O BEIJO
O Beijo Congresso de gaivotas
neste céu
Como uma tampa azul cobrindo o
Tejo.
Querela de aves, pios,
escarcéu.
Ainda palpitante voa um beijo.
Donde teria vindo! (Não é
meu...)
De algum quarto perdido no
desejo?
De algum jovem amor que recebeu
Mandado de captura ou de
despejo?
É uma ave estranha: colorida,
Vai batendo como a própria
vida,
Um coração vermelho pelo ar.
E é a força sem fim de duas
bocas,
De duas bocas que se juntam,
loucas!
De inveja as gaivotas a
gritar...
ALEXANDRE O’NEILL,
in 'No Reino da Dinamarca'
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