Quatro
letras nos matam quatro facas
que
no corpo me gravam o teu nome.
Quatro
facas amor com que me matas
sem
que eu mate esta sede e esta fome.
Este
amor é de guerra. (De arma branca).
Amando
ataco amando contra-atacas
este
amor é de sangue que não estanca.
Quatro
letras nos matam quatro facas.
Armado
estou de amor. E desarmado.
Morro
assaltando morro se me assaltas.
E
em cada assalto sou assassinado.
Quatro
letras amor com que me matas.
E
as facas ferem mais quando me faltas.
Quatro
letras nos matam quatro facas.
MANUEL
ALEGRE,
in
“Obra Poética”
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