O
POEMA INACABADO
Tento
segurar o poema inacabado
e
agarro-me às silvas,
ainda
que saiba que as mãos ficarão rasgadas
e
as pernas trémulas do medo
da
fragilidade das hastes
perante
o meu peso.
Procuro
numa mirada rápida um arbusto
que
me sugira ser mais robusto,
mas
nada vejo.
Penso:
Terá que ser o silvado
a
livrar-me da queda
no
chão rochoso do despenhadeiro.
Assim,
tomo-o
como um amigo verdadeiro,
aperto com força
e
ele
tudo
faz para me manter o brilho na voz,
a
lua no olhar
e,
nas mãos
o
poema continuará
por
acabar.
ADELAIDE
MONTEIRO
2 comentários:
Linnnnndo!!! Boa noite!!
Magnífico.
Beijinho
Alice F.
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