sábado, maio 07, 2016

"PRÉMIO CARLOS MAGNO" ENTREGUE A PAPA FRANCISCO...






Argentino de nascimento, Jorge Bergoglio, hoje Papa Francisco, é o primeiro cidadão da América do Sul a ser agraciado com o Prémio Carlos Magno, recebido igualmente pelo Papa João Paulo II em 2004 e, dois anos, pelo ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton. Até à data ainda nenhum português foi distinguido com o Carlos Magno, prémio que reconhece o trabalho excecional de figuras públicas ou instituições no serviço da unidade europeia.

Esta condecoração denomina-se Prémio Carlos Magno, em homenagem ao primeiro imperador do Sacro Império Romano, coroado pelo Papa Leão III. Pelas suas conquistas, Carlos Magno estabeleceu a Europa Ocidental e a posição do continente na Idade Média, sendo visto como “pai da Europa”.

A distinção foi criada na cidade alemã de Aachen, “outrora centro do mundo Ocidental”, local onde o mais ilustre soberano de sua época morreu. É conferida todos os anos pela Comissão Executiva formada por representantes da sociedade e da Igreja, presidido pelo presidente da Câmara, pelo decano da Catedral e pelo reitor da Universidade de Aachen.

O Prémio Carlos Magno distingue, este ano, o Papa Francisco pelo contributo para o projeto de unidade europeu e em nome desse compromisso o Sumo Pontífice não deixou de apontar, durante uma cerimónia no Vaticano, esta sexta-feira, várias críticas.

Perante representantes de instituições europeias e de vencedores anteriores, como a chanceler alemã Angela Merkel, entre outros, o Papa apontou o dedo ao modelo económico ocidental: “Se queremos repensar a nossa sociedade precisamos de criar trabalhos dignos e bem remunerados, em especial para os mais jovens. Fazê-lo implica o surgimento de modelos económicos novos, mais inclusivos e equitativos, pensados não para servir apenas alguns, mas para beneficiar os cidadãos comuns e a sociedade como um todo.”

Uma altura em que os valores que serviram de base à unificação europeia parecem estar cada vez mais desacreditados, e isso mesmo ficou bem patente quando o Papa Francisco foi, no mês passado, visitar campos de refugiados na Grécia, deixando a descoberto que as declarações da Comissão sobre a qualidade do acordo entre a EU e a Turquia para o controlo dos refugiados  eram simples mentiras.  

Assim o Francisco reforçou a importância da fidelidade ao código genético europeu: “Sonho com uma Europa que se preocupa com as crianças, que oferece ajuda fraternal aos pobres e aos recém-chegados que querem ser aceites porque perderam tudo e precisam de abrigo. (…) Sonho com uma Europa em que ser migrante é um convite a um maior compromisso em nome da dignidade de todos os seres humanos.”

Com sala cheia, o Papa Francisco transmitiu o ideal que tem da Europa, 
numa altura em que o velho continente é cada vez mais confrontado 
com provas de fogo que ameaçam a sua estrutura de base...




1 comentário:

olharbiju disse...

Bem merecido. Papa Francisco tem algo de diferente. Que bom seria que o Mundo O ouvisse e algumas coisas pelo menos fossem mudando.
Alice Ferreira

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