segunda-feira, maio 26, 2014

"AS MÃES DE SALOMÃO"- Eleições Europeias 2014





(De factos e de votos)
O vento que sopra da Europa é frio. O silvo gélido lembra décadas de egoísmo nacional, de exaltações rácicas, de fechamento ao diferente, ao outro.

AS MÃES DE SALOMÃO

A míngua sempre traz o pior de cada povo. A palavra pátria ganha sílabas de agressão.
O vento que sopra da Europa é tão frio, que lembra quão longe já vai na memória destes líderes atávicos o tempo de todas as pragas. Porém, a Ibéria resistiu na moderação, apesar de fustigada. Aqui, toda a meia-idade ainda sentiu na pele os últimos estertores dessa tempestade que agora se volta a formar nas capitais do costume. Moscovo, Berlim – e o seu apêndice norte, Copenhaga –, Paris, Roma, Londres.
Com o dilúvio que se abateu ontem sobre a França, o vento que sopra da Europa vem ciclónico das mais desumanas estepes.
À cegueira dos povos, à amnésia dos líderes, à voragem dos novos agiotas, a História atribuirá todas as causas da tempestade perfeita.
Com estes ventos que sopram da Europa, talvez seja prudente manter a bitola ibérica. Nos carris. Na sanidade social. Na democracia.
Por cá, o radical de serviço é um ameno Marinho e Pinto – o único verdadeiro vencedor de umas eleições marcadas pela moderação de um povo macerado, mas que ainda não perdeu a cabeça. Nem a memória.
O grito das urnas aponta imperiosa necessidade de entendimento – por sentido de Estado e de urgência – entre PS e PSD.
Entendimento. Para que um dia não se diga que Pedro e António foram como duas mães frente ao rei Salomão.
Ambas falsas e a quererem um bebé cortado ao meio.

Octávio Ribeiro,
(em“Opinião”,CM)


Este foi um artigo que chamou particularmente a minha atenção, quando hoje lia um pouco de alguns jornais matutinos, neste caso o CM. Quer pela sua escrita, quer pelo seu conteúdo.
Gostei…


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