NA
MÃO DE DEUS
Na
mão de Deus, na sua mão direita,
Descansou
afinal meu coração.
Do
palácio encantado da Ilusão
Desci
a passo e passo a escada estreita.
Como
as flores mortais, com que se enfeita
A
ignorância infantil, despojo vão,
Depois
do Ideal e da Paixão
A
forma transitória e imperfeita.
Como
criança, em lôbrega jornada,
Que
a mãe leva ao colo agasalhada
E
atravessa, sorrindo vagamente,
Selvas,
mares, areias do deserto...
Dorme
o teu sono, coração liberto,
Dorme
na mão de Deus eternamente!
ANTERO
DE QUENTAL,
in
"Sonetos"
(Este foi o poema que www.pretobrancoe.blogspot.com elegeu como o melhor poema de sempre)
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