Uma das maiores dificuldades do exercício
concreto da democracia política é a qualidade dos membros de uma sociedade que
deseje ser ordenada democraticamente.
Votar é escolher e não podemos escolher com
segurança e rigores se não tivermos boa informação sobre o que está em causa:
sistemas ideológicos e pessoas para os servirem. Além de uma boa literacia que
permita à pessoa fazer uma escolha informada, esta escolha é muito influenciada
pelo carácter de quem vai votar.
Será que a pessoa se vai determinar por motivos
nobres, por critérios de justiça, por uma correta interpretação do que é o
bem-comum em confronto com os seus interesses pessoais? É muito difícil saber.
A solução pragmática para que o sistema democrático possa funcionar tem sido a
de atribuir ao "número" um valor quase mágico, de modo que ganha quem
tiver maior número de votos. Não há votos de qualidade, todos valem o mesmo
aritmeticamente.
Esta realidade pode estar a contribuir para
retirar às virtudes pessoais o valor que lhes era atribuído nas sociedades
tradicionais. Na minha opinião, tal evolução não se justifica e devemos dar à
sociedade sinais que mostrem que a generalidade dos cidadãos não a aprova.
Contudo, as pessoas são diferentes, irremediavelmente diferentes; e, no plano
da convivência social, estas diferenças devem ser reconhecidas e aceites. Se
estivermos a pensar em decisões ou atos que indiciam um carácter nobre que se
manifesta por virtudes pessoais como a coragem, a dedicação voluntária - fora
de qualquer obrigação profissional ou de dever familiar -, a generosidade de
dar de si para os outros, até com risco de vida, a promoção da paz entre as
pessoas e entre os países, e tantas outras decisões com a marca da nobreza de
carácter, devemos estar disponíveis para honrar os que de tal forma se
comportam.
Assim o compreendeu uma empresa que, usando
a sua própria designação, Nobre, criou recentemente a Nobre Casa de Cidadania.
Não é um edifício, é um espaço virtual no
qual coincidem tão diversas instituições como o INEM e a Liga dos Bombeiros
Portugueses, o Corpo Nacional de Escutas e a Faculdade de Teologia da UCP, o
Estado-Maior General das Forças Armadas e a Fundação para a Ciência e a
Tecnologia, a PSP, a Direção-Geral de Educação, a Autoridade Nacional para a
Proteção Civil, entre outras instituições da sociedade civil como o Grupo de
Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial e a Plataforma Portuguesa das ONG para
o Desenvolvimento. Estas entidades abrirão, simbolicamente, a porta da Nobre
Casa de Cidadania àqueles cidadãos que quaisquer outros cidadãos proponham para
a distinção, traduzida pela outorga do título de "Cidadão Nobre", por
virtude de terem praticado um "ato nobre". Trata-se de, na maior
simplicidade que for possível, identificar, reconhecer, honrar e publicitar
atos de nobreza moral praticados por pessoas comuns, de qualquer idade e em
qualquer situação.
Ao publicitar estes atos nobres não se
pretende envaidecer ninguém; mas estamos a soltar a mensagem de que é um
benefício para a democracia que haja quem se decida a praticar as virtudes que
antes enunciei. E que é bom para o exercício da cidadania que estes exemplos
sejam honrados, distinguidos e amplamente publicitados. Para que possam
suscitar, em muitos cidadãos, a vontade de os seguir. Roubos, violações,
homicídios e outras brutalidades cometidas por cidadãos são diariamente
noticiadas em grandes títulos. Chegou a hora de dar relevo noticioso aos atos
nobres que tantos outros cidadãos praticam. A Nobre Casa de Cidadania vai dar o
seu contributo para este objetivo e espera ser reconhecida.
Assim a Nobre Casa de Cidadania homenageou
no sábado, nove cidadãos com o “Título de Cidadão Nobre”, numa cerimónia que
decorreu no Pavilhão das Galeotas, no Museu da Marinha, em Lisboa. Ao atribuir
a mais alta distinção a estes cidadãos, a Nobre Casa de Cidadania reconhece em
cada uma destas pessoas os valores Nobre Casa de Cidadania: cidadania, cooperação,
ética, responsabilidade.
Após terem sido numa primeira fase
agraciados com Louvor Nobre Casa de Cidadania, os feitos dos cidadãos em baixo
apresentados foram analisados pela Comissão de Honra da Nobre Casa de
Cidadania, que decidiu atribuir a cada indivíduo o título máximo.
Ao serem reconhecidos com o título de
“Cidadão Nobre” e uma vez assinado o Compromisso de Honra, estes embaixadores
da Cidadania comprometem-se a honrar a distinção que recebem, agindo de acordo
com os valores definidos pela Nobre Casa de Cidadania.
Receberam o Título de Cidadão Nobre os seguintes
cidadãos:
- Carlos Pereira pela autoria do Ato Nobre de ter evitado que uma criança de três anos morresse afogada num lago abandonado, coberto de folhas, limos e algas verdes, que o confundiam com a vegetação circundante, na ilha de S. Jorge, nos Açores. O Ato Nobre decorreu no dia 24 de Julho de 2010 e demonstra coragem e abnegação.
· Carolina Alves - pela autoria do Ato Nobre de proporcionar melhores condições de vida a pessoas sem-abrigo da cidade de Lisboa, através de visitas quinzenais, nas quais presta cuidados de saúde e apoio social. Uma actividade que desenvolve na qualidade de voluntária da “Associação Vox Lisboa” e que demonstra o seu compromisso com a comunidade e o bem-estar do próximo. Carolina Alves é ainda homenageada por apoiar crianças órfãs de pais infetados com o vírus da SIDA, através da ONG “Eu e os meus irmãos”. Para isso, proporciona-lhes alimentação, cuidados de saúde e vestuário, através de processos de apadrinhamento, ao mesmo tempo que as incentiva a frequentar a escola e a abraçar iniciativas que reduzam a sua dependência financeira.
