção civil.

Mas mesmo derrotada, a UNITA obteve uma votação superior à das eleições anteriores e recebeu apoio bastante expressivo em algumas regiões do país. No município do Cacuaco, nos arredores de Luanda, as parciais indicavam que o partido derrotaria o MPLA, resultado devido à insatisfação com o desempenho do governo nas áreas pobres e periféricas da capital.

Presidente de Angola e a esposa Paula

Do lado do governo, as atenções concentram-se na sucessão de José Eduardo dos Santos. Ao formar a sua comissão para as eleições, escolheu como seu vice, o ex-presidente da petrolífera estatal Manuel Vicente, que meses antes fora nomeado ministro da Coordenação Económica.

Estas medidas foram encaradas como um sinal de que José Eduardo dos Santos prepara Manuel Vicente para seu sucessor. A questão é quando. A nova Constituição angolana, aprovada em 2010, prevê eleições de cinco em cinco anos e a possibilidade de uma única reeleição para presidente.

Isabel dos Santos, filha do presidente de Angola
e uma das mulheres mais ricas do mundo

Como é a primeira vez que José Eduardo dos Santos se elege - chegou a concorrer em 1992,   mas a retoma da guerra civil suspendeu o processo eleitoral -, não se afasta a hipótese de ele disputar também o próximo pleito, em 2017. Aos 70 anos de idade, goza de perfeita saúde.

Mas também se admite que o presidente passe o bastão a Manuel Vicente ou na próxima eleição, ou já durante o seu novo mandato. Outros analistas são da opinião que a sucessão está longe de ser definida e que, ao promover Vicente, José Eduardo dos Santos quis ganhar tempo e confundir os que o acusam de ocupar a Presidência por tempo demasiado. Para eles, o presidente só deixará o posto se tiver a certeza de que nem ele nem seu governo serão objetos de investigações. Mas o grande desafio para o presidente reeleito, será sem dúvida alcançar a reconciliação nacional.

"O Governo Português felicita o presidente José Eduardo dos Santos e o seu partido pela vitória obtida nas eleições de 31 de agosto, de acordo com os resultados provisórios anunciados pela Comissão Nacional de Eleições angolana", anunciou o porta-voz do MNE, Miguel Guedes.


Eleições Gerais Angola 2012

O primeiro-ministro português Pedro Passos Coelho, felicitou hoje José Eduardo dos Santos e o MPLA pela vitória nas eleições gerais angolanas, considerando que estas representam um contributo para a "trajetória do desenvolvimento e do progresso" de Angola.

Numa mensagem enviada a José Eduardo dos Santos, Pedro Passos Coelho felicita-o e ao seu partido "pela expressiva vitória", acrescentando: " Gostaria especialmente, através de vossa excelência, de felicitar o povo angolano, a sociedade civil e os partidos políticos pelo seu compromisso com a democracia, traduzido num elevado padrão cívico de participação eleitoral, observado quer durante a campanha, quer no escrutínio".


Primeiro-ministro português Pedro Passos Coelho e o presidente José Eduardo
dos Santos.

Em seu nome e do povo português, o primeiro-ministro manifesta "satisfação pela realização deste novo ato eleitoral, não só pelo sinal intrínseco que encerra enquanto consolidação das instituições democráticas, num quadro de pluralismo político, mas também pelo contributo que ele representa na trajetória de desenvolvimento e de progresso económico-social que Angola tem vindo a percorrer com reconhecido êxito".

Cerca de 9,7 milhões de angolanos estavam registados para votar em mais de 10.000 secções.







Vista panorâmica da bela Baía de Luanda, onde se destaca o edifício do Banco de Angola


Resultados, correspondentes a 57,49 dos votos contados, anunciados pela CNE:


O Movimento Popular de Libertação de Angola, o partido do presidente, venceu as eleições e obteve 74,46  por cento dos votos ( 2.519.403 votos), liderando em todas as 18 províncias do país.
O segundo lugar coube à UNITA, com 17,94 por cento (607.063 votos) e o terceiro lugar coube à Coligação Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE) com 4,53 por cento (153.000 votos).








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