Neste dia 4 de
Dezembro de 2016, assinalam-se os trinta
e seis anos da tragédia de Camarate.
Página negra na nossa História, foi determinante na evolução da democracia em
Portugal. Mas ao fim de 36 anos a incógnita persiste: acidente ou crime?
A queda da aeronave
Cessna no bairro de Camarate, provocou a morte do então eminente
primeiro-ministro de Portugal Francisco Sá Carneiro, da sua mulher Snu
Abecassis, do ministro da defesa Adelino Amaro da Costa e sua mulher Manuela,
de António Patrício Gouveia e dos pilotos Jorge Albuquerque e Alfredo de Sousa,
para além do dono da casa onde a aeronave caiu.
O avião Cessna, já
a arder e deixando um rasto de detritos acabou por embater em cabos de alta
tensão, junto ao bairro das Fontaínhas, e, depois de perder velocidade,
despenhou-se em Camarate, perto de Lisboa.
Na noite de 4 de
Dezembro de 1980, durante a campanha presidencial do general Soares Carneiro,
candidato pela Aliança Democrática (AD), o ministro da Defesa português Adelino
Amaro da Costa tinha disponível uma aeronave Cessna a fim de se deslocar ao Porto,
onde iria assistir ao encerramento da campanha.
Francisco Sá
Carneiro, que também se dirigia para o Porto acompanhado da sua companheira Snu
Abecassis, acabou por desmarcar os bilhetes da TAP que tinha reservado e
aceitou o convite de Amaro da Costa, embarcando a bordo do Cessna juntamente
com este e com o chefe de gabinete António Patrício Gouveia, e os dois pilotos
do aparelho.
Entretanto, como o
general Soares Carneiro alterou o local de encerramento da campanha para
Setúbal, para onde se dirigiu acompanhado de Freitas do Amaral, a aeronave
partiu do aeroporto de Figo Maduro em direcção a esta cidade. Inesperadamente, poucos minutos
depois explodiu, consumando-se assim a terrível tragédia.
Admitindo a
hipótese desta tragédia se tratar de um crime, qual ou quem seria o
"alvo" a abater?
José Esteves,
antigo segurança do CDS, assume agora que foi o autor de uma bomba incendiária
que alegadamente provocou a queda do avião, mas que o seu plano era
"apenas" pregar um "susto" ao General Soares Carneiro,
candidato pela AD à Presidência da República, e que o seu engenho foi alterado
por forma a provocar a morte dos passageiros do Cessna.
Por outro lado, a
existência, na altura, de determinado fundo extraordinário, ainda criado pelo
regime Salazarista, destinado a financiar avultadas operações secretas ou
discretas nas antigas colónias, estava fora do controlo orçamental. Seis anos
depois, com o 25 de Abril de 1974, a iniciativa do Ministro da Defesa, Adelino
Amaro da Costa, de investigar o referido fundo, foi, segundo Freitas do Amaral,
"muito mal
recebida nos meios
militares e pode eventualmente estar na origem, de qualquer forma, directa ou
indirectamente, do acidente (?) de Camarate".
Um dos vários
buracos negros da investigação sobre Camarate é o papel eventualmente
desempenhado por Lee Rodrigues, um indivíduo de múltiplas nacionalidades e
passaportes, que andou por Londres, esteve preso no Brasil, mas que Portugal
nunca conseguiu apanhar. Este indivíduo foi visto, na véspera do crime (?), na
área da manutenção técnica de aviões, no Aeroporto de Lisboa, após a sua
chegada de Londres, no dia 3.
O Caso Camarate
começou a ser investigado no próprio dia do acidente, tendo prescrito, de forma
inconclusiva, em setembro de 2006.
Alguma
vez se saberá o que aconteceu????......
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