SE…
( IF )
“Se
podes conservar o teu bom senso e a tua serenidade
num
mundo delirante, cruel e louco...
Se
podes acreditar em ti com toda a força do teu pensamento quando segues o teu
rumo solitário...e à torpe intolerância e à negra incompreensão, respondes
rolando o teu rochedo de Sísifo até ao cume da tua montanha…olhando os deuses
com lucidez de quem conhece o seu destino
Se
podes ignorar quem te calunia...e dar ternura aos teus, que te acompanham e te
rodeiam, sem pretenderes ser um santo que oficia, nem um sábio que dá lições de
vida...
Se
podes esperar sem te cansares da espera...e se podes sonhar sem te perderes no
mundo dos sonhos...farás do pensamento um arco-íris que será uma ponte de
passagem das luzes do inferno para a aurora de um novo dia...
Se
podes encarar com igual indiferença a vitória e a derrota, esses eternos
impostores...
Se
podes ver o bem que está oculto em cada mal… e resistir à raiva de ver
envenenadas as frases que disseste
por
outrem que as divulga eivadas de peçonha
com
falsas intenções que tu jamais lhes deste...
Se,
sem dizeres palavra, e sem termos agrestes, voltares a construir um mundo novo
para os teus filhos, obrigando a tua mente, o teu coração e os teus músculos a
renovar a caminhada,
Se,
vivendo no mundo és nobre e verdadeiro...e conservas a humildade de quem sabe
quem é e para onde vai...
Se
quem conta contigo te encontra atento e disponível...
e
se empregas os sessenta segundos
de
cada minuto que passa em caminhos
que
correm para Tempos mais fecundos...
Então,
meu
Filho,
o
mundo inteiro será teu!
Dominarás
o Tempo e o Espaço
abrindo
o Infinito ao rumo dos teus passos,
pairando
numa esfera acima deste pequeno mundo
de
mediocridade, de inveja e de maldizer,
sem
receares os invejosos e os mal dizentes,
Então,
meu Filho, podemos dizer:
És
e serás um Homem!”
RUDYARD
KIPLING
(Tradução de Manuel Vitorino de Queiroz do poema
"IF" de Rudyard Kipling)
Joseph
Rudyard Kipling, nasceu no ano de 1865, e faleceu em 1936. Escritor
inglês autor de poemas, romances e contos, em que fala do Império Britânico, em
particular das colónias da Índia, para onde regressou quando adulto e onde
trabalhou como jornalista.
Foi o primeiro autor inglês a receber o Prémio Nobel
de Literatura, em 1907. Os seus livros mais conhecidos são: Precisamente Assim,
Histórias para Crianças, uma série de contos infantis, O Livro da Selva e
Simples Contos das Colinas.
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