terça-feira, dezembro 17, 2013

NADIR AFONSO (1920-2013) DEIXOU-NOS NA SEMANA PASSADA...












Nadir Afonso é autor de uma teoria estética, tendo publicado  vários livros onde defende que a arte é puramente objectiva e regida por leis de natureza matemática, que tratam a arte não como um acto de imaginação, mas de observação, percepção e manipulação da forma.

Reconhecido internacionalmente, está representado em vários museus. As suas obras mais famosas são a série Cidades, que sugerem lugares em todo o mundo. Com 92 anos de idade, ainda trabalhava activamente na pintura. Faleceu no passado dia 11 de dezembro, aos 93 anos de idade, no hospital de Cascais onde se encontrava internado, .


Em 1938 Nadir Afonso ingressou no curso de Arquitectura na Escola de Belas-Artes do Porto. Durante esses anos a pintura de Nadir evoluiu para uma progressiva abstracção.
Terminados os estudos de arquitectura partiu para Paris, em 1946, onde se inscreveu na École des Beaux-Arts para estudar Pintura, e obteve, por intermédio de Portinari, uma bolsa de estudo do governo francês. Colaborou com Le Corbusier de 1946 até 1948, e novamente em 1951.

No final de 1951 parte para o Brasil, onde trabalhou nos anos seguintes com Óscar Niemeyer, sobretudo no projecto do IV Centenário da Cidade de S. Paulo, Parque de Ibirapuera. Em finais de 1954 voltou a Paris.

Aí, publicou a obra de reflexão estética La Sensibilité Plastique (Paris: Presses du Temps Présent, 1958) e apresentou no ano seguinte a sua primeira grande exposição antológica, na Maison des Beaux-Arts de Paris.
Em 1955, em Portugal, concorreu ao projeto do Monumento ao Infante D. Henrique a erigir em Sagres. Em Chaves projectou a Panificadora, uma das obras de referência da arquitectura portuguesa do século XX.


Representou Portugal na Bienal de São Paulo, no Brasil ( 1961 e 1969), e teve o privilégio de ver a sua obra galardoada com inúmeras distinções.
Em 1967 recebeu o Prémio Nacional de Pintura e, passados dois anos, o Prémio Amadeo de Souza-Cardoso
A Fundação Calouste Gulbenkian dedicou-lhe uma exposição retrospectiva que foi apresentada em 1970 no Centre Culturel Portugais, em Paris, e posteriormente em Lisboa. 

Publicou Les Mécanismes de la Création Artistique (Neuchem vâtel: Editions du Griffon, 1970).
Foi ainda condecorado com os graus de Oficial e Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada em dezembro de 2010.

Nos anos seguintes, desenvolveu uma intensa actividade artística e aos poucos a sua pintura irradiou pelo mundo ao mesmo tempo que continuou a publicar regularmente. 
Aos livros referidos seguiram-se: Aesthetic Synthesis, Universo e o Pensamento, O Sentido da Arte, Da intuição Artística ao Raciocínio Estético, Sobre a Vida e Sobre a Obra de Van Gogh, As Artes: Erradas Crenças e Falsas Criticas, Nadir Face a Face com Einstein, ManifestoO Tempo não Existe


Em 2010, foi realizada uma grande exposição da sua obra, no Museu Nacional de Soares dos Reis, Porto, e, seguidamente, no Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, Lisboa.
Também o Museu da Presidência da República não foi o único a dedicar-lhe uma exposição retrospectiva. Outra grande exposição foi apresentada no Museu Carlo Bilotti- Vila Borghese em Roma (2012) e outra exposição em Veneza no Palazzo Loredan (2012).

Nadir Afonso é autor de uma obra singular, estruturada no contexto artístico internacional com consistente pioneirismo e um dos artistas de maior relevo da arte do século XX e XXI. 
Um processo sustentado pela reflexão e análise teórico-filosófica, de formulação própria e o consequente trabalho prático como fio condutor para uma metodologia racional. 
O artista defende uma estética que pressupõe a relação das leis geométricas, leis universais que existem na Natureza indispensáveis ao alcance da harmonia, e a relação mutável das funções e necessidades que permitem determinar as leis evolutivas, não especificas da obra de arte.


A obra de Nadir Afonso, complexa, é pautada por vários períodos que são o resultado de um desenvolvimento natural da sua pintura. Se o início aborda a representação do real, uma evolução conduziu-o desde o expressionismo em que pintou intensamente a cidade do Porto, às derradeiras composições que chamamos período fractal, dedicado às grandes metrópoles

( em Wikipédia e Sítio Oficial de Nadir Afonso)


Descanse em paz.










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