quinta-feira, abril 16, 2015

LISBOA E OS SEUS TESOUROS SUBMERSOS - AQUEDUTO DAS ÁGUAS LIVRES: RESERVATÓRIO DA MÃE D´ÁGUA DAS AMOREIRAS (Museu da Água)







Lisboa não pára de nos surpreender. Com os seus tesouros ocultos, neste caso submersos nas suas águas. Como ontem tive ocasião de observar numa ida ao Aqueduto das Águas Livres. Precisamente ao Reservatório da Mãe d'Água das Amoreiras, com a entrada marcada pelo arco da Rua das Amoreiras, realizado pelo arquitecto húngaro Carlos Mardel, entre 1746 e 1748, e onde terminou o Aqueduto durante estes anos.
O Aqueduto foi construído durante o reinado de D. João V, com origem na nascente das Águas Livres, em Belas, Sintra, e foi sendo progressivamente reforçado e ampliado ao longo do século XIX. Resistiu incólume ao Terramoto de 1755.
Reservatório da Mãe D´Água das Amoreiras

A extensão da rede de captação e adução, incluindo todos os tributários, foi crescendo até atingir um total de 47 quilómetros, recolhendo água de 58 nascentes, boa parte delas na zona da serra da Carregueira. Se ainda se considerarem os 11 quilómetros da rede de distribuição dentro da cidade, o sistema atinge uma extensão total de 58 quilómetros.

Na realidade, o Aqueduto das Águas Livres é um complexo sistema de captação, adução e distribuição de água a Lisboa, e que tem como obra mais emblemática a grandiosa arcaria em cantaria que se ergue sobre o vale de Alcântara, um dos bilhetes postais da cidade.

A cisterna conheceu três plantas, apresentando um projecto inicial cuja implantação incluía mais três arcos levando o edifício até à face norte do Largo do Rato. No projecto final, o reservatório surgiu simplificado com a diminuição do número de tanques e da carga decorativa exterior.

Após a morte de Carlos Mardel, em 1763, o reservatório final do Aqueduto, iniciado em 1746, ainda estava por concluir. A obra foi retomada, em 1771, por Reinaldo Manuel dos Santos, que introduziu algumas modificações ao plano inicial.

Actualmente, o Reservatório da Mãe d’Água apresenta-se como um espaço amplo, luzente e unificado, semelhante a uma igreja estilo Salão, convidando assim este espaço à sacralidade.

A água das nascentes jorra da boca de um golfinho sobre uma cascata, construída com pedra transportada das nascentes do próprio Aqueduto, e converge para o tanque de sete metros e meio de profundidade, com uma capacidade de 5.500 m3. Do tanque emergem quatro colunas que sustentam um tecto de abóbadas de aresta que, por sua vez, suporta o magnífico terraço panorâmico sobre a cidade de Lisboa.

Percurso do Aqueduto das Águas Livres aberto ao público.

Na frente ocidental deste reservatório encontra-se a Casa do Registo, local onde se controlavam os caudais de água que partiam para os chafarizes, fábricas, conventos e palacetes.

O Museu da Água promove e dinamiza visitas livres e guiadas ao Reservatório da Mãe d’Água das Amoreiras. Valem e asseguram um tempo certamente bem justificado. Não conhecia e fiquei encantada com as vistas panorâmicas desta cidade linda emoldurada pelo Tejo.

Deixo os contactos:

MUSEU DA ÁGUA

AQUEDUTO DAS ÁGUAS LIVRES:
Calçada da Quintinha,6 1070.225
Horário | Aberto de terça a sábado entre as 10h e as 17h30
(encerra de 30 de Novembro a 1 de Março)

RESERVATÓRIO DA MÃE D’ÁGUA DAS AMOREIRAS

Morada | Praça das Amoreiras 10, 1250-020 Lisboa
Horário | Aberto de terça a sábado entre as 10h e as 17h30
(encerra para almoço entre as 12h30 e as 13h30)









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