· Diana Vasconcelos - pela autoria do Ato Nobre de lutar pela dignidade de centenas de crianças residentes na maior favela do mundo, Kibera, Quénia, que vivem em extrema precariedade, sem habitações dignas e sem condições de higiene. Fá-lo na qualidade de fundadora da ONG “Há ir e Voltar”, que promove o apadrinhamento de crianças, no sentido de lhes proporcionar refeições nutritivas e todo o material escolar de que precisam. Um Ato Nobre que demonstra desprendimento, humanismo e generosidade.
· Helena Pereira - pela autoria do Ato Nobre de promover a integração na sociedade de pessoas em risco, como pessoas sem-abrigo, trabalhadoras do sexo e crianças desfavorecidas, facilitando-lhes o acesso a alimentação e vestuário. Proporciona-lhes ainda formação e acesso a actividades lúdicas, muito úteis para o regresso à vida activa. Uma actividade que desenvolve na qualidade de Presidente da “Associação Integrar” e que demonstra humanismo e dedicação cívica.
· Isaura Campos - pela autoria do Ato Nobre de se dedicar, voluntariamente, a dar aulas de língua inglesa e pintura em universidades seniores e no seu atelier. Desta forma, prossegue a missão de transmitir conhecimento, à qual dedicou a sua carreira e da qual já se aposentou, ao mesmo tempo que capacita outros cidadãos aposentados, contribuindo assim para o seu bem-estar.
· Maria Correia - pela autoria do Ato Nobre de ter salvo uma criança que se encontrava em risco de morrer afogada, no agitado mar da Praia da Memória, em Leça da Palmeira. Um Ato Nobre que demonstra a coragem e abnegação desta cidadã que colocou a sua própria vida em risco para salvar outra.
· Olga Ferreira - pela autoria do Ato Nobre de ter mobilizado esforços para devolver o sorriso a 400 crianças, residentes na Vila de Macia, em Moçambique, após as cheias que assolaram o país, em 2013. Para isso, contribuiu para que se erguesse uma escola e fossem doadas quatro toneladas de comida, roupa, brinquedos e material escolar, que contribuíram para a melhoria das condições de vida da comunidade.
· Ricardo Tavares - pela autoria do Ato Nobre de ter salvo uma vida humana, no dia 28 de Julho de 2015, retirando das águas da Ria de Aveiro um homem que se encontrava a afogar. Um ato que demonstra coragem e abnegação.
· Rita Pocinho - pela autoria do Ato Nobre de prestar apoio psicológico e médico, de forma voluntária, a pessoas sem-abrigo da cidade de Lisboa, estabelecendo com elas relações de confiança e proximidade. Uma actividade que desenvolve na qualidade de voluntária da “Associação Vox Lisboa” e que demonstra um forte sentido de cidadania e altruísmo.
· Diana Vasconcelos - pela autoria do Ato Nobre de lutar pela dignidade de centenas de crianças residentes na maior favela do mundo, Kibera, Quénia, que vivem em extrema precariedade, sem habitações dignas e sem condições de higiene. Fá-lo na qualidade de fundadora da ONG “Há ir e Voltar”, que promove o apadrinhamento de crianças, no sentido de lhes proporcionar refeições nutritivas e todo o material escolar de que precisam. Um Ato Nobre que demonstra desprendimento, humanismo e generosidade.
· Helena Pereira - pela autoria do Ato Nobre de promover a integração na sociedade de pessoas em risco, como pessoas sem-abrigo, trabalhadoras do sexo e crianças desfavorecidas, facilitando-lhes o acesso a alimentação e vestuário. Proporciona-lhes ainda formação e acesso a actividades lúdicas, muito úteis para o regresso à vida activa. Uma actividade que desenvolve na qualidade de Presidente da “Associação Integrar” e que demonstra humanismo e dedicação cívica.
· Isaura Campos - pela autoria do Ato Nobre de se dedicar, voluntariamente, a dar aulas de língua inglesa e pintura em universidades seniores e no seu atelier. Desta forma, prossegue a missão de transmitir conhecimento, à qual dedicou a sua carreira e da qual já se aposentou, ao mesmo tempo que capacita outros cidadãos aposentados, contribuindo assim para o seu bem-estar.
· Maria Correia - pela autoria do Ato Nobre de ter salvo uma criança que se encontrava em risco de morrer afogada, no agitado mar da Praia da Memória, em Leça da Palmeira. Um Ato Nobre que demonstra a coragem e abnegação desta cidadã que colocou a sua própria vida em risco para salvar outra.
· Olga Ferreira - pela autoria do Ato Nobre de ter mobilizado esforços para devolver o sorriso a 400 crianças, residentes na Vila de Macia, em Moçambique, após as cheias que assolaram o país, em 2013. Para isso, contribuiu para que se erguesse uma escola e fossem doadas quatro toneladas de comida, roupa, brinquedos e material escolar, que contribuíram para a melhoria das condições de vida da comunidade.
· Ricardo Tavares - pela autoria do Ato Nobre de ter salvo uma vida humana, no dia 28 de Julho de 2015, retirando das águas da Ria de Aveiro um homem que se encontrava a afogar. Um ato que demonstra coragem e abnegação.
· Rita Pocinho - pela autoria do Ato Nobre de prestar apoio psicológico e médico, de forma voluntária, a pessoas sem-abrigo da cidade de Lisboa, estabelecendo com elas relações de confiança e proximidade. Uma actividade que desenvolve na qualidade de voluntária da “Associação Vox Lisboa” e que demonstra um forte sentido de cidadania e altruísmo.
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