Segundo a revista National Geographic, um estudo de geofísicos holandeses sugere que a Europa pode estar a começar a mergulhar sob a África, dando origem a uma nova zona de subducção, o que aumenta o risco de actividade sísmica no Mediterrâneo, como terramotos e tsunamis.
As zonas de subducção formam-se quando as placas tectónicas colidem, com uma placa mergulhando, no manto terrestre, por baixo da outra. Às vezes essas colisões são graduais, mas também ocorrem frequentemente em grandes saltos, desencadeando terramotos. Geralmente as zonas de subducção localizam-se no mar, daí os terramotos consequentemente originarem os tsunamis, tal como aconteceu no Japão em março deste ano, e em Sumatra em 2004.
Há milhões de anos que a placa Africana, que contém parte do leito do Mediterrâneo, se desloca para norte, em direção à placa Eurasiática, cerca de um centímetro por ano.
Estudando os terramotos nesta região, os cientistas acreditam que pode estar a formar-se uma nova zona de subducção no ponto de encontro das duas placas, ao longo da costa da Argélia e do norte da Sicília.
Para o cientista Rinus Wortel, há cerca de 30 milhões de anos a situação era a oposta: era a aplaca africana que mergulhava sob a eurasiana, ao longo de uma ampla zona de subdcção no Medierrâneo ocidental.
Como as placas continuaram a convergir, foram-se acumulando tensões tectónicas. Parte dessa tensão foi aliviada quando a placa eurasiática se dobrou para produzir as cordilheiras dos Alpes, do Cáucaso e de Zagros.
Agora, segundo a equipa de Rinus Wortel, a subducção recomeçou, mas com a Europa a deslizar para debaixo de África. A descoberta foi anunciada durante a reunião da União da Geociência da Europa, em Viena.
Para Wortel, a formação de uma zona de subducção é um processo lento: "Acontecem numa escala de tempo de milhões de anos".
Wortel acredita veementemente que a previsão para um novo terramoto na zona do Mediterrâneo ocidental tem sido subestimada, quando pode, na realidade, estar a aumentar."Usualmente não a consideramos uma zona de actividade sísmica enorme, não como aquela de magnitude gigante a que assistimos no Japão, no passado mês", disse Wortel.
"Mas também pode ser devido a uma complacência histórica, que nada tenha ocorrido durante cem anos, e isso não significa que não haja risco", afirmou o cientista.
"De facto", salientou ainda, "morreram 70.000 pessoas em Messina, Itália, em 1908, quando um terramoto de magnitude 7,1 ocasionou um tsunami com ondas de 12 metros de altura.
E um dos terramotos mais devastadores na história da Europa, ocorreu algures a oeste do Estreito de Gibraltar em 1755, e que enviou uma onda gigante em direcção a Lisboa, em Portugal, matando, segundo várias estimativas, nem mais nem menos do que cem mil pessoas", rematou o cientista.
Quer queiramos, quer não, não podemos deixar de ficar pensativos, para não dizer preocupados, nós os que ocupamos precisamente esta zona do globo terrestre...
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Há milhões de anos que a placa Africana, que contém parte do leito do Mediterrâneo, se desloca para norte, em direção à placa Eurasiática, cerca de um centímetro por ano.
Localização potencial do terramoto de 1755,que destruiu Lisboa, e tempos de chegada do tsunami, em horas após o sismo. |
Estudando os terramotos nesta região, os cientistas acreditam que pode estar a formar-se uma nova zona de subducção no ponto de encontro das duas placas, ao longo da costa da Argélia e do norte da Sicília.
Para o cientista Rinus Wortel, há cerca de 30 milhões de anos a situação era a oposta: era a aplaca africana que mergulhava sob a eurasiana, ao longo de uma ampla zona de subdcção no Medierrâneo ocidental.
Como as placas continuaram a convergir, foram-se acumulando tensões tectónicas. Parte dessa tensão foi aliviada quando a placa eurasiática se dobrou para produzir as cordilheiras dos Alpes, do Cáucaso e de Zagros.
Agora, segundo a equipa de Rinus Wortel, a subducção recomeçou, mas com a Europa a deslizar para debaixo de África. A descoberta foi anunciada durante a reunião da União da Geociência da Europa, em Viena.
Para Wortel, a formação de uma zona de subducção é um processo lento: "Acontecem numa escala de tempo de milhões de anos".
Convento do Carmo, cujas ruínas são testemunho do Terramoto de 1755 |
Wortel acredita veementemente que a previsão para um novo terramoto na zona do Mediterrâneo ocidental tem sido subestimada, quando pode, na realidade, estar a aumentar."Usualmente não a consideramos uma zona de actividade sísmica enorme, não como aquela de magnitude gigante a que assistimos no Japão, no passado mês", disse Wortel.
"Mas também pode ser devido a uma complacência histórica, que nada tenha ocorrido durante cem anos, e isso não significa que não haja risco", afirmou o cientista.
Messina, em Itália, após o terramoto de 1908, completamente em ruínas |
"De facto", salientou ainda, "morreram 70.000 pessoas em Messina, Itália, em 1908, quando um terramoto de magnitude 7,1 ocasionou um tsunami com ondas de 12 metros de altura.
E um dos terramotos mais devastadores na história da Europa, ocorreu algures a oeste do Estreito de Gibraltar em 1755, e que enviou uma onda gigante em direcção a Lisboa, em Portugal, matando, segundo várias estimativas, nem mais nem menos do que cem mil pessoas", rematou o cientista.
Quer queiramos, quer não, não podemos deixar de ficar pensativos, para não dizer preocupados, nós os que ocupamos precisamente esta zona do globo terrestre...
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4 comentários:
Assustador...
O Falcão Maltês
Obrigada pela "força"!(srrrs)
Teremos que nos aguentar...
O seu blog "arrasa".
Saudações portuguesas!
Isso explica as tragédias frequentes, meu Deus!
Só nos basta rezar.
Abraços...
Sem dúvida, mas vamos contar com o milhão de anos e também com a complacência histórica...E nem pensar muito nisso, a não ser para nos precavermos!
Beijo amigo.
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