segunda-feira, março 12, 2012

OBESIDADE - Obesidade Mórbida e Obesidade Infantil















A obesidade é atualmente reconhecida como uma doença crónica que afeta, de modo cada vez mais marcante, as sociedades industrializadas. Tornou-se já um lugar comum classificá-la como a epidemia do século XXI e como um grave problema de saúde pública.
Circunferências que representam os perfis normal (esquerda),
Com excesso de peso (centro), e obeso (direita).

Em Portugal, a obesidade assume proporções alarmantes: existe a maior taxa de obesidade infantil da Europa, mais de um milhão e meio de obesos, e estima-se que exista entre 200 e 300 mil doentes com a denominada obesidade mórbida, em que o IMC é igual ou superior a 40 [IMC=peso/(altura)2].

As causas da obesidade são múltiplas. Os erros alimentares e sedentarismo constituem a associação mais frequentemente apontada como causa da obesidade. Infelizmente estes comportamentos são prática usual de uma grande parte da população jovem, mesmo infantil. Hoje em dia os jovens passam a maioria dos tempos livres em frente de uma televisão ou computador, hábitos já adquiridos durante o período da sua infância.

Físico tipo Maçã (esquerda) e Físico tipo Pera (direita)

A este comportamento sedentário, soma-se um regime alimentar hipercalórico, baseado essencialmente no abuso do consumo da alimentação conhecida como "fast food". Mas a obesidade também depende de factores genéticos, hormonais, psicológicos e sócio-económicos que conferem à causa desta doença características multifactoriais. Uma coisa é certa: uma criança ou um jovem obeso, terá todas as hipóteses de vir a ser um adulto vítima de anorexia ou de obesidade mórbida...

Ao aumento de peso associam-se frequentemente outras patologias, como hipertensão arterial, diabetes,  colesterol elevado, dislipidemias, apneia do sono, artrose e varizes, entre muitas outras, que, nos seus mais variados aspectos, implicam limitações e custos, económicos e sociais, que condicionam a qualidade e esperança de vida dos doentes.

Obesidade Infantil

O grau de obesidade de cada um de nós é avaliado pelo Ídice Massa Corporal (IMC) medido em Kg/m2. Permite classificar a obesidade e avaliar o risco relativo do indivíduo desenvolver complicações.

Se: IMC > 18 e < 25 Kg/m2, será considerado Normal.
      IMC > 25 e < 30 Kg/m2, será considerado Excesso de peso.
      IMC> 30 e < 35 Kg/m2, será considerado Obesidade moderada (grau I)
      IMC > 35 e < 40 Kg/m2, será considerado Obesidade grave (grau II)
      IMC> 40 Kg/m2, será considerado Obesidade mórbida (grau III)

Embora o total de gordura no nosso corpo seja importante, é mais relevante ainda, saber onde ela está localizada. A gordura depositada da região abdominal (andróide) acarreta mais riscos para a saúde do que se ela estiver concentrada noutra parte do corpo, como a zona das ancas e coxas (ginóide). Uma medida que é comum ser adotada no prática médica para avaliar os riscos de sáude é a relação Cintura:Anca.

Obesidade Mórbida

Mulheres com Cintura:Anca > 0,80 cm = Risco
Homens com Cintura:Anca > 1,00 cm = Risco

Muitos especialistas utilizam, conjuntamente os métodos IMC e Cintura:Anca, para avaliar com mais segurança o risco de saúde do paciente. Outros ainda, aceitam que a simples circunferência abdominal maior que 95 cm é representativa de risco elevado de doenças.

O ganho do peso na área acima da cintura ( tipo físico " Maçã" ) é mais perigoso do que o peso ganho em torno da área das ancas ou quadris e das coxas ( físico tipo " Pera" ).

As células gordas na parte superior do corpo têm características diferentes das encontradas nas ancas e na coxas.

As pessoas com o perfil em formato de maçã têm mais facilidade de desenvolver outras doenças, como problemas cardiovasculares, uma vez que a gordura visceral, ao contrário da subcutânea, dirige-se diretamente para o fígado antes de circular até aos músculos, podendo causar resistência à insulina, levando à hiperinsulinémia, que são níveis elevados de insulina, aumentando assim o risco de diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares.

Técnicas invasivas do tratamento da obesidade

Como se pode concluir, a obesidade é uma doença que tem de ser encarada com muita responsabilidade e cuidado. As pessoas, no entanto, engordam por uma simples razão: consomem mais calorias do que gastam. Por outras palavras, não fazem uma alimentação saudável e levam uma vida sedentária. Sem exercício, o corpo não queima as calorias que ingeriu, e estas transformam-se em gordura, que por sua vez causa o aumento de peso.

Como a perda de peso é algo que requer muita força de vontade e disciplina, o melhor é prevenir a obesidade. E o cuidado, como já vimos, deve começar logo na infância.

Avaliação da Obesidade

O tratamento inicial da obesidade mórbida está associado ao carácter progressivo da doença e das suas graves consequências para o estado de saúde dos doentes. Embora este tratamento inicial seja feito com base em dietas de baixas calorias, com uma perca de peso lenta e morosa, verificou-se que, em muitos casos, os pacientes voltavam a recuperar o peso perdido.

Para o tratamento destes casos e para outros que os médicos entendam apropriados, a medicina utiliza técnicas Técnicas Invasivas, que podem ou não ser Cirúrgicas.

Técnica não cirurgica: O balão intra-gástrico, é a técnica mais simples, completamente reversível. Passa pela introdução de um balão, por via endoscópica, no estomâgo. Uma vez cheio com soro fisiológico, ocupa parte do estômago, diminuindo a sensação de fome do doente.

Intervenção cirúrgica para colocação de Banda Gástrica

Técnicas cirurgicas:
A Gastroplastia Vertical Anilhada: consiste em efectuar um reservatório após secção vertical no estomâgo a cerca de 6 cm da transição esófago-gástrica, provocando restrição à passagem dos alimentos para o restante estômago.

A Gastroplastia com Banda:  procede-se à colocação de um "anel" de material sintético imediatamente abaixo da transição esófago-gástrica, deixando apenas uma pequena bolsa acima deste, criando uma passagem estreita para o estômago distal (tipo funil).

Com estas técnicas, é de esperar que os pacientes percam de 30 a 40% do seus excessos de peso nos primeiros 12 a 18 meses  de pós-operatório. Todavia trata-se de tratamentos dispendiosos, não acessíveis a todas as bolsas, e que no Serviço Nacional de Saúde contam com longas listas de espera, que podem ir de meses a anos...


Junto inseri imagens bem elucidativas dos diversos tipos de obesidade e das suas consequências verdadeiramente dramáticas... 







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