Batizado Francisco José Otto Robert Maria António Carlos Marx Henrique Sexto Xavier Félix Renato Luís Caetano Pio Inácio da Áustria, faleceu no passado dia 4 deste mês de julho, aos noventa e oito anos de idade, na sua casa da pequena cidade de Pöcking, nas margens do lago Stamberg, no sul da Alemanha.
Otto Morava na Baviera, na Alemanha, e tinha nacionalidade alemã, austríaca, húngara e croata. Apesar do seu nome oficial ser Otto de Habsburgo, as autoridades austríacas referiam-se a ele como Otto de Habsburgo-Lorena. Também era chamado de Arquiduque Otto da Áustria, Príncipe-Herdeiro Otto da Áustria e, na Hungria, Habsburg Ottó. Era também um pretendente em potencial ao título de Rei de Jerusalém.
Filho mais velho de Carlos I, último imperador da Áustria e último Rei da Hungria, e de Zita de Bourbon-Parma, nasceu perto de Viena, em Reichnau an der Rax, na Baixa Áustria. Era membro do Parlamento Europeu pelo partido União Social Cristã da Baviera (CSU) e Presidente da União Internacional Pan-Europeia.
Em Novembro de 1916, Otto tornou-se príncipe-herdeiro Império Austro-Húngaro, quando seu pai ascendeu ao trono. No final da Primeira Guerra Mundial, ambas as monarquias foram abolidas e substituídas pelas repúblicas da Áustria e da Hungria.
A família real foi forçada ao exílio, apesar de Carlos nunca ter abdicado do trono. De de facto a Hungria voltou a ser uma monarquia, mas Carlos foi impedido de reinar. Em seu lugar, o trono foi mantido vago e criou-se uma regência permanente sob o almirante Miklós Horthy, até 1944.
A família de Otto passou os anos seguintes na Suíça e, mais tarde mudou-se para a Ilha da Madeira, onde Carlos veio a falecer prematuramente em 1922. Com isso, e apenas com dez anos de idade, o Arquiduque passou a ser o pretendente ao trono, situação que permaneceu até à data da sua morte. Entretanto, o parlamento austríaco expulsou oficialmente a dinastia Habsburgo e confiscou todas as propriedades da Coroa Imperial pelo ato Habsburgergesetz de 3 de abril de 1919.
Em 1935, Otto graduou-se em Ciência Política e Ciências Sociais pela Universidade Católica de Leuven. Em 1940, Otto é uma das dezenas de milhares de pessoas a quem o cônsul português Aristides de Sousa Mendes concede o visto de saída da França, no momento da invasão nazi.
O próprio Arquiduque Otto refere, de modo sucinto, como fizeram chegar ao consulado português de Bordéus os passaportes da família imperial e respectiva comitiva, bem como muitos outros de cidadãos austríacos e de como Sousa Mendes os carimbou sem qualquer objeção.
Nos anos trinta, algumas forças políticas tentaram reconduzir Otto no poder como monarca constitucional, para combater a influência da Alemanha nazi. Muito ativo na resistência contra Hitler, passou os anos da Segunda Guerra Mundial entre a França e os EUA, sempre ameaçado de execução por parte dos nazis.
Mesmo renunciando oficialmente ao trono em 1961, o Arquiduque Otto não conseguiu retornar ao seu país e só em 1972 conseguiu ser aceite pelos republicanos. Entre 1979 e 1999 foi de deputado no Parlamento Europeu.
Participou ativamente na queda do comunismo em 1989, após a queda da Cortina de Ferro e pediu a integração rápida destes países na UE, um sonho que não conseguiu ver concretizado em 2004, aos 91 anos. Manteve-se como eurodeputado por cerca de duas décadas. O presidente da UE, Durão Barroso, durante as cerimónias fúnebres do seu funeral, prestou-lhe a sua homenagem declarando "Estar a homenagear um grande europeu".
O corpo do filho de Carlos I, último membro desta agora extinta casa real, a lendária dinastia do imperador Franz Joseph e sua amada imperatriz "Sissi", foi sepultado na cripta imperial de Viena, ao lado da maioria dos membros da família de Habsburgo, com grande pompa e assistido pela quase totalidade da nobreza europeia.
Mas o seu coração, segundo a vontade expressa do próprio Arquiduque Otto, que mantinha a nacionalidade húngara, foi depositado numa abadia beneditina, perto de Budapeste, numa cerimónia íntima, que apenas contou com a presença dos monges e da família mais próxima, também a seu pedido...
A família real foi forçada ao exílio, apesar de Carlos nunca ter abdicado do trono. De de facto a Hungria voltou a ser uma monarquia, mas Carlos foi impedido de reinar. Em seu lugar, o trono foi mantido vago e criou-se uma regência permanente sob o almirante Miklós Horthy, até 1944.
A família de Otto passou os anos seguintes na Suíça e, mais tarde mudou-se para a Ilha da Madeira, onde Carlos veio a falecer prematuramente em 1922. Com isso, e apenas com dez anos de idade, o Arquiduque passou a ser o pretendente ao trono, situação que permaneceu até à data da sua morte. Entretanto, o parlamento austríaco expulsou oficialmente a dinastia Habsburgo e confiscou todas as propriedades da Coroa Imperial pelo ato Habsburgergesetz de 3 de abril de 1919.
Familiares nas cerimónias fúnebres do Arquiduque Otto de Habsburgo |
Em 1935, Otto graduou-se em Ciência Política e Ciências Sociais pela Universidade Católica de Leuven. Em 1940, Otto é uma das dezenas de milhares de pessoas a quem o cônsul português Aristides de Sousa Mendes concede o visto de saída da França, no momento da invasão nazi.
O próprio Arquiduque Otto refere, de modo sucinto, como fizeram chegar ao consulado português de Bordéus os passaportes da família imperial e respectiva comitiva, bem como muitos outros de cidadãos austríacos e de como Sousa Mendes os carimbou sem qualquer objeção.
Nos anos trinta, algumas forças políticas tentaram reconduzir Otto no poder como monarca constitucional, para combater a influência da Alemanha nazi. Muito ativo na resistência contra Hitler, passou os anos da Segunda Guerra Mundial entre a França e os EUA, sempre ameaçado de execução por parte dos nazis.
Mesmo renunciando oficialmente ao trono em 1961, o Arquiduque Otto não conseguiu retornar ao seu país e só em 1972 conseguiu ser aceite pelos republicanos. Entre 1979 e 1999 foi de deputado no Parlamento Europeu.
Cinzas do coração de Otto de Habsburgo |
Participou ativamente na queda do comunismo em 1989, após a queda da Cortina de Ferro e pediu a integração rápida destes países na UE, um sonho que não conseguiu ver concretizado em 2004, aos 91 anos. Manteve-se como eurodeputado por cerca de duas décadas. O presidente da UE, Durão Barroso, durante as cerimónias fúnebres do seu funeral, prestou-lhe a sua homenagem declarando "Estar a homenagear um grande europeu".
O corpo do filho de Carlos I, último membro desta agora extinta casa real, a lendária dinastia do imperador Franz Joseph e sua amada imperatriz "Sissi", foi sepultado na cripta imperial de Viena, ao lado da maioria dos membros da família de Habsburgo, com grande pompa e assistido pela quase totalidade da nobreza europeia.
Último adeus do Arquiduque Otto de Habsburgo |
Mas o seu coração, segundo a vontade expressa do próprio Arquiduque Otto, que mantinha a nacionalidade húngara, foi depositado numa abadia beneditina, perto de Budapeste, numa cerimónia íntima, que apenas contou com a presença dos monges e da família mais próxima, também a seu pedido...
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