segunda-feira, julho 15, 2013

SENHORA DO MUNDO... NOSSA SENHORA DE CAACUPÉ, PADROEIRA DO PARAGUAI









Nesta manhã de domingo, quando entrei em casa, regressada do habitual cumprimento da missa dominical, fui surpreendida por  uma referência a esta  lenda ou milagre, como se queira chamar.  Logo me encantou. Caso raro, da comunicação social. Mas fui saber mais...

Santuário de Nossa Senhora de Caacupé

No ano de 1600 um índio guarani, convertido ao cristianismo e paroquiano dos franciscanos, foi perseguido pelos seus inimigos Mbayaes. Cercado e desesperado, o jovem índio escondeu-se atrás de uma árvore que parecia protegê-lo.

Aterrorizado, invocou a Imaculada Conceição, a Virgem da sua devoção. Entre súplicas, suspiros, medo e esperança, prometeu à Rainha dos Céus que, se o livrasse dos seus inimigos, lhe faria uma imagem com a madeira daquela árvore.

Milagrosamente os Mbayes não o encontraram e, a partir daquele momento, o objetivo da sua vida passou a ser o cumprimento da sua promessa. Passado algum tempo o guarani voltou à árvore protetora, retirou do tronco a madeira necessária para o seu objetivo, fê-la secar. Pacientemente, com toda a arte de que era capaz e com o fervor da sua alma, começou a esculpir duas estátuas da Virgem: uma maior para a Igreja de Tobatí, nas proximidades, e uma outra, mais pequena, para a sua própria devoção.

Índio Guarani, esculpindo as duas imagens da virgem

A imagem mais pequena é a Virgem dos Milagres, venerada na cidade de Caacupé. Quanto à imagem mais pequena, supõe-se ter sido saqueada pelos selvagens. E não se soube mais nada, nem mesmo do jovem índio guarani e cristão.

Mais tarde, em 1603, ocorreu uma grande inundação que provocou imensa destruição, inclusive a perda da imagem. Posteriormente, quando as águas baixaram, milagrosamente, reapareceu a Virgem esculpida  pelo índio, toda embalada, dentro de uma maleta de couro. Os habitantes do lugar, conhecedores da imagem, começaram a difundir a devoção e a evocá-la com o nome de Virgem dos Milagres. 

Resgatada das águas barrentas por um índio carpinteiro, chamado José, permaneceu por um tempo em sua casa. Mas após este ter testemunhado inúmeros prodígios e graças, a imagem foi levada para a aldeia de Tobati, onde lhe construíram uma capela.

Interior do Santuário e o altar onde se encontra a imagem da Padroeira do Paraguai

Para ali acorreram muitos moradores e logo a aldeia cresceu, dando origem à cidade de Caacupé.

Caacupé é hoje uma realidade mariana e crescem a cada dia o número de peregrinos, as romarias e procissões para aquele santuário. Padroeira do Paraguai, Nossa Senhora de Caacupé tem a sua festa principal no dia 8 de dezembro de cada ano.
Plena de simbolismo, não poderia ignorar a descrição desta imagem da Padroeira do Paraguai:
  • Os três círculos de estrelas, como a Igreja ensina, representam Maria "virgem antes, durante e após o parto.
  • O seu rosto moreno (cruzamento entre Guarani raça indígena e caucasianos europeus) são as mulheres típicas paraguaias.
  • O olhar materno da Virgem, o cuidar dos seus filhos.
  • A estrela brilhante da coroa lembra Maria "Estrela da Manhã", que anuncia o fim da noite e o começo de um novo dia.
  • O cabelo comprido que cai pelas costas é uma características das mulheres indígenas.
  • Veste uma luxuosa túnica branca e tem sobre os ombros um requintado manto azul.
  • O manto é adornado com figuras da flor nativa dos trópicos: "Maracujá". Os nativos, nas suas migrações, reconhecem a fertilidade da terra, pela presença desta flor.
  • A imagem da Virgem está de pé, pisando uma cobra, sobre o globo azul com três estrelas douradas, e fitas com as cores da bandeira do Paraguai. 
O simbolismo é múltiplo:

  • em primeiro lugar, Maria vence o mal (a serpente da figura mítica do mal que ameaça a humanidade),
  • e excede os ídolos pagãos (três estrelas).
  • Por outro lado, as fitas simbolizam Maria a proteger o povo do Paraguai.






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