quarta-feira, janeiro 21, 2015

O PAPA FRANCISCO DEFENDE A LIBERDADE DE EXPRESSÃO E O SEU USO "SEM OFENDER".






O papa Francisco comentou as caricaturas do ‘Charlie Hebdo’ e sublinhou que a liberdade de expressão deve exercer-se sem ofender, mas acrescentou que matar em nome de Deus é “uma aberração”.


O papa Francisco defendeu hoje que a liberdade de expressão é um direito fundamental, que não permite “insultos à fé dos outros”, acrescentando que “matar em nome de Deus” é “uma aberração”.
 “Não podemos provocar, não podemos insultar a fé dos outros, não podemos ridicularizá-la“, disse aos jornalistas a bordo do avião, que levou o papa de Colombo para Manila, quando questionado sobre as caricaturas do semanário satírico francês Charlie Hebdo, alvo de um atentado que causou 12 mortos, na semana passada, em Paris.

A liberdade de expressão deve “exercer-se sem ofender”, disse, sublinhando que expressar-se era um “direito fundamental”.

“Todos têm não apenas a liberdade, o direito, como também a obrigação de dizer o que pensam para ajudar o bem comum. É legítimo usar esta liberdade, mas sem ofender”, insistiu, pedindo verdade, principalmente na atividade política.


“Se o meu bom amigo Dr. Gasparri ofender a minha mãe, deve preparar-se para levar um soco. É normal, é normal. Não se pode provocar”, disse ainda o papa, referindo-se a Alberto Gasparri, responsável pela organização das visitas papais, que se encontrava ao seu lado.
O papa sublinhou que a liberdade de religião e a liberdade de expressão era “ambas direitos humanos fundamentais“.
Francisco condenou também os assassínios cometidos em nome da religião.

“Não podemos ofender, ou fazer a guerra, ou matar em nome da própria religião, em nome de Deus”, afirmou. Matar em nome de Deus “é uma aberração” e “é preciso ter fé com liberdade, sem ofender, sem impor, nem matar”, frisou.

“O que se passa atualmente (com os atentados islamitas) choca-nos, mas pensemos na nossa Igreja: quantas guerras religiosas tivemos, pensemos na noite de São Bartolomeu, no massacre desencadeado pelos católicos contra os protestantes franceses que marcou o início, no século XVII, das guerras religiosas. Também fomos pecadores“, lembrou.


O papa condenou já, em várias ocasiões, os atentados de Paris, que causaram 20 mortos, na semana passada.





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