"O caminho privilegiado
para a paz é reconhecer no outro, não um inimigo a combater, mas um irmão a
acolher.
Refugiados não são números, são pessoas: são rostos, nomes e histórias, e assim devem ser tratados."
Refugiados não são números, são pessoas: são rostos, nomes e histórias, e assim devem ser tratados."
Papa Francisco
O Papa Francisco visitou sábado passado a ilha de Lesbos, ilha grega que é
porta de entrada de refugiados para a Europa e assim na linha de frente da
crise migratória. A crise dos migrantes e refugiados agravou-se desde a visita
de Francisco a Lampedusa, em 2013. Depois disso o drama destas pessoas tem sido
tema habitual nas suas intervenções tanto em Roma como nos países a que se tem
deslocado.
Desde o ano passado, a Europa enfrenta o maior fluxo de deslocamento
forçado de pessoas desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Numa viagem relâmpago, o Sumo Pontífice encontrou-se com os refugiados, ladeado
pelo patriarca de Constantinopla Bartolomeu II, líder dos 250 milhões de
cristãos ortodoxos e residente em Istambul, por Ierónimo II, chefe da igreja
ortodoxa grega e ainda pelo primeiro-ministro grego, Aléxis Tsipras. A visita
papal não durou mais que um só dia, à semelhança das deslocações que Francisco
tem feito uma vez por mês, no âmbito do Jubileu da Misericórdia.
Os três líderes religiosos visitaram Moria, transformado em centro de
detenção, um complexo amplo e cercado que abriga mais de 3 mil refugiados desde
que a União Europeia e Ancara fecharam um acordo, no mês passado, para conter o
fluxo de imigrantes.
Durante esta visita foi assinada uma declaração conjunta, na qual se espera
que os três chefes espirituais enviem uma forte mensagem aos líderes
internacionais.
Na sua chegada a Lesbos, o arcebispo Ierónimo destacou que o objetivo da
visita à ilha é tornar o problema dos refugiados tema internacional, que não é
só responsabilidade da Grécia, mas também da Europa e do mundo.
Desde que assumiu a liderança da Igreja Católica, em março de 2013, o papa
Francisco faz apelos de ajuda aos imigrantes. Um de seus primeiros compromissos
como Pontífice foi visitar a ilha italiana de Lampedusa, no Mar Mediterrâneo,
onde diariamente dezenas de embarcações com imigrantes tentam chegar ao
continente europeu.
O papa Francisco disse ainda que, durante sua visita a Lesbos, viu
"muita dor" e tristeza:
"Havia tantas crianças. Algumas dessas crianças viram seus pais, seus
amigos, morrerem no mar. Vi tanta dor!", declarou no passado domingo, dia
17.
Francisco relatou a história de um
homem muçulmano de cerca de 40 anos que era casado com uma cristã, de quem
gostava e "se respeitavam mutuamente". Ela, no entanto, foi degolada
por terroristas após não aceitar a renunciar a Cristo e abandonar a sua fé.
"É uma mártir!", concluiu. O objetivo de Jorge Mario Bergoglio na
ilha foi levar uma mensagem de apoio aos imigrantes:
"Os migrantes, em vez de serem simples números estatísticos, são, acima de
tudo, pessoas que têm rostos, nomes e histórias individuais. A Europa é a terra
pátria dos direitos humanos, e quem coloca os pés em solo europeu deveria
sentir isso, e assim tornar-se mais consciente do dever de respeitar e defender
esses direitos,” afirmou o Papa
O Papa Francisco levou consigo, para o Vaticano, 3 famílias de refugiados.
Estes refugiados pertencem a “grupos vulneráveis” e “chegaram a Lesbos antes da
entrada em vigor do acordo entre a União Europeia e a Turquia”, que permite o
reenvio dos migrantes para a Turquia. Grupo composto por 12 refugiados
muçulmanos sírios, entre os quais 6 menores.
Ativistas aproveitaram o momento para se manifestarem e criticarem a ação
da União Europeia face aos refugiados: “União Europeia és uma vergonha” foi uma
das frases gritadas durante este protesto
São imagens chocantes e impressionantes as que os vídeos inseridos
mostram. O mundo não as pode ignorar e muito menos continuar indiferente a este
drama dos refugiados que buscam o acolhimento da Europa!
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