SAUDADE
Que
saudade
tenho
de nascer.
Nostalgia
de
esperar por um nome
como
quem volta
à
casa que nunca ninguém habitou.
Não
precisas da vida, poeta.
Assim
falava a avó.
Deus
vive por nós, sentenciava.
E
regressava às orações.
A
casa voltava
ao
ventre do silêncio
e
dava vontade de nascer.
Que
saudade
tenho
de Deus.
MIA
COUTO,
in “Tradutor de Chuvas”
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