sábado, fevereiro 18, 2012

HUGO - Martin Scorsese








O nome de Martin Scorsese é sinónimo de bons filmes e grandes obras-primas da história do cinema. E é exatamente um pouco dessa história que o realizador leva para os écrans com "Hugo", que estreou nesta sexta feira.
Logotipo do Filme

Em 1902, Georges Méliès mudou completamente a história do cinema ao lançar "Viagem à Lua", a primeira ficção científica da sétima arte, numa época em que nem de longe o cinema era considerado como uma arte. Méliès fez cerca de 500 filmes que se perderam com o tempo, principalmente depois da Primeira Guerra Mundial que deixou a Europa devastada.

Isto está bem patente ao longo de "Hugo", adaptação da obra homónima de Brian Selznick , "A Invenção de Hugo Cabret", através de um menino órfão e solitário que vive numa estação de comboios em Paris, no início da década de 1930. Hugo (Asa Buttterfield) comete pequenos furtos na loja de brinquedos da estação para poder consertar o autómato encontrado por seu pai num museu, acreditando que ele poderia conter alguma mensagem para ele e mudar a sua vida para sempre.

Por ironia do destino, o dono da loja é Georges Méliès (Ben Kingsley), mas ele nem imagina quem é aquele senhor amargurado e triste. Um dia, é descoberto por Méliès e obrigado a entregar-lhe tudo o que tem nos bolsos, inclusivé o caderno de anotações sobre o autómato, deixando-o perplexo e confuso. A partir daí, a trama começa a desenvolver-se mostrando outros personagens que circulam pela estação, como o guarda vilão e trapalhão, vivido e interpretado por Sacha Baron Cohen.

Cena de "Hugo"
O filme é uma belíssima homenagem aos primeiros anos da cinematografia. "Como realizador, sinto que tudo já realizado no cinema de hoje, teve início com Georges Méliès. E quando olho para trás e vejo os filmes originais, sinto-me emocionado e inspirado, porque eles ainda transmitem a vibração da descoberta, mais de cem anos depois de terem sido feitos. E também porque eles estão entre as primeiras e mais poderosas expressões de um formato de arte que eu amo, e ao qual dediquei a maior parte da minha vida", declarou Martin Scorsese.

O único "senão" apontado a esta produção é a lentidão da parte inicial. A acção demora a acontecer, mas depois é um deleite para o espectador. A presentação de alguns excertos do Primeiro Cinema, como o dos Irmãos Lumière e do próprio Méliès, só acrescentam pontos positivos ao filme, tornando-se delicioso visualizá-los em écran grande (3D).

Martin Scorsese e os intérpretes do filme, Asa Butterfield e Chloe Moretz

A direção de arte, maquiagem, figurinos e tantos outros elementos fazem de "Hugo" uma produção de qualidade que merece ser vista pelo menos por uma vez. Neste caso específico, a utilização da tecnologia 3D é válida, e entusiasmou, ao que se sabe, os membros da Academia. "Com as atuações e movimentos certos, o trabalho torna-se numa mistura de teatro e filme, mas ao mesmo tempo diferente de ambos", afirma Scorsese, acerca das novas tecnologias. O realizador aliás, faz uma pequena participação no filme, como fotógrafo.

"Hugo" recebeu 11 nomeações para o Óscar deste ano de 2012,  tornando-se no filme mais nomeado este ano, inclusive de melhor filme e realização para Martin Scorsese, que recebeu a sua primeira estatueta em 2007, por "Os Infiltrados" (The Departed-2006).

No que me diz respeito, confesso que adorei...







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