PELE
Quem foi que
à tua pele conferiu esse papel
de mais que
tua pele ser a pele da minha pele?
Cintilação
de luas
assim que te
desnudas
às escuras
Diante do
teu ventre
como não
dizer “sempre”
novamente.
Ó lâmina e
bainha
de outra
espada ainda
Tua língua
Ruge.
Reprende. Arrasa
Desde que
sempre o faças
com as asas
Vem dos
arcanos de outro tempo
ou dos anéis
de outra galáxia
esta
espessura transparente
que só na
cama as almas ganham
DAVID MOURÃO
FERREIRA,
in “Pequenos
poemas”
1 comentário:
A pele, a alma, o corpo, o amor e a vida! Simbiose perfeita na pena de um POETA que será imortal, como muito poucos!
Não conhecia este poema mas, para além de estarmos perante POESIA, existe nele toda uma sensualidade que lhe confere um elevadíssimo nível de atracção perante o simples e privilegiado leitor!
Obrigado, amiga!
Vitor.C
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