Abordar o tema da
solidariedade em Portugal, nos tempos difíceis que todos vivemos, pareceu-me
mais do que oportuno, pelo que lhe tenho dedicado algumas mensagens, não muitas
para não me tornar repetitiva. São sobretudo mensagens sobre instituições que, no
nosso país, praticam esta solidariedade de forma exemplar e essas, na verdade,
também não são assim tantas...
Não poderia escrever
acerca de cada um de nós, seria impossível, porque a certeza de que cada português
alberga em si um espírito voluntário e solidário, está fora de qualquer dúvida.
Comecei assim, pelo
Banco Alimentar Contra a Fome, porque esta instituição solidária, formada por
voluntários, alimenta a grande maioria das outras instituições e organizações
congéneres, existentes no nosso país. O primeiro Banco Alimentar Contra a Fome
foi criado em 1990 em Portugal, por iniciativa de José Vaz Pinto
Ir buscar onde sobra
para entregar onde falta: uma ideia de John Van Hengel, que em 1967 fundou o
primeiro Food Bank, em Phoenix, no Arizona, dando assim início ao movimento que
hoje existe em todos os continentes. Na Europa, os primeiros Bancos Alimentares
foram criados em 1984, em França e na Bélgica.
Foi com base nos
princípios da dádiva e da partilha, na gratituidade das contribuições, na luta
contra o desperdício de produtos alimentares e na repartição pelas pessoas mais
necessitadas, através de instituições de solidariedade, que se assistiu em
Janeiro de 1990, como acima referi, à constituição do Banco Alimentar Contra a
Fome, em Lisboa. Foram também estes os princípios que estiveram na génese de
todos os Bancos que se seguiram.
Em 19 de Fevereiro de
1999 foi constituída a Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a
Fome, com o objetivo de zelar pela missão e valores, harmonizar e coordenar os
procedimentos e as práticas dos diversos Bancos em actividade e auxiliar à
constituição de novos Bancos noutros pontos do país, por forma a criar uma rede
de combate ao desperdício e de ajuda aos mais necessitados, tão estruturada
quanto possível.
Os
Bancos Alimentares Contra a Fome têm como:
Missão:
Lutar contra o desperdício, recuperando excedentes alimentares, para os levar a
quem tem carências alimentares, mobilizando pessoas e empresas, que a título
voluntário, se associam a esta causa.
Visão:
Um mundo, no qual todos os Homens, tenham garantido o direito à alimentação.
Valores:
A Dádiva e a Partilha.
A Dádiva e a Partilha
definem o espírito que norteia todas as relações que se vão estabelecer entre
os diferentes intervenientes e parceiros dos Bancos Alimentares.
Estes valores devem
refletir-se no funcionamento do dia a dia e guiar a ação. A dimensão humana,
naquilo que possui de mais nobre, é sempre posta em destaque. O que preside não
é o interesse comercial, mas o serviço ao Homem pobre, que se encontra numa
situação de necessidade, que sofre de privações e de fome.
Mesmo em tempos
difíceis, a solidariedade dos portugueses está sempre presente e poderá dar
origem, neste fim de semana a uma das maiores recolhas de sempre.
Arrancou neste sábado a
campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar Contra a Fome. Mais de 42
mil voluntários vão estar em quase duas mil superfícies comerciais de todo o
país.
A campanha
"Partilhar Sabe Bem" tem o objetivo de levar comida a quem mais
precisa. A recolha de alimentos decorre entre hoje e amanhã. Mas a ação
prolonga-se até ao dia 11 deste mês através de vales alimentares disponíveis
nos supermercados.
Quando se aproximar das prateleiras das grandes
superfícies comerciais e fizer as suas escolhas, lembre-se um pouco de quem para
elas apenas pode olhar…
Vai ver que não custa
nada e talvez se sinta muito melhor.
Os
contactos do Banco Alimentar Contra a Fome são:
Morada: Avenida de Ceuta Estação de Alcântara-Terra,
Armazém 1, 1300-125 LISBOA.
Telefone: 213 649 655
Fax: 213 622 442
Horários: 9h00-13h00/14h30-18h00
http://www.bancoalimentar.pt/
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