O ÚLTIMO POEMA
Assim eu quereria o meu último
poema.
Que fosse terno dizendo as coisas
mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço
sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores
quase sem perfume
A pureza da chama em que se
consomem os diamantes mais
límpidos
A paixão dos suicidas que se
matam sem explicação.
MANUEL BANDEIRA
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