O ginecologista congolês Dr. Denis Mukwege foi o vencedor do Prémio
Sakharov 2014, galardão instituído pelo Parlamento Europeu, que premeia a
liberdade de pensamento e a defesa dos direitos humanos, ao ginecologista
congolês Denis Mukwege, especializado no tratamento de mulheres vítimas de
violência em África.
Especializado no tratamento de vítimas de violações na
República Democrática do Congo, o médico foi escolhido pelos líderes dos grupos
políticos presentes no Parlamento Europeu e pelo presidente da instituição.
Os outros candidatos finalistas foram o movimento
ativista ucraniano Euromaidan e a defensora dos direitos humanos azeri Leyla
Yunus.
Denis Mukwege foi alvo de uma tentativa de homicídio em
outubro de 2012 e fundou um hospital para cuidar das mulheres vítimas de
violação.
Num mundo dominado por vários conflitos armados, a
violação é considerada uma arma de guerra, mas coube a Mukwege ajudar as
vítimas do seu próprio país.
Em 1998, o médico fundou o Hospital Panzi, em
Bukavu, numa altura em que a República Democrática do Congo era assolada por
uma guerra. E é por lá que ainda hoje trata vítimas de violência sexual.
Os números ajudam a entender a obra de Mukwege: em maio
de 2011, o American Journal of Public Health dizia que pelo menos 1,100
mulheres eram agredidas sexualmente por dia na RDC e, ao todo, Mukwege terá
tratado mais de 30 mil mulheres.
A guerra naquele país pode estar oficialmente terminada,
mas o conflito armado permanece real na parte leste do país, com ataques contra
civis e violações em gang – o espanhol ABC fala em mais 5 milhões de mortos desde
1998.
Apesar de deslocar-se com frequência para o estrangeiro com o intuito de
promover os direitos das mulheres, Mukwege continua a realizar operações dois
dias por semana.
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