terça-feira, fevereiro 07, 2012

CHARLES DICKENS (1812-2012) - 200.º Aniversário











O bicentenário do nascimento do escritor Charles Dickens cumpre-se hoje, e Lisboa assinala este evento com a inauguração de duas exposições e uma palestra.

Exposição Comemorativa do 200.º Aniversário de Charles Dickens


Na Biblioteca Nacional é aberta a exposição das edições portuguesas do criador de Oliver Twist, na Sala de Referência, enquanto na Hemoteca Municipal é inaugurada a exposição: "Dickens nas Bibliotecas Municipais de Lisboa". Também hoje, pelas 18h00, na Biblioteca-Museu Repúbica e Resistência, o cineasta Lauro António apresentará a palestra "O Universo de Charles Dickens no Cinema".

Mas importa escrever uma vez mais, um pouco sobre Dickens, fonte inesgotável de fantasia e popularidade da era vitoriana e um dos escritores que mais contribuiu para a introdução da crítica social na literatura de ficção inglesa.

Dickens e a sua Fantasia

Charles John Huffam Dickens era filho de John Dickens e de Elizabeth Barrow. Educado por sua mãe, tomou gosto pelos livros. Durante três anos frequentou uma escola particular. Contudo o seu pai foi preso por dívidas e, ainda adolescente, Dickens teve que trabalhar numa fábrica que produzia graxa para sapatos.

Alguns anos depois a situação da família melhorou, graças a uma herança recebida pelo pai. Mas a mãe não permitiu que ele saísse logo da fábrica, facto que Dickens nunca lhe perdoou. As más condições de trabalho da classe operária tornar-se-iam um dos temas mais recorrentes da sua obra.

Em 1827, Dickens começou a trabalhar num cartório. Apaixonando-se pela filha de um banqueiro, teve que suportar a desaprovação do romance pelos pais da noiva, mas Dickens foi indiferente a  esta circunstância. Em 1832, conseguiu um emprego como repórter do jornal "Morning Chronicle". Passou então a publicar crónicas humorísticas sob o pseudónimo de Boz, reunidas mais tarde como "Esboços feitos por Boz". Com isso Dickens ganhou espaço no jornal para apresentar os capítulos de "As Aventuras do Sr. Pickwick", que estabeleceu o seu nome como escritor.

Exemplar da Segunda Edição de "A Christmas Carol"

A 2 de Abril de 1836  Dickens casou-se com Catherine Hogarth, de quem teve dez filhos. Dois anos depois começou a divulgar, em folhetins semanais, "Oliver Twist" onde, pela primeira vez, apontava os males sociais da era vitoriana. O romance foi ilustrado por Cruikshank.

Em 1838, Dickens escreveu "Vida e Aventura de Nicholas Nikleby", e, depois, "Loja de Antiguidades" (1840), "Barnaby Rudge" (1841) e "Martin Chuzzlewitt" (1943-1944), escrito após uma viagem aos Estados Unidos.

Em 1843, publicou o seu mais famoso livro de Natal, "A Christmas Carol", ao qual anteriormente e por ocasião do passado Natal, dediquei uma publicação ilustrada (Um Conto de Natal...), com a versão cinematográfica desta obra tão carismática. Outros livros se seguiram, como "The Chimes" (1844), que escreveu durante uma viagem a Génova e o "Grilo da Lareira" (1845).

 Restaurante Regras, em Londres, frequentado por Dickens,
no auge da sua fama

Em 1849  publicou um dos seus romances mais conhecidos, "David Coperfield", inspirado em grande parte, na sua própria vida. Aos poucos a sua obra tornou-se mais crítica em relação às instituições inglesas. Seguem esta linha os seus livros "Assim São Dombey e o Filho" (1847), "A Casa Sombria" (1852), e "Tempos Difíceis".

Charles Dickens separou-de da sua mulher em 1858. A causa da sua separação teria sido a atriz Ellen Ternan, que acompanhou o escritor até ao fim dos seus dias, apesar da união nunca ter sido reconhecida oficialmente. Escreveu ainda "História de Duas Cidades" (1859), "Grandes Esperanças" (1861) e "Nosso Amigo Comum" (1864). Nos últimos anos da sua vida iniciou o livro "O Mistério de Erwin Drood", mas a morte impediu a sua conclusão. 

N.º48 de Doughty Street, residência de Dickens, aberta ao público
como Casa-Museu Dickens


Vítima de acidente cerebral em junho de 1870, foi sepultado no Poets' Corner ,na Abadia de Westminter.

Na sua sepultura ficaram gravadas as seguintes palavras: "Apoiante dos pobres, dos que sofrem e dos oprimidos; e com a sua morte, um dos maiores escritores de Inglaterra, desaparece para o mundo".


Termino com uma das suas muitas e conhecidas citações:






"...Uma vaga noção de tudo, e um conhecimento de nada."





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