Ó SINO DA MINHA ALDEIA
Ó
sino da minha aldeia,
Dolente
na tarde calma,
Cada
tua badalada
Soa
dentro da minha alma.
E
é tão lento o teu soar,
Tão
como triste da vida,
Que
já a primeira pancada
Tem
o som de repetida.
Por
mais que me tanjas perto
Quando
passo, sempre errante,
És
para mim como um sonho.
Soas-me
na alma distante.
A
cada pancada tua
Vibrante
no céu aberto,
Sinto
mais longe o passado,
Sinto
a saudade mais perto.
FERNANDO
PESSOA,
(1913)
In “Poesias, Ortónimo"
Imagem retirada da Internet,
Retoque de:
Voz: João Villaret
Sem comentários:
Enviar um comentário