terça-feira, maio 24, 2011

CANNES 2011 - Palma De Ouro



Este ano, o festival de cinema Cannes 2011, que decorreu de 11 a 22 de maio, para a atribuição da Palma de Ouro, poderia por si próprio constituir uma curta metragem. 
Cheryl Cole e Angelina Jolie

Foi um festival em que o realizador premiado não participou em nenhum evento do festival, nem se deixa fotografar há mais de 30 anos. Em que o principal actor masculino foi premiado pelo seu papel num filme a preto e branco e mudo.

E ainda um festival em que o realizador Lars Von Trier,  premiado com a melhor interpretação feminina, foi expulso do festival, após ter feito comentários pró-nazi...

Dos 20 filmes em competição pela Palma de Ouro, os principais premiados foram:


Robert de Niro e Uma Thurman, integrantes do júri
Longas Metragens:
  • Palma de Ouro: A ÁRVORE DA VIDA, dirigido por Terrence Malick
  • ex-aequo do Grande Prémio: BIR ZAMANLAR ANADOLU'DA, dirigido por Nuri Bilge Ceilão
  • O GAROTO PARA RIDE, dirigido por Jean-Pierr e Luc Dardenne
  • O Custo do Teste: Nicolas Refn , para DRIVE
  • Melhor Roteiro: Joseph Cedar, para SHULAYIM HEARAT
  • Melhor Atriz: Kirsten Dunst em MELANCOLIA, dirigido por Lars von Trier
  • Melhor Ator: Jean Dujardin no DO ARTISTA, dirigido por Michel Hazanavicius
  • Prémio do Júri: POLIDO, dirigido por Maiwenn
  • Palma de Ouro de Curta-Metragem: CRUZ, dirigido por Maina Vrod
  • Prémio do Júri - Curta Metragem: BADPAKJE 46 (FATO DE BANHO 46), dirigido por Wannes  Destoop.
Carla Bruni e Owen Wilson em "Midnight in Paris",
de Bertolucci

Com a presença de vários astros e estrelas de Hollywood, directores referenciados e alguma polémica política, o júri, este ano composto por Robert De Niro (presidente), Jude Law e Uma Thurman, presidiu  a uma competição pela Palma de Ouro, disputada pelos concorrentes Pedro Almodôvar, com "Pele Que Habito", Lars Von Trier ("Melancholia"), Nani Moretti ("Habemus Papam"), Terrence Malick ("The Tree Of Life"), Aki Kaurismäki ("Le Havre") e os irmãos Dardenne ("Le Gamin Au Velo").

Antes de dar início à disputa, Cannes abriu o festival com a exibição do novo filme de Woody Allen "Meia-Noite em Paris", comentadíssimo em França por contar com a participação da primeira-dama francesa Carla Bruni Sarkosy, que não esteve presente "por razões pessoais e profissionais".
António Banderas em "A Pele que Habito",
de Almodovar

Como sempre, Robert De Niro falou pouco e não explicou quase nada acerca das decisões que o júri tomou. Mas no geral foram equilibradas e justas, num ano em o leque de concorrentes se apresentou muito mais forte do que o do ano anterior.

A "Árvore Da Vida", de Terrence Malick, não ganhou o prémio apenas porque levou mais de cinco anos a ser produzido. É um filme de pensamento livre, uma reflexão filosófica em forma de imagens, com a ambição de falar da Vida e da Morte com letras maiúsculas. Com uma montagem emotiva, o filme faz de Malick um herdeiro distante do Kubrik de "2001 - Uma Odisseia no Espaço".

Diante de um filme tão belo e sensível, pouco importou que o próprio director não comparecesse aos eventos em Cannes. Houve quem amasse e houve quem odiasse o filme: mas todos os presentes não deixaram de o discutir, desde que foi exibido.
Cena do filme brasileiro "Trabalhar Cansa"

O Grande Prémio do Júri foi para dois filmes humanistas, o turco "Era Uma Vez na Anatólia" e o belga "O Garoto da Bicicleta". Na interpretação, De Niro e o seu júri optaram por premiar o excelente Jean Dujardin e a sua notável actuação de 100 minutos, num filme mudo e a preto e branco, "The Artist", em desfavor  do favorito do festival "Canto da Sereia", de Sean Penn.

Quanto à melhor interpretação feminina, os críticos e o público de Cannes, foram unânimes em apontar, nos últimos dez dias, a interpretação de Tilda Swinton no filme britânico "We Need to Talk About Kevin", como  poderosa e cheia de nuances. Mas a nomeação foi para Kirsten Dunst, em "Melancolia", que, longe de ser medíocre, também não foi memorável.

Bernardo Bertolucci, laureado com a
Palma de Ouro Honorária


                                                             

Este ano, e na sequência da tradição do espírito que preside ao Festival de Cannes, o cineasta Bernardo Bertolucci foi premiado com a Palma de Ouro Honorária, como distinção pela sua longa e notável carreira de realizador, prémio atribuído a cineastas que nunca ganharam uma Palma de Ouro.

Certamente iremos ver, para depois poder julgar...  








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