sábado, outubro 31, 2015

O PRÉMIO SAKHAROV 2015 FOI PARA O BLOGUISTA SAUDITA RAIF BADAWI







Raif Badawi foi condenado a pena de prisão e mil chibatadas por insultar o Islão

O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, apelou ontem à "libertação imediata" do bloguer saudita Raif Badawi de forma a que este possa receber o prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento na cerimónia marcada para 16 de dezembro, em Estrasburgo.

Raif Badawi 

O ativista que criou o site Free Saudi Liberals, uma plataforma para o debate político e religioso, foi condenado em 2014 a 10 anos de prisão e mil chibatadas por insultar o Islão numa pena que Schulz considera "um ato de tortura brutal".

A mulher de Badawi, Ensaf Haidar, considera que este prémio é uma "mensagem de esperança e coragem" para o marido. "Espero que este prémio ajude a fazer avançar a causa de Badawi e permita que volte para a sua família", afirmou à AFP em Montreal. Haidar fugiu com os três filhos para o Canadá após receber ameaças de morte.

O anúncio da distinção com o prémio do Parlamento Europeu é conhecido na mesma semana em que a mulher de Badawi revelou que as autoridades sauditas vão voltar a aplicar a pena do marido. Preso em 2012 e condenado no ano passado a mil chibatadas, o bloguer recebeu em janeiro as primeiras 50 num ato público - que foi filmado e partilhado nas redes sociais. As sessões seguintes (a ideia era que ocorressem ao longo de 20 semanas) foram adiadas por decisão médica e pressão internacional.
 
Ensaf Haidar, mulher do ativista, num protesto da UNICEF, no Canadá

Mas num comunicado publicado no site da Fundação para a Liberdade Raif Badawi, a mulher do ativista revelou na terça-feira ter recebido informações de uma fonte - a mesma que a avisou de que as primeiras chibatadas seriam administradas no início de janeiro - de que a aplicação da pena continuará atrás dos muros da prisão. "Peço ao Rei Salman para que acabe a provação do meu marido e o perdoe. Também peço que permita que seja deportado para o Canadá para que se possa reunir com a família", lia-se no texto de Haidar.

O galardão, que tem o nome do cientista e dissidente soviético Andrei Sakharov e é entregue desde 1988 a indivíduos ou organizações pelo seu contributo na defesa dos direitos humanos e democracia, inclui um prémio monetário de 50 mil euros. No ano passado, o vencedor tinha sido o médico ginecologista congolês Denis Mukwege, pelo seu trabalho com vítimas de violações.








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