domingo, agosto 09, 2015

HÁ 70 ANOS AS SOMBRAS CAÍRAM SOBRE AS CIDADES DE HIROXIMA E NAGASAKI







Dia 6 de Agosto. 

Há 70 anos a humanidade despertava para a era atómica. Na cidade japonesa de Hiroxima decorreram as cerimónias dos 70 anos do lançamento da primeira bomba atómica que atingiu o país. Esta manhã foi feito um minuto de silêncio pelas vítimas à hora exata a que foi lançada a primeira bomba pelo avião norte-americano Enola Gay. Durante a noite, cerca de duas centenas de pessoas marcharam pelas ruas da cidade com lanternas de papel.

Também o papa Francisco recordou hoje o bombardeamento nuclear contra as cidades japonesas de Hiroxima e Nagasaki, um facto que disse ser "um chamamento perene" da humanidade para que repudie a guerra e acabe com estas armas.

Na saudação dominical deste domingo, que coincidiu com o septuagésimo aniversário do bombardeamento atómico norte-americano contra a cidade japonesa de Nagasaki, depois de ter recordado o ataque a Hiroxima na passada quinta-feira, declarou: "Há setenta anos, a 6 e a 9 de agosto de 1945, ocorreram bombardeamentos atómicos tremendos em Hiroxima e Nagasaki.

Depois de tanto tempo, este trágico evento suscita ainda horror e repulsa”.O mundo mudou depois destes bombardeamentos nucleares atingirem Hiroxima, a 6 de Agosto de 1945, e Nagasaki, três dias depois. Setenta anos depois, um fotojornalista japonês registou, num projecto pessoal, as cambiantes de sombra e luz nestas duas cidades.

Issei Kato, assim se chama o fotojornalista em questão,  viu as “sombras de Hiroxima” pela primeira vez através de fotografias. “Fiquei comovido quando as vi”, justificou. “Mostravam sombras de vítimas, do parapeito de uma ponte ou de um escadote”. Junto algumas fotos comprovativas deste seu projeto, na segunda colagem de imagens inserida no início da publicação.


Essas sombras não eram mais do que marcas que ficaram gravadas nas paredes ou mesmo no solo após as explosões, provocadas pela radiação térmica das explosões que, ao ser bloqueada por um objecto ou por uma pessoa, imprimiu uma marca.

Uma sombra.

O registo fantasmagóricos de algo que desapareceu assim que as bombas Little Boy e Fat Man atingiram os seus alvos. Inspirado por estas sombras, Kato passou algum tempo a registar sombras de ambas as cidades japonesas, para um projecto pessoal no qual procura “homenagear as vítimas e os actuais habitantes”. Encontrou cidades cheias de vitalidade e surpreendeu-se com o vasto número de turistas.

Mas não só.

“Setenta anos depois da tragédia, como é que a luz do sol irrompe por estas cidades? A tragédia não terminou”, resumiu o fotojornalista. Cerca de 180 mil pessoas sobreviveram aos ataques e a média de idades desses sobreviventes chegou este ano aos 80. “Para muitos deles ainda é difícil falar destes acontecimentos mas há muitas pessoas determinadas a transmitir estas experiências às novas gerações”, resumiu Kato. E concluiu: “Para que esta tragédia não se repita, não devemos esquecer nunca aquilo que aconteceu em Hiroxima e Nagasaki – por mais tempo que passe.”














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