Os números ainda não estão confirmados pelas autoridades
paquistanesas, mas os últimos dados recolhidos pelas agências noticiosas
apontam para as mortes de mais de uma centena de pessoas, entre as quais 82
crianças. Há ainda dezenas de feridos encaminhados para os hospitais, muitos em
estado grave.
No interior da escola militar de Peshawar estariam cerca
de 500 alunos, quando um grupo de pelo menos cinco ou seis homens armados,
disfarçados com uniformes militares, ali entrou. Eram 10h30 (hora local).
De acordo com testemunhas, os taliban avançaram para um
auditório onde decorria um treino de primeiros socorros para alunos e começaram
a disparar. Os alunos terão tentado fugir para salas de aula, onde também
decorriam exames, mas os atacantes começaram a “entrar nas salas, uma a uma, a
disparar”, segundo declarou Mudassir
Awan, um funcionário da escola.
As forças militares paquistanesas chegaram rapidamente ao
local e iniciaram uma troca de tiros com os atacantes. O ataque prolongou-se por várias horas. Não se
sabe como os homens armados conseguiram entrar numa escola militar.
Os mais recentes relatos do local falam de “pelo menos
três explosões” e uma intensa troca de tiros entre atacantes e militares.
Imediatamente reivindicado pelo Movimento Taliban do
Paquistão (TTP), o principal grupo rebelde islamita do país, este movimento afirmou
ainda que foi a forma de vingar a ofensiva militar Zarb-e-Azb, lançada contra
os taliban naquela região e na qual terão sido mortos centenas de combatentes
taliban.
Este ataque é um dos mais sangrentos cometidos pelo TTP,
um grupo próximo da Al Qaeda, que combate o Governo desde 2007. É também um dos
mais fortes simbolicamente, porque ataca os filhos dos soldados e oficiais
rivais.
O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, denominou
este massacre na escola como uma “tragédia nacional”.
As reações chegaram de todo o mundo.
O presidente francês François Holland insurgiu-se contra
o que chamou "ataque ignóbil" e o primeiro-ministro britânico David
Cameron confessou-se "chocado". A Índia, país vizinho e tradicional
rival do Paquistão, condenou firmemente o ataque através do primeiro-ministro
Narendra Modi, que o considerou "desumano e duma indescritível
brutalidade".
Por sua vez, a jovem paquistanesa Malala Yousafzai confessou-se
“dilacerada” com este ataque realizado pelos taliban:
“Um ataque atroz e vil. Estou dilacerada com este ato de
terrorismo absurdo e impiedoso”, afirmou.
Malala, foi ela própria também vítima dos taliban, quando
estes atacaram um autocarro em que seguia, atingindo-a com um tiro na cabeça,
numa ação de retaliação pela luta que Malala defende em prol dos direitos à
educação das jovens paquistanesas. Esta ação valeu-lhe a conquista do Prémio Nobel
da Paz 2014.
Hoje, este evento que ocasionalmente pude acompanhar em
direto nos canais televisivos, ensombrou o resto do meu dia…
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