Lisboa não pára de nos surpreender. Com os seus tesouros ocultos, neste caso submersos nas suas águas. Como ontem tive ocasião de observar numa ida ao Aqueduto das Águas Livres. Precisamente ao Reservatório da Mãe d'Água das Amoreiras, com a entrada marcada pelo arco da
Rua das Amoreiras, realizado pelo arquitecto húngaro Carlos Mardel, entre 1746
e 1748, e onde terminou o Aqueduto durante estes anos.
O Aqueduto foi construído
durante o reinado de D. João V, com origem na nascente das Águas Livres, em
Belas, Sintra, e foi sendo progressivamente reforçado e ampliado ao longo do
século XIX. Resistiu incólume ao Terramoto de 1755.
Reservatório da Mãe D´Água das Amoreiras |
A extensão da rede de
captação e adução, incluindo todos os tributários, foi crescendo até atingir um total de 47 quilómetros, recolhendo água de 58 nascentes, boa parte delas na
zona da serra da Carregueira. Se ainda se considerarem os 11 quilómetros da
rede de distribuição dentro da cidade, o sistema atinge uma extensão total de
58 quilómetros.
Na realidade, o Aqueduto das Águas
Livres é um complexo sistema de captação, adução e distribuição de água a Lisboa, e que tem como obra mais emblemática a grandiosa
arcaria em cantaria que se ergue sobre o vale de Alcântara, um dos bilhetes
postais da cidade.
A cisterna conheceu três
plantas, apresentando um projecto inicial cuja implantação incluía mais três
arcos levando o edifício até à face norte do Largo do Rato. No projecto final,
o reservatório surgiu simplificado com a diminuição do número de tanques e da
carga decorativa exterior.
Após a morte de Carlos
Mardel, em 1763, o reservatório final do Aqueduto, iniciado em 1746, ainda
estava por concluir. A obra foi retomada, em 1771, por Reinaldo Manuel dos
Santos, que introduziu algumas modificações ao plano inicial.
Actualmente, o
Reservatório da Mãe d’Água apresenta-se como um espaço amplo, luzente e
unificado, semelhante a uma igreja estilo Salão, convidando assim este espaço à sacralidade.
A água das nascentes
jorra da boca de um golfinho sobre uma cascata, construída com pedra
transportada das nascentes do próprio Aqueduto, e converge para o
tanque de sete metros e meio de profundidade, com uma capacidade de
5.500 m3. Do tanque emergem quatro colunas que sustentam um tecto de abóbadas
de aresta que, por sua vez, suporta o magnífico terraço panorâmico sobre a
cidade de Lisboa.
Percurso do Aqueduto das Águas Livres aberto ao público. |
Na frente ocidental deste
reservatório encontra-se a Casa do Registo, local onde se controlavam os
caudais de água que partiam para os chafarizes, fábricas, conventos e palacetes.
O Museu da Água promove e
dinamiza visitas livres e guiadas ao Reservatório da Mãe d’Água das Amoreiras. Valem e asseguram um tempo certamente bem justificado. Não conhecia e fiquei encantada com as vistas panorâmicas desta cidade linda emoldurada pelo Tejo.
Deixo os contactos:
MUSEU DA ÁGUA
Telefone | 218 100 215
Email|http://www.epal.pt/EPAL/menu/museu-da-%C3%A1gua/exposi%C3%A7%C3%A3o-permanente-patrim%C3%B3nio-associado
Email|http://www.epal.pt/EPAL/menu/museu-da-%C3%A1gua/exposi%C3%A7%C3%A3o-permanente-patrim%C3%B3nio-associado
AQUEDUTO DAS ÁGUAS LIVRES:
Calçada da Quintinha,6 1070.225
Calçada da Quintinha,6 1070.225
Horário | Aberto de terça a sábado entre as 10h e as 17h30
(encerra de 30 de Novembro a 1 de Março)
(encerra de 30 de Novembro a 1 de Março)
RESERVATÓRIO DA MÃE D’ÁGUA DAS AMOREIRAS
Morada | Praça das Amoreiras 10, 1250-020 Lisboa
Horário | Aberto de terça a sábado entre as 10h e as 17h30
(encerra para almoço entre as 12h30 e as 13h30)
Horário | Aberto de terça a sábado entre as 10h e as 17h30
(encerra para almoço entre as 12h30 e as 13h30)
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