terça-feira, maio 17, 2011

A MAGIA DA DANÇA (Parte II) - Contemporâneo e Moderno


Ballet Moderno e Ballet Contemporâneo são estilos diferentes de dança, apesar do segundo derivar do primeiro.

O primeiro foi pioneiro ao romper as regras clássicas e introduzir novas ideologias da dança e, por isso, foi o grande influenciador do segundo. Os dois estilos diferenciam-se não só no período de surgimento como também na técnica.

Contemporâneo

O Ballet ou Dança Contemporânea, apareceu no início do século XX quebrando com a rigidez técnica do ballet clássico, com os seus percursores adoptando maneiras mais modernas e pessoais de expressar ideias através da dança. Com a dança moderna, partilha-se a liberdade técnica e a ruptura com a rigidez clássica. Busca-se passar sensações do mundo urbano, rápido e agitado.

A arte reflecte ou procura expressar a sociedade contemporânea, numa fusão entre vários estilos: moderno, hip-hop, street dance, clássico, jazz e outros, podendo ainda agregar técnicas diferenciadas, como a aplicação da acrobacia em várias das suas coreografias.

Alguns dos principais definidores do que vem a ser o estilo contemporâneo (ou pós-moderno) são: fragmentação, multiplicidade, justaposição, repetição, uso constante de referências a épocas diversas, experimentação e ousadia em ironizar o modo de vida actual.
Isadora Duncan

O século XX nasceu marcado pelas ideias de vários artistas militantes, divulgadores destes conceitos inovadores  através da sua arte.

De entre outros, destacou-se Isadora Duncan, famosa não só pela sua  mestria, como pela sua trágica morte num acidente de carro descapotável, quando a écharpe que usava ficou presa a uma das rodas, enforcando-a. Consta ainda que, antes de morrer e ao subir para a viatura, teria afirmado: "Adeus, amigos! Vou para a glória". Faleceu em 1927.

 Outra figura feminina a tornar-se também num ícone desta época foi, uns anos mais tarde, Martha Graham, nos Estados Unidos, que se afirmou como um dos pilares da modern-dance.

Fundadora de uma companhia de dança  própria,  mundialmente conhecida, dançou bem até aos 60 anos, mas, deprimida com o seu corpo, afundou-se no álcool e no desespero. Pressionada pelos críticos, fez a sua apresentação final aos 76 anos. Faleceu em  abril de 1991.

Matha Graham

Finalmente, o coreógrafo e bailarino Diaghilev apresentou ao mundo Georges Balanchine.

Diaghilev trouxe com ele a modernidade, o vanguardismo, o ineditismo, o atrevimento. E Balanchine rompe com as molduras clássicas, tornando-se no mais genial construtor da dança académica moderna, um homem à frente do seu tempo, hoje equiparado a Picasso, Stravinsky e James Joyce.

Mr. B., como Balanchine é conhecido no mundo da dança, tornou-se tão mais universal quanto o tempo passa. É, ainda hoje, uma provocação para todos os criadores contemporâneos, que não escondem a influência sofrida e a importância cada vez maior da sua obra.

Moderno

Também  Merce Cunningham, bailarino e coreógrafo por excelência, absorveu todas as novas tendências desta dança moderna, e soube, com inegável mestria, complementá-las com as novas tecnologias, que o entusiasmaram durante a sua velhice.

Mesmo na cadeira de rodas, que o aprisionou até ao fim dos seus dias, recorria ao uso do computador para compor as suas coreografias.

Barysnhikov, um bailarino que conto entre os meus predilectos e um bailarino que seria moderno em qualquer tempo, ao trabalhar com Cunningham durante alguns anos, declarou que se sentia nas aulas de Cunningham como nas aulas de ballet, apenas com mais alguns pormenores subtis acrescidos à execução.

Moderno - Companhia de Martha Graham






"A dançarina do futuro será aquela cujo corpo e alma
têm crescido tão harmonicamente, que a  linguagem
natural da  alma se tornará o movimento do corpo 
humano. A dançarina não pertence a nenhuma nação,
mas a toda a humanidade".

 - Isadora Duncan-











Sem comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...