Maria Barroso entrou em estado de coma, desde o passado dia 25, em consequência de uma
queda sofrida em sua casa. A notícia da sua morte foi confirmada oficialmente pelo
hospital da Cruz Vermelha, onde se encontrava internada, e do qual também foi fundadora.
Maria de Jesus Simões
Barroso Soares nasceu no dia 2 de maio de 1925, em Olhão. Era a quinta de sete
filhos do oficial do Exército Alfredo José Barros e da professora primária
Maria da Encarnação Simões. Formou-se em Arte Dramática no Conservatório
nacional.
Licenciou-se em Ciências
Histórico-Filosóficas, na Faculdade de Letras de Lisboa, onde conheceu Mário
Soares, com quem se casou em 1949. Foi atriz na companhia de Teatro Rey
Colaço-Robles Monteiro, onde se estreou em 1944 com a peça Aparências, de
Jacinto Benavente.
No cinema, estreou-se em
Mudar de Vida, de Paulo Rocha, e participou em três filmes de Manoel de
Oliveira. Foi diretora do Colégio Moderno, fundadora do Partido Socialista,
primeira-dama de Portugal entre 1986 e 1996, presidente da Cruz Vermelha
Portuguesa, sócia-fundadora e presidente da ONGD Pro Dignitate e da Fundação
Aristides de Sousa Mendes. Pragmática.
Maria Barroso morreu na
madrugada do dia 7, pelas 5h20, aos 90 anos, na sequência de uma hemorragia cerebral provocada pela queda sofrida em casa, no passado dia 18 de junho.
"Valeu a pena viver..."(Maria Barroso) |
“Mulher de cultura e de
causas, Maria de Jesus Barroso distinguiu-se, ao longo de décadas, como uma
lutadora pela liberdade e pela democracia, antes e depois do 25 de Abril.
Dedicou a sua vida à cultura portuguesa, ao ensino, à pedagogia e às causas
sociais a que esteve ligada, fazendo-o com exemplar sentido cívico, animada
pela densidade da sua fé e pela convicção inabalável nos valores da dignidade
da pessoa humana, da justiça social e do serviço ao bem comum.”
Aníbal Cavaco Silva,
Presidente da República
“Foi com enorme tristeza
que tomei conhecimento do falecimento da doutora Maria de Jesus Barroso. Teve
uma vida ímpar, toda ela dedicada ao serviço dos outros e à causa pública,
tendo pugnado de forma intransigente por princípios, valores e ideais, tais
como a defesa da democracia, o respeito dos direitos humanos e a elevação da
dignidade da pessoa (…). A doutora Maria de Jesus Barroso deixou, ainda, uma
marca notável nas muitas instituições que fundou, ajudou a criar ou presidiu,
nomeadamente a Fundação Pro Dignitate, a Cruz Vermelha Portuguesa, a Associação
para o Estudo e a Prevenção da Violência e a Fundação Aristides de Sousa
Mendes.”
Pedro Passos Coelho,
primeiro-ministro
“Uma mulher
verdadeiramente extraordinária, talento que até emociona recordar, e de uma fé
fantástica. Convertida já adulta, em situações que são conhecidas, ela
alimentou, cultivou, fundamentou a sua própria fé. Lia livros de teologia,
informava-se e praticava.”
Vítor Melícias, padre
Descanse em paz, esta Mulher,
para quem
" valeu a pena viver..."
para quem
" valeu a pena viver..."
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